No creo en brujas
pero que las hay, las hay.......
Ai leitorinhas, 2009 entrou a pontapé. Nem vos digo onde me acertou porque estas croniquetas são para toda a família, gatos incluídos, se é que eles se não ofendem.
Então não é que o meu amado computador de mesa, um Imac G4 700Mhz resolveu entrou de chancas crise adentro? Pifou! No sábio dizer de um técnico da MacZone “a unidade de alimentação ( Imaginem que à primeira saiu cão”entação"!!! Alguém me pode dizer o que é isto? Então o sacana do MacBook Pro resolve agora escrever como certos exemplos da nossa nacional inducação? Haja uma alma que me explique as taras deste maquinismo, por Júpiter!) foi dar uma volta ao bilhar grande. Mudou de bairro, como dizem os espanhóis! Estrampalhou-se como se dizia saudosamente na minha Buarcos da infância feliz e descuidada.
O pior é que já se não fabricam tais unidades da puta que as pariu. Há que andar por aí atrás de duvidosos negócios de sucata ou coisa parecida. Será que algum(a) das/dos leitoras/es sabe de uma unidade de alimentação de Imac, G4 700 negociável?
É que eu tenho estima por este computador, apesar de ter dois portáteis... Convenhamos que é um belo objecto. Nada dessas coisas todas iguais que são os pc. Mas também não me apetece ter um Imac G4 numa redoma. As coisas devem ter uma utilidade, para inutilidades já bastam estes escritos vagabundos com que vou entretendo o dedinho: antes isso do que ser banqueiro...
Enfim, eu gostava de ser banqueiro, melhor gostava de ter o cacau que qualquer banqueiro tem. Viver à grande e à francesa (sobretudo à francesa, se é que isso significa ter um “pied-a-terre” na Rue de Medicis mesmo em frente ao Luxemburgo, poder flanar pelos bouquinistes, comer de quando em quando “moules mariniére” mandar fazer as camisas na Rue de St Sulpice. Estão a ver-me encomendar meia dúzia de belas camisas por medida e de seguida ir ler o jornal na praça do mesmo nome que agora já só tem um café que o outro houve uma dessas marcas prestigiosas e caríssimas que lhe chamou um figo. Devia ser proibido fechar cafés em Paris. E livrarias! Sobretudo aqui neste “quartier” entre o boulevard de S.Germain, e as ruas de Rennes, Vaugirard e de l’Odéon. Os mosqueteiros, os verdadeiros, os de Dumas viveram aqui, ouvi-o eu da boca profética de Umberto Eco. Enfim viveram aqui o d’Artagnan, o Athos e o Porthos. Aramis, o aspirante à glória eclesiástica vivia em parte incerta como convém a um misterioso falso abade.
O meu leitor José, que me julga com singular e bondosa parcialidade, há-de gostar desta minha veia “Dumas”, um dos melhores habitantes do “Panthéon”. E dos mais meritórios. Dumas que além do mais era um cozinheiro de mão cheia, imbatível a par de Jules Verne na omeleta à moda de Nantes, não salvou pátria nenhuma, massacrando uns milhões de inocentes. Os seus excessos sanguinários guardou-os para os romances que me habitaram o fim da infância, na Biblioteca Municipal Fernandes Tomás para onde gostaria de enviar os meus mais de dezassete mil livros. Juntei-os com tanto amor e gozo que me repugna a ideia de um herdeiro iletrado os vender ao desbarato.
Mas voltemos à vaca fria: as bondades do leitor (e amigo) que volta e meia me põe as “pequenas células cinzentas (Poirot dixit) a borbulhar. Escreve em comentário a uma prosa recente que eu “me não levo a sério”. Tem carradas de razão. De facto, pensando bem, eu escrevo dividido entre um vago estoicismo e outro não menos vago epicurismo. Traduzindo: descreio da minha escrita, conheço-lhe os escassos limites, sei bem que não ficarei na história da literatura. Também sei que isto de dar ao dedo sustenta muito ego inflacionado mas só isso. Não pululam por aí os escritores a sério. Por outro lado, escrevo porque me divirto. Não ando em missão em terra de infiéis, não acredito que a escrita salve o mundo (antes fosse, antes fosse...), gosto de meter umas piscadelas de olho a autores amados, quase sempre a mesma dúzia, vá lá o mesmo quarteirão, nunca me cansei de ler, mas só leio o que gosto. Livro que até à pagina vinte não mostra que vale a pena, é livro que vai para o lote. Acabou-se. Sacrifícios nunca. Não leio porque está na moda, porque fica mal desconhecer, porque o autor é nosso, vosso ou deles. Não leio porque é útil, era o que faltava!, e espero que as minhas leitoras me leiam com o mesmo sentimento. Isto é uma conversa de bica aberta, sem arcas encoiradas, sem fantasmas, sem traumas de infância, sem receitas. E isso, esse pequeno grupo de leitoras e leitores, é tudo o que me interessa. É como se estivéssemos à mesa da esplanada, ali ao fundo, num preguiçoso dia de sol: ou para citar, outra vez!!!, Shakespeare: now we are coming to the winter of our discontent made glorious summer by the (son?) sun of York...
