Há um ano o nosso estimado compadre Esteves dizia a propósito:
"O 5 de Outubro de 1910 foi, como o 25 de Abril, um projecto de esperança no estabelecimento dum regime "do povo, para o povo", baseado nos princípios da igualdade, liberdade e império da lei.
A Republica identificou-se com a Democracia e o Desenvolvimento do País. Colocou na ordem do dia a urgente necessidade de dignificar a vida cívica, lutando contra o clientelismo, a corrupção e a desigualdade da lei e perante a lei. Promoveu o debate livre e a divulgação da cultura entre as massas, como qualquer coisa de urgente e de vital para o progresso e a própria sobrevivência da Nação. Prestigiou a Justiça, dignificou o papel social dos professores, fomentou a escolaridade obrigatória, criou novas universidades, aumentou o número de bolsas para estudantes carenciados, inaugurou bibliotecas, libertou a imprensa da censura e, visando uma mais fácil aprendizagem da escrita, realizou a primeira reforma ortográfica da língua portuguesa.
A República entendeu a Política como uma moral em acção. Administrar a "res publica" significava servir o País, gerindo o que aos cidadãos pertence: são eles que votam, que pagam os impostos, que têm direito a que as suas expectativas sejam satisfeitas.
Saudar o 5 de Outubro‚ significa defender uma sociedade aberta, uma opinião pública forte, uma informação ao serviço de uma democracia esclarecida, onde o voto seja a expressão duma vontade livre, responsável e consciente.
Saudar o 5 de Outubro‚ é repudiar a política espectáculo, o camaleonismo e as centrais de informação que manipulam os acontecimentos e infantilizam os cidadãos.
Saudar o 5 de Outubro é querer uma democracia sempre melhorada no plano político, económico e social.
Viva a República!"
para ver o postal com a belíssima imagem que o acaompanha e os comentários, clicar aqui.
Queridos Amigos, lamento não comungar dos vossos ideais republicanos mas agora até vivemos num regime “democrático” não é verdade? Faz-me mal pensar como se pode comemorar o 5 de Outubro de 1910 quando, afinal, o que se celebra é a conspiração maçónica e o movimento da Carbonária, que esteve directamente envolvido no regicídio e na posterior perseguição à Igreja em geral e aos Católicos em particular, ao bom povo crente que vivia afastado das conspirações de Lisboa, a perseguição e expulsão das Ordens Religiosas, de Frades e de Monjas, encerramento e destruição de Conventos e respectivas obras de arte. Muita gente foi presa, milhares sem acusação e sem julgamento. Um regime que lançou Portugal na 1ª Guerra Mundial de modo perfeitamente gratuito. Reparem que a Monarquia constitui a essência da nossa História! A República apenas foi introduzida no nosso país pela violência e pela morte de muitos, sob a influência do Racionalismo surgido no final do século XVIII, com a Revolução Francesa e sobretudo por influência de Auguste Comte, um excêntrico que pretendeu estabelecer a “religião” da humanidade e o culto ao “Grande-Ser” para superar o catolicismo. Estão a ver qual o grande movimento que está por detrás de tudo isto…
Leiam a História de Portugal de Joaquim Veríssimo Serrão, especialmente os volumes XI e XII. Aliás, se lerem também a "Nova História de Portugal" de A.H. de Oliveira Marques, um maçon assumido, verão que nessa obra se confessa a perseguição de que foi alvo a população portuguesa nesse grande equívoco que foi a I República. Recomendo igualmente a leitura de uma excelente tese de doutoramento, – “ A Guerra Religiosa na I República”, de Maria Lúcia de Brito Moura, Editorial Notícias, Out. 2004. Aí, de uma forma bem documentada, se relatam todos os horrores cometidos nessa época. Por vezes, quando revisitamos a História, sentimos que alguém nos enganou…
Um Abraço, e boa-noite. Delfim Lourenço Mendes, Lisboa.
Que a República perseguiu a Igreja não há dúvidas de qualquer espécie. Seguiu nisso a lógica carbonária herdada do seculo XIX e mamou no ubre farto das queixas seculares conntra uma igreja absolutamente imobilista. Que a república perseguiu o "bom povo crente" já é menos certo. Aqui a Republica perseguiu sobretudo o nóvel mas aguerrido proletariado industrial que sob a batuta da CGT anarco sindicalista cedo pretendeu algumas conquistas sociais que a origem pequeno burguesa e radical dos republicanos nunca seria capaz de compreender quanto mais de aceitar. Que a republica teve um aliado formidável na reacção monarquica (Paiva Couceiro) também parece não haver dúvidas. Que o povo do norte (ou do sul) não apoiou nunca eestes monárquicos também me parece meridianamente certo. A monarquia "consubstancial" ao Portugal profundo e antigo foi-se sem luta e sem saudades. Aliás já tinha ido antes de 1910...
