05 outubro 2004

O FERIADO AINDA TEM UMAS HORITAS

Amanhã é, de novo, dia de trabalho, mas o feriado ainda tem umas horitas para serem aproveitadas, acabadas que estão as comemorações do Dia da República.

Silvina Rodrigues Lopes diz: "Ouço e escavo as palavras até serem casas".
Porque não ver como ela desenvolve esta actividade no seu último livro "Sobretudo as Vozes" (edições Vendaval, 74 páginas) ?
Um aperitivo apenas:
". Caminho
sem saber dos meus passos. Para um lugar
onde tudo se faz alheio. Nem noite, nem
dia, nem dúvida, só a ausência. Deito-me na
base da montanha sobre um solo hostil. Não
sei o que aí deixo. Os olhos fogem-me para
o alto. Transporto a flor do tojo e coloco-a
aos teus pés, que se desenham. Ganho raízes,
tenacidade, loucura. Para saber como as
nossas veias se estendem e se encontram."


E ainda dá para ouvir o disco da Bethânia que ontem foi colocado à venda em Portual - "Brasileirinho".
"Felicidade se acha é em horinhas de descuido" (João Guimarães Rosa).

Quanto a acompanhamento, talvez um puro Rabaçal (leite de ovelha e 20 a 25% de cabra) e um Quinta do Carmo tinto, colheita de 1999.
Mas, atenção!
"O queijo do Rabaçal
Tem uma fama afamada:
À revelia d'elle vendem
Queijos que não valem nada ..."

(quadra recolhida por José Leite de Vasconcelos)

Quanto a companhia, a cada um segundo as suas possibilidades!
Bom resto de feriado.

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