26 junho 2004

Instituto da Conservação da Natureza na penúria

"O Instituto da Conservação da Natureza está na mais absoluta penúria. Nos parques não há dinheiro nem para colocar cartas no correio e muito menos para contratar pessoal ou pôr de pé os projectos previstos nos planos de actividade. O orçamento está reduzido a metade do inicialmente previsto, perdem-se os fundos comunitários e a desmotivação é geral. As demissões sucedem-se.
Por todo o lado a ideia é de míngua, não se pagam indemnizações pelos danos provocados pelo lobo, os centros de recuperação de animais debatem-se com carências graves e até já se chega ao ponto de existirem equipamentos que implicaram um grande investimento e que não estão a funcionar porque o ICN não paga o que deve.
É o caso do sistema de televigilância da Área de Paisagem Protegida do Litoral de Esposende (APPLE) - um caso divulgado na terça-feira pelo PÚBLICO -, que está instalado há seis meses e que custou quase meio milhão de euros ao ICN. Não entra em funcionamento porque a EDP se recusa a fornecer energia eléctrica enquanto as dívidas não forem regularizadas."
O Parque Natural da Ria Formosa (PNRF) "bateu no fundo", por falta de dinheiro para a gestão e conservação da Natureza. O Centro de Recuperação de Aves (CRA), por exemplo, não tem sequer verbas para comprar medicamentos. Anteontem, a Câmara de Faro enviou um galeirão e dois patos, vítimas de intoxicação na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) - casos que ocorrem com frequência, quando o calor aperta - e só foram tratados porque a farmácia deu crédito na compra dos antibióticos.
Desde há cerca de sete meses, os funcionários do PNRF não recebem ajudas de custo e o dinheiro não chega sequer para as despesas correntes. No início da semana, aproveitando o facto de estarem previstos dois dias de corte de energia - devido a trabalhos de manutenção no posto de transformação de electricidade -, alguns empregados pensaram organizar-se para fazer uma campanha de limpeza na Quinta do Marim. Quando foram pedir sacos de plástico para recolher os resíduos, obtiveram a já clássica resposta: não temos material, nem há dinheiro para comprar. Desistiram da ideia."

In O Público de ontem. Ler mais aqui e aqui

5 comentários:

Kamikaze (L.P.) disse...

P.N. Ria Formosa - ainda do Público:

Por falta de verbas também não têm sido apresentadas candidaturas comunitárias para projectos de investigação. Os funcionários manifestam-se desmotivados e o poder autárquico, desde que o PNRF perdeu influência na aprovação dos projectos da orla costeira, desinteressou-se da gestão do parque. Sobretudo desde que as decisões passaram a ser ordenadas a partir dos serviços centrais.
A receita gerada pelo parque, se fosse administrada pela própria região - enfatizam -, dava para pagar todas as despesas de funcionamento da estrutura. Esta área protegida, além de receber as taxas dos 10 mil viveiros da Ria Formosa, usufrui também das licenças de concessão da orla costeira para apoios de praia, numa área de cerca de 60 quilómetros. Idálio Revez

Kamikaze (L.P.) disse...

Mais:
... corte das despesas com pessoal, o que significa que dezenas de contratados estão sem receber. E não se contrata mais ninguém, o que leva a situações caricatas, como a que se passa no Parque Natural do Vale do Guadiana, que não tem um único administrativo, ninguém que atenda telefones ou receba visitantes

Primo de Amarante disse...

Os meus amigos ainda não compreenderam que em matéria de ambiente houve uma mudança de paradigma! Já não conta os verdes, o que conta são os ferfumes. As questões do ambiente prendem-se, agora, com as questões do perfume francês e do desodorizante channell. À frente do ministério que terá estas preocupações,predestinou-se LillY Caneças ou Cinha-Jardim.E a primeirar todas as ministras, abrindo com aquele toque de lábio na mão das ditas a reunão, vai ficar o santana casa-nova.

Anónimo disse...

Seu invejoso!...

Primo de Amarante disse...

Só se for usar sabão amarelo.