21 dezembro 2004

Não à fossa de lixos tóxicos no Marco!

Os negócios ligados ao tratamento de lixos tóxicos começam a ter uma importância enorme. É preciso evitar que as preocupações com a “ganhuça” não se sobreponham às questões ambientais, ao direito que os nossos filhos e netos têm de poderem habitar esta “casa” que também é deles. As Futuras gerações têm direitos que é preciso salvaguardar e, como a ciência em relação à previsibilidade da segurança no tratamento de lixos tóxicos ainda pouco nos consegue dizer, temos de nos apoiar nos princípios de uma ética da solidariedade antropocósmica. E essa solidariedade impõe-se para com os marcoenses e habitantes dos concelhos vizinhos.
Avelino Ferreira Torres, no estilo “quero, posso e mando” decidiu, com o apoio dos vereadores do seu partido, instalar uma enorme fossa de resíduos perigosos no Concelho do Marco, sem estudos de impacto ambiental, sem uma informação sobre a quantidade e qualidade dos lixos, sem a criação de uma comissão de acompanhamento da instalação de um CIRVER, como aconselha a Quercus. Se deixarmos confirmar este facto, é muito possível que cerca de metade dos 29 milhões de toneladas de resíduos industriais e das 254 mil toneladas de resíduos perigosos passem a vir para a Terra que nos viu nascer, crescer e fazer amigos. Aqui, no Marco, o CIRVER fará o tratamento do lixo através de processos químicos que, segundo alguns, acabará por se traduzir no acrescentar ao lixo que chega um outro lixo, o da intervenção química.
Essa enorme fossa ficará no lugar de Boi Morto, em Manhuncelos, na encosta que dá para o Rio de Galinhas que desagua no Tâmega, donde é captada a água que abastece a Cidade do Marco.
Já que muitos terrenos no Marco são adquiridos em nome de quem não é o seu real comprador, desconfia-se de quem são verdadeiramente os terrenos onde será construída essa fosse enorme que servirá de instalação do CIRVER. Talvez os 20 milhões de euros que o amigo de Avelino Ferreira Torres e testemunha abonatória no julgamento em que este autarca foi condenado por crimes de peculato, peculato de uso e abuso de poder, o ainda ministro Luís Nobre Guedes, vai disponibilizar para a aquisição de terrenos e infra-estruturas do Cirver, acabem por ter finalidades que não interessem ao futuro dos marcoenses nem ao futuro dos amarantinos.
É preciso tratar os resíduos perigosos, mas isso não pode acontecer sem estudos sobre o impacto ambiental e sobre a forma como esse tratamento será feito. Os marcoenses desconhecem esses estudos e dominados por um cacique trauliteiro estão alheados dos riscos que correm. Compete aos mais esclarecidos alertar a consciência pública para este problema.
O Avelino soube construir um enorme embuste sobre o que fez pelo Marco e depois de tomar banho na Quinta das Celebridades, vai, com ar de “enxuto”, para Amarante, deixando-nos, para além da falência técnica da Câmara, o risco de mais este legado muito perigoso.
É preciso dizer basta!

5 comentários:

Mocho Atento disse...

E onde se mete a fossa ?
Ontem, li no Jornal de Notícias que a solução apresentada pelo PSD para tratar os resíduos industriais perigosos é a exportação !

Primo de Amarante disse...

A Quercus parece que vendeu uns cursos ao Avelino, isto é, à Câmara do Marco. Estamos a estudar o assunto. Mas o pior é mobilizar as pessoas.Pode ser que começem a perder o medo.

jcp (José Carlos Pereira) disse...

Avelino Ferreira Torres pode enganar muita gente com o seu branqueamento na "Quinta das Celebridades", mas a nós, marcoenses, não engana. Este é mais um caso exemplar da sua acção autárquica. Prometo que na Assembleia Municipal de 28 de Dezembro, não deixarei de pedir explicações sobre este importantíssimo tema.

Primo de Amarante disse...

O Avelino é super-esperto. O curso de gestão, como sabe, foi tirado por correspondência numa Univer. Brasileira durante umas férias. Mas não foi só ele. Também o seu amigo do Mindelo e muito ligado aosárbitros é, hoje dr., O Zandinga dava estes cursos, mas já faleceu e, agora, só no Brasil.
Amigo Jcp, força!

jcp (José Carlos Pereira) disse...

A defesa que Ferreira Torres fez das vantagens do CIRVER na Assembleia Municipal de 28 de Dezembro mostra que o assunto foi tratado em cima do joelho. Aliás, as vantagens enunciadas mais não são que as propostas avançadas, sem qualquer compromisso firme, pelos empreiteiros interessados na construção daquele equipamento! Como a autarquia está sem dinheiro, atira-se para os olhos dos marcoenses com umas vâs promessas de obras e empregos, esquecendo que uma simples proposta deste tipo devia começar com estudos e pareceres rigorosos, elaborados por entidades verdadeiramente independentes face aos poderes político e económico. Não intervim sobre o tema, mas fizeram-no outros deputados municipais do PSD, do PS e da CDU.