um homem jura com seu corpo,
sua vida,
o amor por uma mulher.
prega suas palavras naquele corpo
até que se torne campo ,
flores , frutos,
oceano , sussurros.
um homem jura com suas palavras,
e suas palavras são sua fortuna.
jura com seus olhos,
até que o amor trespasse sua vida
e ela seja seu destino desvendado.
um homem jura a si mesmo,
até que acredita.
silvia chueire
23 outubro 2005
jurar
Marcadores: Poesia, Sílvia Chueire
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6 comentários:
Há qualquer "coisa" neste poema que tem a marca de um paradigam passado: o duma espécie de marialvismo. Tenho para mim que o nosso tempo é bem diferente e o amor já é menos "instrumental" e talvez mais poético. Mas, se calhar, estou a interpretar mal o poema.
O que é marialvismo, compadre ? : )
Lembra-se das regras de cavalgar estabelecidas pelo Marquês de Marialva?!...
Entendo que o amor depende da intensidade com que se vive generosamente um empreendimento comum. Talvez por deformação, não concebo o enamoramento sem este sentido:nem que seja só por uns instantes, mas nesse instante, a companheira faz parte do sentido da minha vida, sem calculos, nem estratégias de utilização, mas numa generosidade mutua.
Bem compadre, não conheço as tais regras de cavalgar, andei lendo umas linhas sobre o Marquês na tentativa de entender, mesmo assim não sei se entendi. : )
Mas olhe, o poema teve a intenção inicial de falar da circunstância na qual, por esta ou aquela razão o homem "cria" um amor, no qual acredita, ou acaba acreditando.
Só uma pequena, quase rasa, eu diria,reflexão sobre como o amor pode acontecer, neste caso com um homem.
Abraços
Silvia
As suas considerações deixam-me desarmada.Acabo sempre por reparar que não tinha entendido bem o seu poema. Mas a poesia também está neste diálogo.
Viva a poesia!
Eu queria dizer desarmado (masculino). Ainda não enveredei por certas modernices, entenda-se!
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