03 setembro 2005

ó noite

noite de mil anos
a olhar-me no fundo dos olhos,
sabendo que é noite
e que tudo será poema.

as mãos arranhavam-se
nas pedras em vão.
eram apenas pedras,
granito iluminado pela noite do mundo.

tudo tragado pelo tempo,
e o meu corpo a consumir-se.

só agora sei,
só agora.


silvia chueire

4 comentários:

Silvia Chueire disse...

Obrigada,Nicodemos.

Abraços,
Silvia

Amélia disse...

Gosto sempre quando escreves.Beijos

Primo de Amarante disse...

O seu poema fala-me mais da solidão do que da noite. Para mim a noite foi sempre o melhor do dia e só a solidão me fez descobrir a noite de que fala o seu poema.

Silvia Chueire disse...

Amigos,
Eu tinha certeza de ter feito aqui um comentário em resposta, ontem. Agora ele não está e sei que não foi apagado, alguma distração minha, isso sim. Bem, não descubro também se está em algum outro post. De modo que peço que me desculpem e o repito. Era mais ou menos assim :

Amélia,
Obrigada, querida amiga. Você é sempre tão atenciosa.

Compadre,

A noite é sempre uma boa metáfora. Algumas mais duras que outras. De qualquer modo, quem entre nós não conheceu a maioria delas, não é?

Abraço,
Silvia