Ou mais prosaicamente eis que chegámos ao inverno do nosso descontentamento transformado em verão glorioso pelo sol dos amigos.
E é com eles, os amigos, os leitores, os cidadãos que dão a cara, e com Shakespeare and company (a verdadeira não essa ridícula livraria que tomou o nome de uma outra também parisiense que em seu tempo foi um glorious sun da melhor literatura contemporânea) que entro o ano. Com o carro na oficina, procurando esperançadamente uma fonte de alimentação para o Imac G4, desejando a glória simples de ser lido com um sorriso. É tão reconfortante...
PS: o pedido da fonte de alimentação é para levar a sério. Quand-même...
Então não é que o meu amado computador de mesa, um Imac G4 700Mhz resolveu entrou de chancas crise adentro? Pifou! No sábio dizer de um técnico da MacZone “a unidade de alimentação ( Imaginem que à primeira saiu cão”entação"!!! Alguém me pode dizer o que é isto? Então o sacana do MacBook Pro resolve agora escrever como certos exemplos da nossa nacional inducação? Haja uma alma que me explique as taras deste maquinismo, por Júpiter!) foi dar uma volta ao bilhar grande. Mudou de bairro, como dizem os espanhóis! Estrampalhou-se como se dizia saudosamente na minha Buarcos da infância feliz e descuidada.
O pior é que já se não fabricam tais unidades da puta que as pariu. Há que andar por aí atrás de duvidosos negócios de sucata ou coisa parecida. Será que algum(a) das/dos leitoras/es sabe de uma unidade de alimentação de Imac, G4 700 negociável?
É que eu tenho estima por este computador, apesar de ter dois portáteis... Convenhamos que é um belo objecto. Nada dessas coisas todas iguais que são os pc. Mas também não me apetece ter um Imac G4 numa redoma. As coisas devem ter uma utilidade, para inutilidades já bastam estes escritos vagabundos com que vou entretendo o dedinho: antes isso do que ser banqueiro...
Enfim, eu gostava de ser banqueiro, melhor gostava de ter o cacau que qualquer banqueiro tem. Viver à grande e à francesa (sobretudo à francesa, se é que isso significa ter um “pied-a-terre” na Rue de Medicis mesmo em frente ao Luxemburgo, poder flanar pelos bouquinistes, comer de quando em quando “moules mariniére” mandar fazer as camisas na Rue de St Sulpice. Estão a ver-me encomendar meia dúzia de belas camisas por medida e de seguida ir ler o jornal na praça do mesmo nome que agora já só tem um café que o outro houve uma dessas marcas prestigiosas e caríssimas que lhe chamou um figo. Devia ser proibido fechar cafés em Paris. E livrarias! Sobretudo aqui neste “quartier” entre o boulevard de S.Germain, e as ruas de Rennes, Vaugirard e de l’Odéon. Os mosqueteiros, os verdadeiros, os de Dumas viveram aqui, ouvi-o eu da boca profética de Umberto Eco. Enfim viveram aqui o d’Artagnan, o Athos e o Porthos. Aramis, o aspirante à glória eclesiástica vivia em parte incerta como convém a um misterioso falso abade.
O meu leitor José, que me julga com singular e bondosa parcialidade, há-de gostar desta minha veia “Dumas”, um dos melhores habitantes do “Panthéon”. E dos mais meritórios. Dumas que além do mais era um cozinheiro de mão cheia, imbatível a par de Jules Verne na omeleta à moda de Nantes, não salvou pátria nenhuma, massacrando uns milhões de inocentes. Os seus excessos sanguinários guardou-os para os romances que me habitaram o fim da infância, na Biblioteca Municipal Fernandes Tomás para onde gostaria de enviar os meus mais de dezassete mil livros. Juntei-os com tanto amor e gozo que me repugna a ideia de um herdeiro iletrado os vender ao desbarato.
Mas voltemos à vaca fria: as bondades do leitor (e amigo) que volta e meia me põe as “pequenas células cinzentas (Poirot dixit) a borbulhar. Escreve em comentário a uma prosa recente que eu “me não levo a sério”. Tem carradas de razão. De facto, pensando bem, eu escrevo dividido entre um vago estoicismo e outro não menos vago epicurismo. Traduzindo: descreio da minha escrita, conheço-lhe os escassos limites, sei bem que não ficarei na história da literatura. Também sei que isto de dar ao dedo sustenta muito ego inflacionado mas só isso. Não pululam por aí os escritores a sério. Por outro lado, escrevo porque me divirto. Não ando em missão em terra de infiéis, não acredito que a escrita salve o mundo (antes fosse, antes fosse...), gosto de meter umas piscadelas de olho a autores amados, quase sempre a mesma dúzia, vá lá o mesmo quarteirão, nunca me cansei de ler, mas só leio o que gosto. Livro que até à pagina vinte não mostra que vale a pena, é livro que vai para o lote. Acabou-se. Sacrifícios nunca. Não leio porque está na moda, porque fica mal desconhecer, porque o autor é nosso, vosso ou deles. Não leio porque é útil, era o que faltava!, e espero que as minhas leitoras me leiam com o mesmo sentimento. Isto é uma conversa de bica aberta, sem arcas encoiradas, sem fantasmas, sem traumas de infância, sem receitas. E isso, esse pequeno grupo de leitoras e leitores, é tudo o que me interessa. É como se estivéssemos à mesa da esplanada, ali ao fundo, num preguiçoso dia de sol: ou para citar, outra vez!!!, Shakespeare: now we are coming to the winter of our discontent made glorious summer by the (son?) sun of York...
