Segundo o Correio da Manhã de hoje, Avelino Ferreira Torres, presidente da Câmara de Marco de Canaveses, será um dos participantes do concurso da TVI, Quinta das Celebridades.
Questionou-me o Correio da Manhã, na qualidade de opositor de FT, sobre o que eu pensava do assunto.
Sublinhei, em primeiro lugar, que esperava que o concurso fosse vitalício porque, dessa forma, seria um alívio para o Marco, onde FT é presidente, e para Amarante, onde pretende ser presidente.
Mas, se não fosse vitalício, esperava então que FT aproveitasse o convívio com o J7 nacional para aprender algumas coisas, desde logo a ser mais bem educado com as pessoas e ter comportamentos mais adequados à sua condição de autarca.
No entanto, não pude deixar de salientar a minha perplexidade. FT tem um cargo político, para o qual foi eleito. Ora, quando votaram nele, os marcoenses elegeram-no para presidir à autarquia e não para o ver a participar num longo concurso onde "apenas tem que se estar e aguentar". Nada teria contra se o o autarca fosse a um daqueles concursos de cultura geral, onde, se bem sucedido, poderia melhorar a sua imagem e, sobretudo, a do concelho. Mas, como se sabe, não é esse o forte do autarca. Nem é esse o perfil do programa.
Assim, e como parece certa a sua participação no concurso, espero que se dê bem com os demais participantes, que não diga palavrões à frente das "tias" e muito menos que choque o finíssimo José Castel-Branco...
De qualquer modo, não deixa de ser interessante que FT tenha aceite o convite. Estou mesmo a vê-lo a portar-se bem, a tentar demonstrar que é "homem para todo o serviço". Ele lá saberá por quê. Cá para mim, aquilo por Amarante não deve estar a correr muito bem...
06 setembro 2004
FT na Quinta
Marcadores: carteiro (Coutinho Ribeiro)
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2 comentários:
Ai meu caro Carteiro...
Você ainda não percebeu inteiramente porque é que FT tem votos e porque é que FT aceita ir para um reality show.
FT tem votos porque o "bom" povo do Marco se revê nele, no estilo caceteiro, insolente e prepotente. Ferreira Torres é uma espécie de Asterix, como o é o Alberto João Jardim a outra escala. Os locais perdoam tudo a FT porque FT obtem resultados, tem peso fora porque o acham com peso no Marco, é incontornável no Marco por causa do que "recolhe" por via dos apoios que tem fora.
Só que os tempos mudam e até Ferreira Torres tem a percepção disso. E uma das coisas que muda é a da percepção do tal "peso" externo que se pode resumir por ser mediático, por "aparecer" - simplesmente - na TV.
Do ponto de vista de FT este não tem nada ou quase nada a perder; põe - ainda mais - o Marco no mapa ( e que terreola nã gosta de ser falada) e metamorfoseia-se aos olhos do país de um #$%*&^ a braços com a justiça num "adorável" tosco, num castiço, a la Tino de Rans...
O País, o país urbano adora este tipo de personagens, ainda por cima distantes de uma terrazinha do interior.
No fundo Ferreira Torres é também ele o retrato de um certo país que às escondidas, evergonhadamente, até se revê nele. José Eduardo Moniz sabe isso.
É a vida.
Avelino é um espanto. Um dia hão-de explicar o salvo-conduto de impunidade perante a lei que conseguiu com o assassinato do irmão.
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