Que a carbonária e a maçonaria são uma tristeza que seria carnavalesca não fossem os segundos ainda ter influencia também me parece indiscutível.
Portugal foi para a 1ª guerra para tentar defender as colónias. Mesmo se o Presidente Rei era contra o envolvimento português a verdade é que ainda está por saber se havia meios para não tomar partido.
A Republica (a 1ª) caiu graças à oficialagem que fez o 28 de Maio (também sem oposição de ninguém e com o geral assentimento da maioria) mas antes já estava nas vascas da amargura. E viu-se: até 1937 as sucessivas intentonas do "reviralho" goraram-se todas sem honra e sem esforço.
A República dos "democráticos" de Afonso costa e apaniguados deixou pouca obra se exceptuarmos algum esforço na educação , as novas leis de família e o laicismo do Estado. Para 16 anos foi pouco. Comparado com o retrocesso do Estado Novo acabou por ser bastante. O cinco de Outubro diz-me tão pouco quanto o 1 de Dezembro. E basta!...
Caríssimo, prefiro recordar o 5 de Outubro mas de 1143, como a data em que Portugal se tornou num Reino independente. D. Afonso Henriques e Afonso VII, Rei de Leão e Castela assinaram, na presença do representante do Papa, Guido de Vico, o Tratado de Zamora, no qual foi reconhecida a independência do Reino de Portugal. DLMendes
"Se o anti-clericalismo nos parece hoje absurdo, é porque já ninguém faz ideia do que foi o clericalismo.
Em todos os países de tradição católica, a democracia liberal só conseguiu triunfar ao cabo de uma luta prolongada contra o poder hegemónico da Igreja. Como ele se encontrava estreitamente associado à monarquia, isso implicou a implantação da República.
Com isso ganharam também os próprios católicos, dado que, agora, é comparativamente muito menos provável que alguém use a sua religião como mero instrumento para alcançar o poder e subir na vida."
Na verdade, hoje não se usa a "religião" ( se alguma vez tal se deu...)como disse "como mero instrumento para alcançar o poder e subir na vida." Não é necessário, meu caro: basta pertencer à maçonaria...
6 comentários:
Há um ano o nosso estimado compadre Esteves dizia a propósito:
"O 5 de Outubro de 1910 foi, como o 25 de Abril, um projecto de esperança no estabelecimento dum regime "do povo, para o povo", baseado nos princípios da igualdade, liberdade e império da lei.
A Republica identificou-se com a Democracia e o Desenvolvimento do País. Colocou na ordem do dia a urgente necessidade de dignificar a vida cívica, lutando contra o clientelismo, a corrupção e a desigualdade da lei e perante a lei. Promoveu o debate livre e a divulgação da cultura entre as massas, como qualquer coisa de urgente e de vital para o progresso e a própria sobrevivência da Nação. Prestigiou a Justiça, dignificou o papel social dos professores, fomentou a escolaridade obrigatória, criou novas universidades, aumentou o número de bolsas para estudantes carenciados, inaugurou bibliotecas, libertou a imprensa da censura e, visando uma mais fácil aprendizagem da escrita, realizou a primeira reforma ortográfica da língua portuguesa.
A República entendeu a Política como uma moral em acção. Administrar a "res publica" significava servir o País, gerindo o que aos cidadãos pertence: são eles que votam, que pagam os impostos, que têm direito a que as suas expectativas sejam satisfeitas.
Saudar o 5 de Outubro‚ significa defender uma sociedade aberta, uma opinião pública forte, uma informação ao serviço de uma democracia esclarecida, onde o voto seja a expressão duma vontade livre, responsável e consciente.
Saudar o 5 de Outubro‚ é repudiar a política espectáculo, o camaleonismo e as centrais de informação que manipulam os acontecimentos e infantilizam os cidadãos.
Saudar o 5 de Outubro é querer uma democracia sempre melhorada no plano político, económico e social.
Viva a República!"
para ver o postal com a belíssima imagem que o acaompanha e os comentários, clicar aqui.
Queridos Amigos, lamento não comungar dos vossos ideais republicanos mas agora até vivemos num regime “democrático” não é verdade?
Faz-me mal pensar como se pode comemorar o 5 de Outubro de 1910 quando, afinal, o que se celebra é a conspiração maçónica e o movimento da Carbonária, que esteve directamente envolvido no regicídio e na posterior perseguição à Igreja em geral e aos Católicos em particular, ao bom povo crente que vivia afastado das conspirações de Lisboa, a perseguição e expulsão das Ordens Religiosas, de Frades e de Monjas, encerramento e destruição de Conventos e respectivas obras de arte. Muita gente foi presa, milhares sem acusação e sem julgamento. Um regime que lançou Portugal na 1ª Guerra Mundial de modo perfeitamente gratuito.
