Na passada semana, tive oportunidade de participar no seminário Norte 2015, uma iniciativa da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte subordinada ao tema “O desenvolvimento regional no novo horizonte europeu: o caso do Norte de Portugal”.
Este seminário foi a primeira grande oportunidade de participação pública num projecto que tem por grande objectivo definir, de forma aberta e concertada, uma estratégia de desenvolvimento do Norte de Portugal para a próxima década, contribuindo ainda para posicionar a região no debate nacional em torno do próximo período (2007/2013) de políticas à escala europeia e dos seus objectivos de coesão e competitividade.
Passaram pelo edifício da antiga Alfândega do Porto o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, antigos governantes, muitos presidentes de Câmara, académicos, investigadores e quadros da região, todos preocupados com a crescente perda de competitividade do Norte de Portugal no contexto nacional e europeu e apostados em encontrar a estratégia adequada para tirar o máximo proveito do quadro comunitário de apoio que se encontra em negociação.
Alguns jornais destacaram a afirmação proferida pelo autarca de Arcos de Valdevez e presidente do Conselho Regional, Francisco Araújo, no sentido de que a região Norte é hoje a região mais pobre de Portugal e de toda a Península Ibérica. Esta conclusão, mais do que um anátema, deve servir para que toda a região se una em torno de um objectivo comum – o desenvolvimento solidário – de modo a que o Norte, litoral e interior, encontre as condições necessárias para consolidar uma estratégia territorial que permita um crescimento económico sustentado e a afirmação plena das potencialidades das suas instituições e pessoas.
31 maio 2005
Norte 2015
Postado por jcp (José Carlos Pereira)
Marcadores: JCP (José Carlos Pereira)
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1 comentário:
Obrigado caro JCP por, com a sua limpa prosa, me permitir meter a minha colherada. Aí vai.
Diz-me V. e acredito piamente que um senhor terá afirmado ser o Norte de Portugal a zona mais pobre da península.
Será que o Alentejo despegou do país e voga por mares dantes navegados rumo ao Brasil? Se é assim vai ser o diabo para chegar ao Algarve. Em contrapartida a Beira Baixa fica com uma bela costa para o Atlãntico...
Pronto, já brinquei, pelo que agora é mais a sério: isso é verdade? já fomos ultrapassados pelo Alentejo pela zona centro, pela Estremadura espanhola ?
Então os nossos bravos industriais dos Ferraris e dos Lamborghinis estão na penúria?
O grave disto tudo é que a crise víamo-la vir. víamos as industrias envelhecidas e de mão de obra intensiva a esfarrapar-se diante da concorrência internacional. Que fizeram os patrões? Pediram proteccionismo e subsídios. E os sindicatos? À medida que vêm os seus efectivos a diminuir aumentam as exigências sem perceber que a reconversão industrial é urgente. Isto vai-se aguentando porque há uma europa a mandar o cheque mensal. Com mais uns nãos a coisa pode piorar (ou melhorar, como parece ser o pensamento de alguns...) e então já não será só o operário polaco a lixar-se. Será o português e, em primeiro lugar, se a afirmação da nossa pobreza como região está certa, o Norte. E ainda por cima o porto perdeu tudo, campeonato e taça...
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