Comunicado da Direcção Nacional da ASJP
"Face à ofensiva governamental contra a magistratura e as condições de funcionamento dos Tribunais, traduzida pela ausência de medidas adequadas para combater a morosidade processual e os estrangulamentos do sistema, conduzida com arrogância e desprestigiando as instituições judiciárias, a Direcção Nacional da ASJP, reunida em 09-09-2005, deliberou por unanimidade convocar greve nacional dos Juízes, por período e data a determinar, após audição do Conselho Geral da Associação, que reunirá a 24-09-2005."
Lisboa, 09-09-2005.
09 setembro 2005
Greve Nacional dos Juízes
Marcadores: kamikaze (L.P.)
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3 comentários:
Não querendo pôr em causa o direito à greve dos juízes, não me parece que esta atitude contribua para a dignificação do Estado de Direito e do regime democrático, para a confiança dos cidadãos na justiça e nos seus operadores, tão pouco servirá para melhorar o funcionamento dos tribunais.
O povo pensará, certamente, que mais uma vez há uma classe, neste caso os juízes, que coloca acima de tudo a defesa dos seus direitos e das suas regalias.
É injusto? Talvez. Mas alguém acredita que a grande justificação para a greve seja a "ofensiva governamental...traduzida na ausência de medidas para combater a morosidade processual..."?
Claro que ninguém acredita...!
e apesar desta parte - "conduzida com arrogância e desprestigiando as instituições judiciária" - ser bem verdadeira e a mensagem ter sido bastante difundida, os juízes não vão ficar bem no retrato, salvo se conseguirem transformar o evento numa oportunidade para se explicarem melhor à população.
Nem que seja nos programas da Fátima Campos Ferreira, onde já perderam, para tanto, uma boa oportunidade!
José Carlos Pereira
Pois acredite que tal é a justificação. De facto.
As razões invocadas para a greve são a água dentro do copo, que o enchem.
As medidas (as anémicas e as absurdas) que o Governo tomou são apenas a gota de água que faz transbordar a água no copo.
Os chamados operadores (agora operários, após reclassificação pelo Governo) judiciários, como deve saber, trabalham por objectivos.
Com agendas cheias.
De manhã à noite, pela noite dentro e fins-de-semana.
E o que mais agradecem é que sejam tomadas verdadeiras medidas que optimizem o esforço dos "operários".
O pior de tudo é trabalhar, trabalhar e, apesar do esforço, não se avançar, não se alcançar uma justiça atempada.
Mas a questão que se impõe é esta:
Como pode este Ministro da Justiça, este Governo, tomar uma medida que seja, útil ao sistema, verdadeira solução, se, por um lado, demonstra não conhecer os problemas da justiça e se, por outro, demonstra, com as medidas tomadas, um torpe revanchismo sobre as magistraturas?
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