Mais, sempre mais,
da política a todo o custo
e a todo o vapor.
Em Viana do Castelo, cidade que há anos anda a gastar energias e dinheiro para desalojar à viva força os habitantes de um mamarracho que, apesar de mamarracho se fez com toda a legalidade e todas as licenças (aliás o prédio só é mamarracho pela altura, porque sobressai entre um núcleo de casa muitas vezes bem piores e mais problemáticas), houve um referendo.
Sobre uma questão que dizia pouco ou muito pouco aos habitantes que não só não a percebiam mas também se estavam nas tintas para a perceber. Assim sendo apenas uns escassos trinta por cento se deram ao trabalho de ir votar. Desse exíguo grupo saiu maioritária uma posição de negação à “comunidade intermunicipal do Minho” ou outra balivérnia do mesmo teor.
O senhor Defensor de Moura, presidente da Câmara local, rejubilou. E não era para menos: Se os escassos interessados tivessem dito sim à CIM ele demitir-se-ia. Ou, pelo menos, foi isso que ameaçou. Perante tão consternante alternativa o povo, que é quem mais ordena, disse não à “cim”. Para desgosto de outro prócere socialista, o senhor presidente da Câmara de Melgaço. Que já ameaçou não sei bem o quê. Nem importa. “Isto” são guerras “deles”, marcação de território de caça (ao voto e aos patos).
Consta que o P.S. pode querer tirar o tapete a Defensor de Moura e não o recandidatar em Viana. Corre, igualmente, que, nesse caso dramático, Defensor se defenderá correndo como independente. Deve estar convencido que o povo vianense, as noivas, as meninas da procissão da Senhora da Agonia e as restantes forças vivas estarão do seu lado. Não sei nem me importa porque, graças a Deus (ou ao deus dos ateus), não sou munícipe vianense.
Tenho quase como certo que nesse hipotético caso, o P.S. bem pode dizer adeus à risonha capital do Alto Minho. Mas isso não deve ser coisa que preocupe os dois por ora desavindos autarcas.
A propósito de autarcas, a concelhia portuense pôs a votos a candidatura de Elisa Ferreira à Câmara do Porto. Houve uma fortíssima maioria de votos a favor desta senhora. Mas houve também uns votos contra o que é natural neste género de conclaves, sobretudo se secretos. Uma vez apurados os resultados, uma luminária presente entendeu que já que a drª Elisa Ferreira tinha sido altamente votada se poderia, como cereja no bolo, propor a “aclamação”. O que imediatamente se fez entre um fartote de aplausos. Nos meus tempos de assembleia, a aclamação só ocorria no caso de haver unanimidade mas é possível que agora as coisas sejam vistas com mais liberalidade. O que me surpreende não é tanto a “aclamação” mas a súbita conversão dos oponentes à vontade da maioria. Note-se que o jornal refere expressamente “votos contra” e não abstenções. Das duas uma, ou esses votos foram (apesar de secretos) um mero engano dos votantes ou, perante a iminência de se verem reconhecidos os adversários da desejada Elisa entenderam mais prudente associar-se às festividades em curso. Chama-se a isto flexibilidade política e sentido de Estado.
Um cavalheiro apropriadamente chamado Bota entendeu propor o nome austero de Gonçalo Amaral à Câmara de Olhão. O referido cavalheiro ilustrou-se fartamente na condução do inquérito ao desaparecimento de uma criança inglesa, como todos sabem. Saiu do inquérito sem louros de qualquer espécie e sem que o público saiba o que aconteceu à desventurada criaturinha. Publicou um livro sobre o assunto com o sugestivo nome de “A verdade da mentira”. Ou vice-versa. O livro, já que livro é todo o conjunto de folhas impressas, coladas e encapadas e oferecido à leitura, cuja leitura se recomenda a quem queira obter o perdão de muitos e graves, gravíssimos, pecados capitais, já vai não sei em quantas edições e corre mundo ou, pelo menos, a Espanha e a Inglaterra em apropriadas versões vernáculas. Lá, como cá, devem habitar legiões de pecadores...
A comissão política do PSD, uma vez sem exemplo, opôs-se a tal candidatura. Pelos vistos, acreditam que os habitantes de Olhão, vila da Restauração, merecem outra sorte mesmo uma câmara socialista. O referido Bota terá dito que GA também era cidadão e por isso tinha direito a presidir a uma Câmara. Haja quem lhe explique que ser só cidadão não chega. Convém ter um projecto político, meia dúzia de ideias para a cidade, ter um passado, já agora, e um futuro se possível.
