É um pequeno poster: 50 por 30. Terá 30 anos, talvez menos. Uma paisagem a cores lisas. Na base, da direita a subir para a esquerda verde seco. Depois e quase paralelamente amarelo torrado. Acima denteada mas paralela(?) preto e no fim quase a tocar o canto esquerdo, verde claro. Encostada a três quartos à direita, uma casa pequena quadrado branco trapézio vermelho. A meio quadro erguendo-se em toda a metade superior uma palmeira: tronco castanho seis folhas verdes forte. O céu ou o mar que ocupam o tringulo sobrante que escosta á direita e ao alto é dum verde claro parecido ao da base.
Era um poster duma exposição do Bertholo. Para quem não conhece trata-se de um dos membros do grupo KWY de que também houve uma belíssima revista.
O René era um tipo que conheci há um milhão de anos em Paris. Devorado pela pintura, pela pesquisa pictórica e por subtilissimas combinações de figuras. Exactamente o contrário do poster que vos descrevi, tão puro e inicial. Morreu ontem, com um cancro no pulmão. Rápido e fatal.
Se vos sobrar uma lágrima, derramem-na por ele. A terra ressequida agradece e a simplicidade desta pintura que vos quis descrever reflorirá.
René Bertholo, da escola de Paris, pintor. Ainda voltaremos a ouvir falar dele.
14 junho 2005
e vão quatro...
Marcadores: mcr
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Associo-me também aqui à evocação de René Bertholo, cuja morte deve ter sido muito sentida pelo meu amigo Fernando Santos, galerista com quem o pintor trabalhava há vários anos.
Enviar um comentário