04 março 2005

As pressões de Dias da Cunha

O inenarrável presidente do Sporting, Dias da Cunha, veio ontem dizer publicamente que estava contra a eventual indicação de José Lello para ministro do Desporto. Supostamente, este seria um "homem do sistema", seja lá isso o que for.
Além de presidente do Sporting, Dias da Cunha não se pode dissociar da sua condição de destacado empresário, nomeadamente no sector automóvel, e de dirigente político da área do PS. Dias da Cunha não gravita, portanto, numa estratosfera superior ao comum dos mortais, longe de envolvimentos terrenos. Não, ele foi, designadamente, coordenador financeiro das candidaturas presidenciais de Mário Soares e das candidaturas autárquicas de João Soares e era até há pouco tempo presidente da Comissão Nacional de Fiscalização Económica e Financeira do PS.
Imaginam a repercussão que teria uma pressão destas, contestando ou querendo condicionar a eventual nomeação deste ou daquele ministro, se viesse de um agente da área cultural, económica ou social, ainda para mais com estas ligações partidárias?
Por que é que os agentes desportivos, e concretamente Dias da Cunha, procuram apoucar o desporto com iniciativas destas, lançando sistematicamente as setas assassinas na direcção do tal "sistema"? Quando o Sporting ganhou os últimos campeonatos, curiosamente durante os governos PS, onde estava o famigerado"sistema"?

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