Amanhã, às 9.30 horas da manhã, estou no Marco. É o último julgamento antes de férias (acho que é...) e ainda bem. Estou cansado - de julgamentos e do Marco. Aliás, esta é a primeira vez que eu vou ao Marco depois de ter renunciado ao Marco como autarca, porque, em boa-verdade, o Marco estava a provocar-me uma fobia. Que o digam os meus pais que, ainda hoje, esperaram, em vão, pelo neto e por mim.
Mas o Marco continua a estar presente. O meu substituto na Câmara acha que tem o dever de me contar como agiu nas reuniões de Câmara, coisa que eu dispenso. O compadre esteves, meu amigo, companheiro, camarada - mestre -, continua a ligar-me para me contar coisas do Marco, como se eu continuasse a ser protagonista local, coisa que eu já não sou, mas que o compadre não quer aceitar porque - e tem razão (que vaidoso eu sou!) - acha que eu ainda tenho alguma coisa para dar à terra e talvez seja aquele que poderia dar mais à terra, apesar das nossas divergências ideológicas.
No meu regresso às origens, reaproximei-me de pessoas que já não via há muito, tive de suportar o pior que havia no Marco, tive de fazer pontes improváveis, tive de aguentar aqueles que se colam, confirmei o pior de algumas pessoas que nunca deixaram de me odiar, e tive a solidariedade de pessoas que me surpreenderam pela positiva. O compadre foi do melhor que me aconteceu. O Zé Carlos foi - como sempre! - um senhor, que esteve comigo por amizade e por convicção e que vai embora porque eu vou, porque sente que não faz sentido continuar sem mim. E ficam por lá alguns que eu chutei para cima, mas que já se esqueceram disso - em política a memória é muito curta -, embora seja certo que nunca teriam sido chutados para cima se eu não tivesse estado. Gente de vistas curtas. Que ganham agora mas não passam daí...
20 dezembro 2004
Fobia
Marcadores: carteiro (Coutinho Ribeiro)
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1 comentário:
Caro companheiro: respeitamos os estados de espírito, nomeadamente a fobia. Também não apelamos propriamente ao protagonismo. Como sabe os "ismos" não conjugam com espírito de serviço, sentido do dever, partilha ou solidariedade -- tudo o que faz a cidadania. Só queríamos que o companheiro com a sua facilidade em alertar os media, continuasse atento ao que se passa no Marco e exercesse a sua influência para que os jornais, a rádio e a televisão denunciassem o que está mal. Por exemplo, a instalação de um CIRVER. O Marco está ameaçado em se tornar numa perigosa fossa do País. Não produz lixo tóxico e é muito possível que cerca de metade dos 29 milhões de toneladas de resíduos industriais e das 254 mil toneladas de resíduos perigosos passem a vir para o Marco, sendo tratados por processos químicos que, segundo alguns, será acrescentar ao lixo que chega um outro lixo, o da intervenção química. E esta enorme fossa ficará no lugar de Boi Morto, em Manhuncelos, na encosta que dá para o Rio de Galinhas que desagua no Tâmega, donde é captada a água que abastece Cidade.E seria interessante saber quem verdadeiramente adquiriu recentemente os terrenos que vão servir para instalar o CIRVER.
O Avelino soube cnstruir um enorme embuste e depois de tomar banho na Quinta das Celebridades, vai para a Amarante, deixando-nos, para além da falência técnica da Câmara, este legado perigoso. Será que vamos, como marcoenses e cidadãos, ficar indiferentes a tudo isto, só por que o nosso estado de espírito não nos está a prender à Terra onde nascemos, crescemos e fizemos alguns bons amigos?!...
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