29 janeiro 2005

Augúrios

Nos tempos de António Costa, os novos magistrados passaram a receber, na respectiva cerimónia de tomada de posse, um computador portátil, impressora e demais equipamento acessório.
Augura-se que, nas próximas cerimónias do género, o futuro Ministro da Justiça, a coberto de um pacto de regime já esboçado no debate de 5ª feira passada, na RTP passe a distribuir aos nóveis juízes e procuradores da República, este equipamento muito mais moderno:



2 comentários:

Kamikaze (L.P.) disse...

Nota intimista:
nesta geringonça andou o meu filhote a distribuir pequenas encomendas, de porta em porta na cidade de Amsterdão, no mês de Novembro/Dezembro passado, muma tentativa de arredondar a mesada parental, que não sofrera aumento pelo facto de ele ter querido "arejar" antes de seguir, em Janeiro, para o Erasmus, na Eslovénia. Também, certamente, uma forma de se sentir mais integrado e menos "turista".
Depois do impacto do primeiro dia, em que, por se ter perdido inúmeras vezes, entregou poucas encomendas não recebendo, assim, o mínimo que justificasse o enorme esforço físico feito (só no dia seguinte havia de descobrir que a geringonça tinha mudanças...), acabou por se deliciar nos percursos ao longo dos canais, mesmo com o frio cortante que se fazia sentir.
Arrecadou, virtualmente, algo mmenos que uma centena de contos de réis, que deixou na conta do amigo português que, para além de lhe ter arranjado o "emprego", lhe prometera renda de casa a dividir por três. E porque este, vivendo da venda de bicicletas usadas que recuperava, estava mal de finanças, acabou por pagar também, para além do seu terço da renda, o terço que competia ao amigo. Tudo a título de empréstimo.
Quando chegou, trazia presentes de Natal escolhidos a dedo para toda a família e uma conta bancária na penúria.
Apeteceu-me dizer-lhe que talvez tivesse exagerado na dose de credulidade/generosidade, mas não tive coragem de lhe lançar no espírito a dúvida... Afinal, eu posso bem estar enganada.
Tive pena de já não ser como ele.

Primo de Amarante disse...

O que de mais rico há na vida (no meu ponto de vista), é a amizade. E não há outra forma de manifestar amizade a não ser pela generosidade - uma virtude que nos faz estar mais atento ao outro ou aos outros de quem gostamos do que a nós mesmos.
Muitas vezes configuramos o que o nosso filho, a nossa filha, deveria fazer prioritariamente para seu proveito ou ter "sucesso" na vida e descuidamos o apreço por um gesto genuíno de sensibilidade na ligação à família através da generosidade; e, no entanto, é esse gesto que estrutura a felicidade de um homem bom e de bons costumes. Mas essa tentação é geral no melhor pai ou na melhor mãe.