Como se reúnem os companheiros?
Há um caminho que nos leva ali.
Para além da música, do enlevo,
dos poemas.
Para além do suor, da exaltação
das palavras.
Um certo sentimento compartido.
A humana busca do outro.
Do calor, do riso, da troca.
Do afeto entre pares,
onde nosso olhar descansa,
na confiança que se constrói,
na franqueza.
Há um sentido no reunirem-se os companheiros.
Um brilho no olhar,
um quê no aroma do vinho,
uma alegria traçada a compasso.
Assim, qual curva perfeita.
Há um momento depois do vinho
e do alimento.
Na eloqüência do não-dito,
em que parece claro o sentido.
Aquele no qual tudo parece pacífico
e possível.
Calmo instante,
de abraçarmos os companheiros.
De nos sentirmos inteiros, próximos,
na verde margem do rio.
Silvia Chueire
16 maio 2005
A propósito do encontro:
Marcadores: Sílvia Chueire
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4 comentários:
Oh Sílvia, que bonito!
A administração não tem orçamento para videoconferência, mas a Sílvia estará entre nós pelo seu afecto e pelos seus poemas (há, entre os incursionistas, pelo menos um excelente diseur). E sempre se arranja uma câmara diigital para fixar o momento e enviá-lo por email até si... fraco consolo, eu sei!
Eu já lhe disse tudo, mas repito que me comovi. E olhe que nesta casa moram 15.000 livros dos quais pelo menos um quinto são de poesia.
Kamikaze,
Eu gostaria muito de ver o registro fotográfico.
Talvez surja um novo poema, depois de saber pelos posts como foi a celebração, quem sabe?
E sim, estarei lá, em afeto.
Grande abraço,
Silvia
M.C.R.
Comovida fiquei eu com as suas palavras, a gentileza. Mesmo porque conheço bem o meu lugar no universo poético.
Abraço emocionado,
Silvia
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