Em anterior post comentava eu algumas subtilezas da nossa exuberante vida autárquica que alguém, sem dúvida apressadamente, crismava de manancial da democracia. Será. Todavia, isto há-de ter algumas fronteiras que vão desde a risonha Felgueiras até uma terra de que me escapa o nome mas que será apontada.
Comecemos por Felgueiras cuja padroeira também se chama Fátima embora em tom (e carne) mais terrenal e com botox e muita tinta no cabelo. A actual heroína do folhetim felgueirense, de sua graça Fátima, anda pelos tribunais acusada de um par de irregularidades mais comprido do que a légua da Póvoa. Em anterior julgamento foi condenada a uma pena relativamente benigna. Mas foi condenada. Agora arrosta com mais outra se se provarem os factos de que vem acusada. Entretanto sabe-se que a simpática e munificente Câmara a que preside entendeu num gesto largo e moscovita pagar todas as despesas com os processos que sucessivamente lhe vão caindo em cima. Diz-se mesmo que nessa generosa doação cabem os gastos com uma precipitada fuga para o Brasil e, espera-se, com a estadia no mesmo país, operações plásticas ou similares (se as houve) a que se submeteu para reparar a cútis cansada das vicissitudes do tempo, da política e da idade. Ora toma!
A Procuradoria da República já produziu um douto parecer em que se consideram ilegais tais pagamentos mas o advogado da ré replicou que um parecer da PR é tão só um parecer e que outros há, pedidos (e pagos) pela Câmara (a que a ré preside, lembremos) e que se louvam em doutrina contrária. Como se vê, no mercado há pareceres de todas as cores e feitios. À cautela já corre no Tribunal Administrativo competente uma acção tendente a pedir a reposição do cacau abonado para a gratificante tarefa de defender Fátima dos seus ímpios perseguidores.
Noutra localidade, li com estes que a terra há-de comer, o P.S. escolheu um candidato à Câmara que no seu currículo tem um ligeiro senão. Foi, até ao momento da proclamação como candidato, militante conhecido e importante, do PPD local. Vamos que pelo menos já pediu a sua desinscrição, o que só lhe fica bem. Estamos a vê-lo, ao candidato, ainda na sua veste de social-democrata (Que querem? É assim que chamam aos do PPD!...) a cavalo pela estrada de Damasco, digo de Lisboa, subitamente varado por um raio de luz. E uma voz longínqua a dizer-lhe: porque me persegues? E ele, apeando-se a ajoelhando: engenheiro, engenheiro quem és tu? E numa nuvem cor de rosa, uma multidão da distrital socialista a acenar-lhe com palmas e a a investi-lo na missão altamente apostólica de candidato à municipalidade. É bonito!
Neste comedia de enganos eis-nos de novo frente ao arcanjo Narciso Miranda. Diz o ex-autarca matosinhense que nada, sequer um lugar de deputado europeu, o demove de concorrer à Câmara de Matosinhos. A isto chama-se amor. E desprezo pelo dinheiro. Será Narciso rico? Será apenas um sonhador, mas pobre?
Conta Narciso que lhe ofereceram a candidatura socialista à Câmara de Gaia. Que o autor de tal pirueta foi o senhor Sampaio, actual manda-chuva distrital socialista. Entretanto o dito cujo senhor Sampaio está calado e não corrobora nem desmente Narciso. Mas convinha que dissesse algo sobre o assunto. Porque se é verdade o que diz Narciso, ficamos sem perceber bem o que é que o P.S. quer. Ora vejamos.
Oferece Gaia para ganhar? E nesse caso porque não aceitar o pedido de Narciso para Matosinhos?
Ou pensarão que Gaia está perdida e que nem Narciso apesar de todos os encantos com que os deuses o dotaram a ganha? E nesse caso, Sampaio, o melífluo, terá tentado armadilhar Narciso.
Sampaio conhece mal (se sequer conhece) a mitologia grega: para abater Narciso bastará um espelho, nem que seja o das eleições. Némesis não costuma perdoar.
Alguém desse distinto grupo de leitoras dirá que estou a atirar com pérolas (a mitologia) a filisteus (para não dizer outra coisa mais adequada à verdadeira fábula). É possível mas convém tratar estas minudências pestilenciais com um pouco de dignidade para não soçobramos na mesma feia e triste realidade.
Dirão que daqui até às eleições muita tinta ainda há-de correr. Acredito. Espero, até, começar a perceber o que Elisa Ferreira tem para dizer sobre o Porto. Convenhamos que já o deveria ter dito. Até à data, murmurou qualquer coisa que se resume a ser diferente de Rui Rio. Claro que é. Ela é mulher e ele não. Fora isso, que é de somenos, nada mais sabemos. Não parece extraordinário?