Aguardam-se ansiosamente notícias sobre Felgueiras, Gondomar (o major, claro, sempre ele...) Oeiras (Isaltino, pois claro) e mais um par de terras onde alguns pterodáctilos governam em nome sabe-se lá bem de quê. E estamos em boa altura, agora que o Carnaval se aproxima.
Sobre uma questão que dizia pouco ou muito pouco aos habitantes que não só não a percebiam mas também se estavam nas tintas para a perceber. Assim sendo apenas uns escassos trinta por cento se deram ao trabalho de ir votar. Desse exíguo grupo saiu maioritária uma posição de negação à “comunidade intermunicipal do Minho” ou outra balivérnia do mesmo teor.
O senhor Defensor de Moura, presidente da Câmara local, rejubilou. E não era para menos: Se os escassos interessados tivessem dito sim à CIM ele demitir-se-ia. Ou, pelo menos, foi isso que ameaçou. Perante tão consternante alternativa o povo, que é quem mais ordena, disse não à “cim”. Para desgosto de outro prócere socialista, o senhor presidente da Câmara de Melgaço. Que já ameaçou não sei bem o quê. Nem importa. “Isto” são guerras “deles”, marcação de território de caça (ao voto e aos patos).
Consta que o P.S. pode querer tirar o tapete a Defensor de Moura e não o recandidatar em Viana. Corre, igualmente, que, nesse caso dramático, Defensor se defenderá correndo como independente. Deve estar convencido que o povo vianense, as noivas, as meninas da procissão da Senhora da Agonia e as restantes forças vivas estarão do seu lado. Não sei nem me importa porque, graças a Deus (ou ao deus dos ateus), não sou munícipe vianense.
Tenho quase como certo que nesse hipotético caso, o P.S. bem pode dizer adeus à risonha capital do Alto Minho. Mas isso não deve ser coisa que preocupe os dois por ora desavindos autarcas.
A propósito de autarcas, a concelhia portuense pôs a votos a candidatura de Elisa Ferreira à Câmara do Porto. Houve uma fortíssima maioria de votos a favor desta senhora. Mas houve também uns votos contra o que é natural neste género de conclaves, sobretudo se secretos. Uma vez apurados os resultados, uma luminária presente entendeu que já que a drª Elisa Ferreira tinha sido altamente votada se poderia, como cereja no bolo, propor a “aclamação”. O que imediatamente se fez entre um fartote de aplausos. Nos meus tempos de assembleia, a aclamação só ocorria no caso de haver unanimidade mas é possível que agora as coisas sejam vistas com mais liberalidade. O que me surpreende não é tanto a “aclamação” mas a súbita conversão dos oponentes à vontade da maioria. Note-se que o jornal refere expressamente “votos contra” e não abstenções. Das duas uma, ou esses votos foram (apesar de secretos) um mero engano dos votantes ou, perante a iminência de se verem reconhecidos os adversários da desejada Elisa entenderam mais prudente associar-se às festividades em curso. Chama-se a isto flexibilidade política e sentido de Estado.
Um cavalheiro apropriadamente chamado Bota entendeu propor o nome austero de Gonçalo Amaral à Câmara de Olhão. O referido cavalheiro ilustrou-se fartamente na condução do inquérito ao desaparecimento de uma criança inglesa, como todos sabem. Saiu do inquérito sem louros de qualquer espécie e sem que o público saiba o que aconteceu à desventurada criaturinha. Publicou um livro sobre o assunto com o sugestivo nome de “A verdade da mentira”. Ou vice-versa. O livro, já que livro é todo o conjunto de folhas impressas, coladas e encapadas e oferecido à leitura, cuja leitura se recomenda a quem queira obter o perdão de muitos e graves, gravíssimos, pecados capitais, já vai não sei em quantas edições e corre mundo ou, pelo menos, a Espanha e a Inglaterra em apropriadas versões vernáculas. Lá, como cá, devem habitar legiões de pecadores...
A comissão política do PSD, uma vez sem exemplo, opôs-se a tal candidatura. Pelos vistos, acreditam que os habitantes de Olhão, vila da Restauração, merecem outra sorte mesmo uma câmara socialista. O referido Bota terá dito que GA também era cidadão e por isso tinha direito a presidir a uma Câmara. Haja quem lhe explique que ser só cidadão não chega. Convém ter um projecto político, meia dúzia de ideias para a cidade, ter um passado, já agora, e um futuro se possível.
Aguardam-se ansiosamente notícias sobre Felgueiras, Gondomar (o major, claro, sempre ele...) Oeiras (Isaltino, pois claro) e mais um par de terras onde alguns pterodáctilos governam em nome sabe-se lá bem de quê. E estamos em boa altura, agora que o Carnaval se aproxima.
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