No conceito «hermenêutica» está implícito o nome de Hermes, que, segundo a tradição mítica, era mensageiro dos deuses. Isto é, alguém que tinha o dom de interpretar as palavras dos deuses.
A hermenêutica pode, em termos gerais, ser definida como teoria ou filosofia da interpretação (da arte, da história, dos textos, etc.), visando eliminara margem de erro, objectivo ou subjectivo, da interpretação da informação contida num documento. O intérprete para ser fiel à informação não pode abstrair-se da maneira de ser do autor do documento, do seu ambiente cultural, social, político, económico e até religioso, bem como do clima e do meio familiar. Isto é, não pode abstrair daquilo que pode constituir a tradição que influencia o autor ou que o contextualiza. É preciso compreender o “jogo de linguagem” utilizado pelo falante. Originalmente, a hermenêutica era uma exegese dos Textos Sagrados. Procurava interpretar o sentido literal, alegórico, etc. da Bíblia. A hermenêutica como actividade filosófica surgiu com Heidegger (1889-1976) e desenvolveu-se, sobretudo, com H.G. Gadamer (Marburgo,1900) e Ricoeur. Heidegger lembrou que o ser humano, ao desvendar o mundo, desvenda-se a si próprio. Isto é, descobre o seu significado no mundo, interpretando o sentido do mundo. Com Wittgenstein, a hermenêutica passou a designar uma técnica de desvendar o sentido oculto presente num “jogo de linguagem”.
17 março 2005
A hermenêutica
Marcadores: Primo de Amarante (compadre Esteves-JBM)
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