Abriu há um mês e meio, dois meses, uma nova livraria em Lisboa. Chama-se “poesia incompleta” e só vende livros de poesia.
A abertura de uma livraria é sempre um motivo de festa para os escassos leitores de que o país dispõe. Seja em que sítio for. Claro que em Lisboa é menos notícia do que em Vilar de Perdizes mas nem por isso deixa de ser notícia, uma bela notícia.
Todavia, e sem desmerecer, se isso se passasse no Porto, então a notícia não era notícia. Eu explico. Há no Porto na rua das Oliveiras, a poucos metros do “Carlos Alberto, e da confluência de Mártires da Liberdade com a rua da Conceição, uma livraria com vários anos de existência dedicada só à poesia e ao teatro. Chama-se Poetria.
Parece-me que ao anunciar a livraria “poesia incompleta” não teria sido mau falar desta instituição portuense mesmo que junte à poesia o teatro. O teatro que tantas e tantas vezes foi confundido com a poesia...
Mas a “poetria” é no Porto... ou seja, não é notícia nem merece duas linhas. E tem já um par de anos. Vive, sobrevive, resiste vá lá saber como... Adivinha-se muito sacrifício, muita vontade, muitas cumplicidades. Mas é no Porto... E do Porto só se sabe aquela burrice da “cidade do trabalho”, das tripas, do Norte severo e adusto. E do frio, do cinzento e dos restaurantes onde se comia à fartazana.
Às vezes, eu, emigrado na cidade, sinto vontade de desatar aos vivas ao senhor Pinto da Costa, ao FCP, de ser “andrade” e de me referir aos do sul como mouros. Mas um repente de vergonha e de bom-senso impede-me de responder ao contínuo desconhecimento e aos disparates com outro disparate. E repito para com os meus botões que Lisboa é uma belíssima cidade, que há lisboetas felizes mesmo quando têm de aturar os custos da capitalidade e a arrogância dos parvenus que em enxurradas chegam da província dispostos a tudo. Também as rosas estão inocentes das moscas que lhes circulam à volta.
Mas à Poetria o que é da poesia (e do teatro) e a essa irmãzinha mais nova e alfacinha mil venturas
A abertura de uma livraria é sempre um motivo de festa para os escassos leitores de que o país dispõe. Seja em que sítio for. Claro que em Lisboa é menos notícia do que em Vilar de Perdizes mas nem por isso deixa de ser notícia, uma bela notícia.
Todavia, e sem desmerecer, se isso se passasse no Porto, então a notícia não era notícia. Eu explico. Há no Porto na rua das Oliveiras, a poucos metros do “Carlos Alberto, e da confluência de Mártires da Liberdade com a rua da Conceição, uma livraria com vários anos de existência dedicada só à poesia e ao teatro. Chama-se Poetria.
Parece-me que ao anunciar a livraria “poesia incompleta” não teria sido mau falar desta instituição portuense mesmo que junte à poesia o teatro. O teatro que tantas e tantas vezes foi confundido com a poesia...
Mas a “poetria” é no Porto... ou seja, não é notícia nem merece duas linhas. E tem já um par de anos. Vive, sobrevive, resiste vá lá saber como... Adivinha-se muito sacrifício, muita vontade, muitas cumplicidades. Mas é no Porto... E do Porto só se sabe aquela burrice da “cidade do trabalho”, das tripas, do Norte severo e adusto. E do frio, do cinzento e dos restaurantes onde se comia à fartazana.
Às vezes, eu, emigrado na cidade, sinto vontade de desatar aos vivas ao senhor Pinto da Costa, ao FCP, de ser “andrade” e de me referir aos do sul como mouros. Mas um repente de vergonha e de bom-senso impede-me de responder ao contínuo desconhecimento e aos disparates com outro disparate. E repito para com os meus botões que Lisboa é uma belíssima cidade, que há lisboetas felizes mesmo quando têm de aturar os custos da capitalidade e a arrogância dos parvenus que em enxurradas chegam da província dispostos a tudo. Também as rosas estão inocentes das moscas que lhes circulam à volta.
Mas à Poetria o que é da poesia (e do teatro) e a essa irmãzinha mais nova e alfacinha mil venturas
d'Oliveira fecit
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