02 janeiro 2009

O PRIMEIRO DIA ÚTIL DE 2009

Depois de tantos dias a afagar a crise com as coisas próprias do Natal, eis que chegamos ao primeiro dia útil do ano novo, que por ser Sexta-Feira estica por mais algum tempo o período das Festas.

Por tudo o que se anuncia, a grande diferença entre 2008 e o ano de 2009 é a substituição do 8 pelo 9. Tudo o resto seguirá a tendência habitual. A mesma política, a mesma justiça lenta, as mesmas querelas na educação. Talvez não encerrem mais urgências, talvez

Os comentadores também continuarão a ser os mesmos, isto é, políticos que nas horas livres actuam como analistas políticos. As TV.s continuarão a debater política e futebol, com os mesmos painéis de analistas, ex-ministros, autarcas e ex-autarcas, deputados e ex-deputados.

Vamos ter agentes políticos que já ocuparam pastas ministeriais a dar palpites e a propor soluções que não foram capazes de aplicar quando ocuparam aquelas pastas.

Vamos assistir à dança das cadeiras, em ano de todas as eleições, com guerrilhas intra partidárias, na disputa por um lugar no pódio do poder.

Vamos assistir a grandes apelos à nossa confiança no futuro e nos dois grandes investimentos que o Governo vai levar a cabo para mal de (quase) todos nós.

E mesmo que alguns pensem que a crise pode ter algumas virtualidades, como seja: melhorar os sistemas de controlo e de supervisão; aumentar o poder do Estado na regulação dos Mercados; aprofundar a intervenção do Estado na redistribuição da riqueza, a verdade é que tudo isso acontecerá dentro dos contornos estabelecidos pelos mesmos que criaram as condições para a germinação e desenvolvimento da crise.

Portanto, o ano de 2009 será a repetição de 2008, com o pedido de sacrifícios aos sacrificados do costume.

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