27 fevereiro 2005

A ronda dos emplastros (ou dos novos vampiros)

Será que o PS vai aprender com os erros do PSD e com os erros que cometeu no passado?!...
Há sinais muito preocupantes!... Os emplastros que se colaram a Sócrates durante a campanha eleitoral já se movimentam em reuniões constantes (tal como os vampiros) para encontrar um lugar na mesa do orçamento do Estado.

A pressão para ser satisfeita a “gula” dos boys está, sobretudo, nos directórios distritais. Eles vivem dessa “tropa fandanga” que vê chegada a hora para apresentar a “factura”. Exige-se que o PS saiba resistir a uma “cultura” que fez da lógica dos “aparelhos partidários” uma razão de Estado. Um bom governo terá de mudar o ciclo da cultura política dos partidos e desencadear as reformas necessárias (nomeadamente no sistema político e partidário), que possam credibilizar a acção politica, promover a justiça social e desenvolver o País. E o PS só ganhará esta batalha, se, desde já, der um sinal de querer um bom governo. Mas não basta a imagem pública de competência e rigor: é também necessário que essas características se harmonizem com as preocupações sociais. Em nome das “leis do mercado” não podemos recuar ao princípio da revolução industrial e colocarmo-nos ao nível de alguns países asiáticos. O “mercado” não é o fim da História, nem a razão de Estado. Não há um fim da História e as razões de Estado são questões do interesse comum.

2 comentários:

Primo de Amarante disse...

Marcelo Rebelo de Sousa vai fazendo no 1º canal a sua análise política. Para ele a política é um jogo de xadrez. Está a mudar as peças: coloca cenários com as peças ora á esquerda, ora à direita, ora ao centro, ora ao centro direita, ora ao centro esquerda. E o jogo é encantatório. Fora do tabuleiro, entretanto, há gente sem emprego, que passa fome, que está à espera de uma consulta num hospital, que quer colocar os seus filhos na escola e sente que a escola está a degradar-se, que precisa de habitação, em suma, gente que tem os problemas que Marcelo não tem. E é muita gente! Muita que pode, de repende, descobrir que tem a força que o desespero dá. Marcelo não pensa nisso. Está bem e o Meneses (esse rapaz multifacetado nas suas altas e variadas convicções)quere-o para Presidente da República. E entretanto,Marcelo Rebelo de Sousa vai cobrando à RTP a verborreia que jorra do seu alto saber.
É o sucesso dos "artistas" deste país!

Primo de Amarante disse...

Não procurei "vender nada". Apenas disse o que penso e, por isso, não fui nem sou faccioso. Se estivesse na pele do Marcelo, acusado de fazer cair o Governo, não correria de seguida a apoiá-lo, pelo menos da forma que o fez. Não sou eu que acuso o Marcelo de gelatinoso. Também penso que a política não é do reino da "geometria", mas da cidadania. O populismo é coisa muito diferente. Usar o populismo como arma de arremesso não é forma de argumentar!