Cheguei a casa, liguei o computador e li o seu postal. Durante uma boa meia-hora, fiquei petrificado. Petrificado por ter lido a sua decisão radical de suspender a sua participação no blog - no blog de que é a alma grande -, e petrificado porque, embora marginalmente, eu sou actor neste processo, quando decidi trazer ao blog uma súmula do que O Comércio dizia.
Como compreenderá, não coloquei o postal para instigar mais controvérsia - ainda que a controvérsia seja útil, desde que não funalizada. Fi-lo, apenas, para chamar a atenção para o que tinha sido publicado e que poderia passar à margem dos visados e dos frequentadores do blog. Não vou pronunciar-me sobre o que foi publicado. Não me apetece.
O que me apetece dizer, é que o cerne da controvérsia foi um dos momentos altos deste blog e dos demais envolvidos. Foi um ponto alto, um momento que eu nunca entendi como uma disputa entre pares, mas como uma discussão entre pares sobre um tema candente. Presumo que todos nós estamos pouco preocupados com as eventuais alhadas de Pinto da Costa e das incidências no Apito Dourado - o que nos move, a todos, são as questões que essas questões despoletaram em termos de direito (e de justiça).
Meu Caro Lemos da Costa:
Por interposta pessoa, foi V. que me convidou para escrever neste blog. V. deu-me toda a liberdade possível para que eu escrevesse, e eu deixei claro que a sua liberdade para me "calar" era total. Eu escrevo neste sítio porque gosto, porque não quero escrever noutros blogs, porque, como ontem me dizia uma amiga comum, é possível fazer amizades num blog. E eu fiz amizades neste blog, amizades que me levaram a trazer aqui poetas anónimos do século XXI e cartas intimistas que não têm tempo. E fiz amizades que me incitaram a trazer para este blog - hoje mesmo - pessoas que podem contribuir para o enriquecer.
Como perceberá, Lemos da Costa, "isto" sem V. não é a mesma coisa. Isto é uma empresa familiar. E eu quero continuar aqui. Consigo.
Grato por tudo, meu Caro L.C.. E até amanhã.
10 dezembro 2004
Caro Lemos da Costa
Marcadores: carteiro (Coutinho Ribeiro)
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1 comentário:
É tal qal como o carteiro diz nesta belíssima epístola: Lemos da Costa, "isto" sem V. não é a mesma coisa. Isto é uma empresa familiar. E eu quero continuar aqui. Consigo.
Grato por tudo, meu Caro L.C.. E até amanhã.
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