Ou mais prosaicamente eis que chegámos ao inverno do nosso descontentamento transformado em verão glorioso pelo sol dos amigos.
E é com eles, os amigos, os leitores, os cidadãos que dão a cara, e com Shakespeare and company (a verdadeira não essa ridícula livraria que tomou o nome de uma outra também parisiense que em seu tempo foi um glorious sun da melhor literatura contemporânea) que entro o ano. Com o carro na oficina, procurando esperançadamente uma fonte de alimentação para o Imac G4, desejando a glória simples de ser lido com um sorriso. É tão reconfortante...
PS: o pedido da fonte de alimentação é para levar a sério. Quand-même...
* na gravura: o fabuloso Imac!!!
8 comentários:
Com que então o i Mac, G4 700 Mhz, pifou a unidade de alimentaçã0?
Só vejo uma solução, prática e sem grandes custos: mercar na ebay.
Entrar no cafarnaum das licitações de bens de consumo que outros já não querem, numa parabola perfeita do mercado ideal: só compra quem quer, com garantia suficiente de que normalmente o negócio corre bem.
Basta uma inscrição no sítio da ebay ( nome morada, etc) e é fácil licitar a valer.
Alguns itens, até se compram imediatamente ( estão indicados).
Começando pelos USA, neste momento há dois que respondem à chamada.
Um deles, está a pouco mais de 50 dólares ( mais os direitos para pagar...)
Depois há a...Alemanha. Aí, vende-se um, novinho, por algumas centenas, poucas.
Depois, em França, há uma pechincha.Só que também está em "panne" de luz...mas pode ser outra coisa que não a unidade de alimentação.
E deve haver mais por esse mundo fora. É só procurar e estou certo que um dia destes ecnotra-se.
A Excelência não subscreve a fantástica Mailing List, O Correio dos Outros?
'Tá mal!
Obrigado, obrigadinho...
O problema com as estranjas é o risco..., caro José.
A leitorinha Patrícia deu uma ideia. ainda por cima sou um dos usuários da mailing list do Pedro Aniceto. Palavra que não me tinha lembrado. Também é verdade que 99% do que se lá fala é para mim chinês clássico. Mas vou tentar. Tá bem?
risco? Mas o risco de quê? De perder algumas dezenas ou poucas centenas ou no máximo dos máximos sermos vítimas de phishing e ficarmos sem o plafond do cartão?
Ora meu caro, vá por mim:
Ao fim de dezenas de transacções só perdi uma vez, por causa de um vigarista com nome eslavo e que vivia na América. E não foi muito.
O resto que tem feito a minha felicidade por recuperar coisas que julgava já perdidas para sempre, tem sido perfeito.
Até se podem dar notas de classificação aos vendedores e os mails que trocam dão-nos a sensação que vivemos num mundo de gente séria.
Por mim, vale a pena arriscar. É o melhor mercado que conheço, com os melhores contra-pesos que há.
E revistas, livros, discos e coisas já fora de catálogo, não há melhor para encontrar.
No outro dia, até comprei cinco cassetes TDK SA-X 90 a um alemão. Transacção impecável e artigo ainda embalado no celofane original, com mais de uma dúzia de anos.
Tocam que é uma maravilha, depois de gravadas.
E vou comprar mais. Agora de Metal.
Há uns meses comprei a um alemão ( a ebay alemã, é a minha preferida), um pequeno gravador portátil da Sony.Um Walkman d6c, profissional. Uma pequena maravilha pela qual me caiam os olhos há mais de vinte anos para cá.
Primeiro experimentei com um que era anuncidado com um pequeno defeito no sistema de transporte. Pensei que o técnico de cá, o arranjaria facilmente. Não arranjou e tentei outra vez, com outro em condições.
Cá canta a pequena maravilha, por um pouco mais de cem euros.
Para além do regalo visual, toca como poucos.
Fiz o mesmo com uma cabeça de leitura da Audio Technica que nunca tive e ambicinava ( OC-7). Perfeita, uma pequena maravilha, também por cerca de 100 euros, uma coisa que nova custava os olhos da cara das centenas.
Tenho enormes dúvidas que a info da macZone esteja correcta. Mas amanhã já digo algo.
Caro, preciso com alguma urgência do número de série da sua máquina com problemas. Obrigado (aniceto@mac.com)
Vocês todos (e todas!) são porreirinhos. Nem sei como agradecer
mcr
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