Sócrates. in: Protágoras,358 c-d-- “Quem erra na escolha dos prazeres e dos sofrimentos, isto é, dos bens e dos males, erra por falta de conhecimento”
Tese 1.
António Borges é um socrático --Afirma: Campos e Cunha, o Ministro das Finanças, “é um catedrático com muitos conhecimentos e tem toda a legitimidade para acumular o ordenado com uma pensão de reforma”.
Ditado popular-- "O que para uns é mel, para outros é fel”.
Aplicação 1.
Campos e Cunha num debate televisivo: “as situações de acumulação de pensões e salários são privilégios injustificados”.
O Governo da República: "não fica bem a Alberto João Jardim acumular a reforma com o salário de Presidente do Governo Regional da Madeira".
Aplicação 2.
Sócrates considera: há uma “campanha de assassinato de carácter» contra o Ministro das Finanças, Campos e Cunha.
Ditado popular-- “Não serve de nada deitar pérolas a porcos”.
Conclusão científica: Uma equipa de investigadores austríacos descobriu que o comportamento e orientação sexuais residem em apenas um gene.
Considerações gerais:
1º- “Sobre a consciência intelectual, nenhuma coisa me parece mais rara hoje que a hipocrisia autêntica”.Nietzsche, in: Crepúsculo dos ídolos.
2º-“Estudando as perversões vimos que o impulso sexual deve lutar contra certas resistências de ordem psíquica, entre as quais, a mais evidente, é, sem dúvida, o pudor.” S. Freud, in: Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”
03 junho 2005
Pensamentos para fim de semana
Marcadores: Primo de Amarante (compadre Esteves-JBM)
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3 comentários:
Caro compadre:
Aprecio a resenha que fez e as lembranças que deixou, de sabedoria popular e erudita.
Contudo, para este caso, bastaria o singelo e plano ditado de que para quem perdeu a vergonha todo o mundo passa a ser seu...
Durante algum tempo andei a cogitar que uma boa parte dos problemas que nos afligem poderiam encontrar solução com a aplicação em doses maciças de um simples remédio: honestidade em doses reforçadas e repetidas, como um antibiótico.
Não basta, porém. É preciso ainda que o corpo, neste caso social e político, onde seria aplicado, estivesse em condições para a mezinha surtir algum efeito. Mas não está!
Na verdade, está degradado e em alta velocidade para a decomposição já anunciada, porque a história é velha.
Nesta semana que passou fui ver as catacumbas de S. Calisto, nos arredores de Roma.
O guia, um simpático salesiano espanhol, era um sabedor de história da religião e em certo ponto, para explicar a queda de Roma, perante os bárbaros, exprimiu o sentimento que aparece em quem já tem tudo e julga que atingiu o fim da história, como os romanos desse tempo e fê-lo, exprimindo em espanhol e português que os romanos diriam entre eles: "somos ricos!Somos ricos!" E foi então que cairam, tendo sido os cristãos perseguidos quem levantou de novo a Roma que ficou.
Neste momento, a falta de vergonha da classe política já é tanta que fenómenos como a nomeação de F. Gomes ou Nuno Cardoso ou este, agora, da reforma milionária do ministro, aparecem como algi perfeitamente normal para os cânones deles. "São ricos!" Ecco!
Caro Anto, nem "Modas, nem "caça às bruxas". Apenas o direito de questionar e aprender com as respostas que se julgar aceitáveis.
Há uma questão que me parece clara:a economia deixou de se ligar à sociologia. O monetarismo americano, que tem formado os nossos economistas,desenvolveu uma lógica estranha: não interessam as questões sociais, nem o princípio da equidade.Todos os problemas do País se resolvem tirando à grande maioria a moeda dos bolsos e enchendo os bolsos de uma minoria (só alguns) com moedas. Basta ocupar um cargo importante durante alguns meses para ter uma pensão escandalosa. E isso cria legitimas perplexidades. Pode ser legal, mas, sob o ponto de vista social, não me parece moral. Ainda hoje apareceu a notícia de que somos um dos países mais pobres da Europa. Como compreender tamanha disparidade entre salários de miséria e ordenados fabulosos. Não se pede a um ministro que ganhe bem ou mal, mas que sirva o bem comum e dê o exemplo na aplicação dos princípios da justiça social. Diz-se que as medidas que vão ser tomadas também os atinge. Só faltava que assim não fosse!!!! O que é preciso é acabar com previlégios e não apenas limitá-los.
Curiositykilledthecat amigo: não é com dinheiro que se fazem bons ministros. O problema do Vitorino é claro: hà quem goste de navegar em todas as àguas e quando se lhe pede que se decida, ele diz "nin" e asssim lá vai continuando no que lhe convém (o que dá muito proveito. Pode, p.ex., dar pareceres --que em outras circuntâncias não podia--o que vai facilitar a sua vida profissional). Se Vitorino garantisse que não aceitava ir para o Governo, nem que as suas empresas de consultoria dessem pareceres ao governo, podia-se descortinar alguma lógica na sua falta de inclinação para governante, conforme diz. Mas, assim, ele é o VERDADEIRO GOVERNANTE, o que não precisa de lá estar para governar.
O problema da qualidade dos governantes é muito mais complexo. Se ganhassem muito, tinham sempre um outro argumento para justificarar o transitarem dos governos para a administração das empresas. Alías, se há quem não se possa queixar de problemas de sucesso, depois de uma carreira política, são os ministros: tal como antigamente, de ministros passam rapidamente para administradores de empresas, mesmo que, num caso e no outro, sejam umas nódoas.
Há no País um problema de sentido de estado e isso tem a ver com os partidos e a cultura política. Abandonadou-se a ética republicana e, por isso, as questões sociais são justificadas com retóricas ou estratégias monetaristas. Os pobres que paguem a crise.
Ninguém obriga ninguém a ser ministro e eles aparecem vindo de sitios onde, é notório, ganharem muito (até têm pensões com apenas meses de trabalho).Não é o ordenado que os desmotiva de ser ministros. Porque será, então?!... Ou será que isto está a saque!?...
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