Comecemos por Felgueiras cuja padroeira também se chama Fátima embora em tom (e carne) mais terrenal e com botox e muita tinta no cabelo. A actual heroína do folhetim felgueirense, de sua graça Fátima, anda pelos tribunais acusada de um par de irregularidades mais comprido do que a légua da Póvoa. Em anterior julgamento foi condenada a uma pena relativamente benigna. Mas foi condenada. Agora arrosta com mais outra se se provarem os factos de que vem acusada. Entretanto sabe-se que a simpática e munificente Câmara a que preside entendeu num gesto largo e moscovita pagar todas as despesas com os processos que sucessivamente lhe vão caindo em cima. Diz-se mesmo que nessa generosa doação cabem os gastos com uma precipitada fuga para o Brasil e, espera-se, com a estadia no mesmo país, operações plásticas ou similares (se as houve) a que se submeteu para reparar a cútis cansada das vicissitudes do tempo, da política e da idade. Ora toma!
A Procuradoria da República já produziu um douto parecer em que se consideram ilegais tais pagamentos mas o advogado da ré replicou que um parecer da PR é tão só um parecer e que outros há, pedidos (e pagos) pela Câmara (a que a ré preside, lembremos) e que se louvam em doutrina contrária. Como se vê, no mercado há pareceres de todas as cores e feitios. À cautela já corre no Tribunal Administrativo competente uma acção tendente a pedir a reposição do cacau abonado para a gratificante tarefa de defender Fátima dos seus ímpios perseguidores.
Noutra localidade, li com estes que a terra há-de comer, o P.S. escolheu um candidato à Câmara que no seu currículo tem um ligeiro senão. Foi, até ao momento da proclamação como candidato, militante conhecido e importante, do PPD local. Vamos que pelo menos já pediu a sua desinscrição, o que só lhe fica bem. Estamos a vê-lo, ao candidato, ainda na sua veste de social-democrata (Que querem? É assim que chamam aos do PPD!...) a cavalo pela estrada de Damasco, digo de Lisboa, subitamente varado por um raio de luz. E uma voz longínqua a dizer-lhe: porque me persegues? E ele, apeando-se a ajoelhando: engenheiro, engenheiro quem és tu? E numa nuvem cor de rosa, uma multidão da distrital socialista a acenar-lhe com palmas e a a investi-lo na missão altamente apostólica de candidato à municipalidade. É bonito!
Neste comedia de enganos eis-nos de novo frente ao arcanjo Narciso Miranda. Diz o ex-autarca matosinhense que nada, sequer um lugar de deputado europeu, o demove de concorrer à Câmara de Matosinhos. A isto chama-se amor. E desprezo pelo dinheiro. Será Narciso rico? Será apenas um sonhador, mas pobre?
Conta Narciso que lhe ofereceram a candidatura socialista à Câmara de Gaia. Que o autor de tal pirueta foi o senhor Sampaio, actual manda-chuva distrital socialista. Entretanto o dito cujo senhor Sampaio está calado e não corrobora nem desmente Narciso. Mas convinha que dissesse algo sobre o assunto. Porque se é verdade o que diz Narciso, ficamos sem perceber bem o que é que o P.S. quer. Ora vejamos.
Oferece Gaia para ganhar? E nesse caso porque não aceitar o pedido de Narciso para Matosinhos?
Ou pensarão que Gaia está perdida e que nem Narciso apesar de todos os encantos com que os deuses o dotaram a ganha? E nesse caso, Sampaio, o melífluo, terá tentado armadilhar Narciso.
Sampaio conhece mal (se sequer conhece) a mitologia grega: para abater Narciso bastará um espelho, nem que seja o das eleições. Némesis não costuma perdoar.
Alguém desse distinto grupo de leitoras dirá que estou a atirar com pérolas (a mitologia) a filisteus (para não dizer outra coisa mais adequada à verdadeira fábula). É possível mas convém tratar estas minudências pestilenciais com um pouco de dignidade para não soçobramos na mesma feia e triste realidade.
Dirão que daqui até às eleições muita tinta ainda há-de correr. Acredito. Espero, até, começar a perceber o que Elisa Ferreira tem para dizer sobre o Porto. Convenhamos que já o deveria ter dito. Até à data, murmurou qualquer coisa que se resume a ser diferente de Rui Rio. Claro que é. Ela é mulher e ele não. Fora isso, que é de somenos, nada mais sabemos. Não parece extraordinário?
6 comentários:
Caro MCR, foi em Paços de Ferreira que o PS escolheu um candidato até aqui ligado ao PSD. Paços de Ferreira que lhe diz muito...
É verdade! e o candidato chama-se Brito e é dr ou passa por tal. Não tem hipóteses contra o presidente da Câmara actual que é muito dinâmico e goza de confortável apoio popular.
S.Paulo,a caminho de Damasco, terá ido a pé.
O cavalo é uma ilustre criação de pintores.Veja-se Caravaggio! Fenomenal!!!
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