A forma como JPP aborda no Abrupto aquilo a que chama situacionismo ao nível da comunicação social merecia tornar-se num caso de estudo. Não haverá por aí algum investigador que pegue nos seus escritos para fazer um doutoramento? Há matéria para isso. Nomeadamente se a tese for que o ser humano, em determinados contextos, perde por completo a capacidade de ver, ouvir, ler e analisar de forma minimamente objectiva. Melhor dizendo, perde discernimento. O difícil aqui não seria identificar os contextos.Bom, mas tendo por base essa ideia do situacionismo, eis que me surgem duas questões:
1ª - Se este senhor tivesse dito o contrário não teria a honra de abrir todos os noticiários?
2ª - Será uma peça séria de ilustração da crise a que apresenta, a par dos despedimentos, falências e crise financeira, uma senhora a dizer que só há uma pessoa a rir neste país face à crise referindo-se a Sócrates? É que, para aumentar a seriedade da peça deram uma imagem de fundo do primeiro-ministro a rir. Passou há bocado no Prós e Contras.
O que eu lamento, é que neste Circo de Feras os chacinados sejamos todos nós, já que a crise é séria e merecia mais e melhor energia para a ultrapassarmos. Neste momento podemos precisar de tudo, menos de um Governo fragilizado.
4 comentários:
Neste momento precisamos de um governo que preveja, actue, seja prudente e não cante vitórias sucessivas sobre uma crise que todos diziam ser grave.
continuando : e que ele (governo) subestimou.
Mcr, sobre essa questão penso que a atitude de Sócrates é a mais adequada. Claro que há excesso e há também eleitoralismo, mas os políticos são assim mesmo. Não há que crucificar por isso. O optimismo tem que fazer parte do discurso político. Quanto baste, é certo, mas tem que ser lema. Se os elementos do Governo andassem para aí a clamar aos quatro ventos que isto está péssimo, que as saídas não se vislumbram, que só podemos esperar um futuro pior, qual o serviço que estariam a prestar ao país?
Há medidas que, do meu ponto de vista, são boas, como é o caso do alargamento da protecção no desemprego. Outras boas mas mal aplicadas, como está a ser o caso do apoio financeiro ás PME. Outras desadequadas e desproporcionadas como é o caso do apoio a certa banca.
V. desculpe-me mas o optimismo de Sócraates, em contraste com as posições mais consequentes de outros líderes (Merkel, Brown ou Sarkozy sem falar de Zapatero), tem tido resultados nulos. Os despedimentos avançam, as falências sucedem-se, o pessimismo nacional é o que se sabe. No meio disto tudo, um tótó chamado Madaíl acompanhado por um Secretário de Estado dos Desportos que já deveria estar a arranjar a relva de um estádio (comendo-a até se for caso disso) acena com o campeonato de futebol de dois mil e carqueja. só Mário Lino, o incomparável, lhe fez timidamente frente.
Ou por outras palavras andamos a desmobilizar os cidadãos. E isso tornará o ano bem pior do que seria legítimo esperar.
Prometer uma crise branda é enganar as pessoas. enganar as pessoas não é governar.
Se bem se recorda fiz esta mesma (ou parecida) acusação a Durão Barroso. Não se trata como vê de perseguição ao sr engenheiro. Trata-se de ética política, simplesmente. A população não está a ser convenientemente preparada para os dias que aí vem.
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