16 dezembro 2008

A varapau 3


Bem vindo à balbúrdia!


O dr Mário Soares não pára de me surpreender: então agora, acha que se está a viver uma crise do tamanho de um elefante? Que os banqueiros são isto e aquilo? Que a Grécia está próxima? Que o desemprego alastra? Que o descontentamento é forte? Etc…. Etc..?
Mas eu, e vocês também, decerto, ouvi-o há poucos dias testemunhando um fervoroso apoio a uma das pessoas que mais tem contribuído para a imagem de crispação, ao partido governante que nos caiu em sorte, desqualificando uma reunião política que só existiu porque as coisas estão como estão, sem resposta adequada, sem uma estratégia perceptível pelos cidadãos, que já não percebem o que é que a auto-proclamada esquerda faz pois o que se vê é, sem apelo nem agravo, uma receita envelhecida e descaradamente de direita.


Seis cavalheiros do CDS “desvincularam-se” do ajuntamento que o dr Paulo Portas pastoreia. Seis, são só seis, dir-se-á. Seriam, não fosse dar-se o caso, de naquele partido seis serem quase uma multidão. O dr Portas, com a habilidade que se lhe conhece, desvaloriza: só fazem falta os que ainda não entraram no CDS! É bonito mas não convence uma criança que ainda acredita no Pai Natal. O CDS, aliás PP, é um esquife que navega ao sabor do vento e das doses de brilhantina que o dr Portas eventualmente usa para fixar aquele cabelo que mais parece uma peruca.
Tem, porém, razão num ponto. Quando um deputado resolve desvincular-se, deve desvincular-se de tudo. Foi de boleia para o parlamento e só o nome do partido é que o conseguiu levar lá. Sem a entrega da cadeirinha qualquer discurso soa a oco.

Continuam a aparecer nomes na lista dos banqueiros acusados. Aquilo toma proporções de enxurrada. De enxurradas: de acusações e de ordenados gigantescos. De ordenados que roçam a pura e simples indecência.

O Presidente Bush tem um poder de esquiva impressionante: evitou dois sapatos voadores lançados com notável pontaria por um jornalista chiita. Lembremos, sem nos pronunciarmos quanto ao mérito, que os chiitas foram, com os curdos, os principais beneficiados pela invasão americana. E que a “al qaeda”, inexistente no Iraque à altura da invasão, é de inspiração sunita. Só para evitar confusões.
Parece que o jornalista será acusado de delitos puníveis até dez anos de prisão. Cinco por sapato. Devem ser sapatos caríssimos…

Os panificadores lisboetas terão combinado preços. Que novidade! Correm o risco de terem de pagar um milhão de euros por “cartelização”. Estou cheio de pena deles…

Os petroleiros portugueses não se conluiaram quanto a preços. Ou, pelo menos, é que um cavaleiro veio dizer na televisão. As subidas e descidas de preço não foram simultaneas nem do mesmo exacto valor. Também se fossem quem é que não os acusaria? A minha sábia mãe diria que qualquer cavalheiro ligado aos petróleos sabe isso há cem anos e que se caisse na tentação de cartelizar evitaria as burrices dos panificadores.

d'Oliveira

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