as tuas mãos,
as mesmas que me falavam
atos e palavras,
nada mais dizem.
que destino terá o discurso
depois de mortas as mãos
afora a memória unívoca,
fragilizada pelo tempo ?
que destino terá a realidade
ineludível nas suas chamas,
será ilusão súbita?
que destino deste àquelas mãos
de modo que não sintas a angústia
e o medo de estar morto ?
negar às tuas mãos
a verdade delas
é, num jogo de máscaras,
suicidares-te.
silvia chueire
11 julho 2005
as tuas mãos
Marcadores: Poesia, Sílvia Chueire
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4 comentários:
Belíssimo, Sílvia!E mais não digo...
O poema arrepia-me
Muito bom, realmente.
Amélia, compadre e carteiro,
Obrigada pelas palavras. Muito.
Carinho,
Silvia
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