Reparem que a Monarquia constitui a essência da nossa História! A República apenas foi introduzida no nosso país pela violência e pela morte de muitos, sob a influência do Racionalismo surgido no final do século XVIII, com a Revolução Francesa e sobretudo por influência de Auguste Comte, um excêntrico que pretendeu estabelecer a “religião” da humanidade e o culto ao “Grande-Ser” para superar o catolicismo. Estão a ver qual o grande movimento que está por detrás de tudo isto…
Leiam a História de Portugal de Joaquim Veríssimo Serrão, especialmente os volumes XI e XII. Aliás, se lerem também a "Nova História de Portugal" de A.H. de Oliveira Marques, um maçon assumido, verão que nessa obra se confessa a perseguição de que foi alvo a população portuguesa nesse grande equívoco que foi a I República.
Recomendo igualmente a leitura de uma excelente tese de doutoramento, – “ A Guerra Religiosa na I República”, de Maria Lúcia de Brito Moura, Editorial Notícias, Out. 2004. Aí, de uma forma bem documentada, se relatam todos os horrores cometidos nessa época. Por vezes, quando revisitamos a História, sentimos que alguém nos enganou…
Um Abraço, e boa-noite.
Delfim Lourenço Mendes, Lisboa.
Que a República perseguiu a Igreja não há dúvidas de qualquer espécie. Seguiu nisso a lógica carbonária herdada do seculo XIX e mamou no ubre farto das queixas seculares conntra uma igreja absolutamente imobilista.
Que a república perseguiu o "bom povo crente" já é menos certo. Aqui a Republica perseguiu sobretudo o nóvel mas aguerrido proletariado industrial que sob a batuta da CGT anarco sindicalista cedo pretendeu algumas conquistas sociais que a origem pequeno burguesa e radical dos republicanos nunca seria capaz de compreender quanto mais de aceitar.
Que a republica teve um aliado formidável na reacção monarquica (Paiva Couceiro) também parece não haver dúvidas.
Que o povo do norte (ou do sul) não apoiou nunca eestes monárquicos também me parece meridianamente certo.
A monarquia "consubstancial" ao Portugal profundo e antigo foi-se sem luta e sem saudades. Aliás já tinha ido antes de 1910...
Que a carbonária e a maçonaria são uma tristeza que seria carnavalesca não fossem os segundos ainda ter influencia também me parece indiscutível.
Portugal foi para a 1ª guerra para tentar defender as colónias. Mesmo se o Presidente Rei era contra o envolvimento português a verdade é que ainda está por saber se havia meios para não tomar partido.
A Republica (a 1ª) caiu graças à oficialagem que fez o 28 de Maio (também sem oposição de ninguém e com o geral assentimento da maioria) mas antes já estava nas vascas da amargura.
E viu-se: até 1937 as sucessivas intentonas do "reviralho" goraram-se todas sem honra e sem esforço.
A República dos "democráticos" de Afonso costa e apaniguados deixou pouca obra se exceptuarmos algum esforço na educação , as novas leis de família e o laicismo do Estado. Para 16 anos foi pouco. Comparado com o retrocesso do Estado Novo acabou por ser bastante.
O cinco de Outubro diz-me tão pouco quanto o 1 de Dezembro. E basta!...
Caríssimo, prefiro recordar o 5 de Outubro mas de 1143, como a data em que Portugal se tornou num Reino independente. D. Afonso Henriques e Afonso VII, Rei de Leão e Castela assinaram, na presença do representante do Papa, Guido de Vico, o Tratado de Zamora, no qual foi reconhecida a independência do Reino de Portugal.
DLMendes
"Se o anti-clericalismo nos parece hoje absurdo, é porque já ninguém faz ideia do que foi o clericalismo.
Em todos os países de tradição católica, a democracia liberal só conseguiu triunfar ao cabo de uma luta prolongada contra o poder hegemónico da Igreja. Como ele se encontrava estreitamente associado à monarquia, isso implicou a implantação da República.
Com isso ganharam também os próprios católicos, dado que, agora, é comparativamente muito menos provável que alguém use a sua religião como mero instrumento para alcançar o poder e subir na vida."
João Pinto e Castro no blogoexisto
http://blogoexisto.blogspot.com/2005/10/5-de-outubro.html
Na verdade, hoje não se usa a "religião" ( se alguma vez tal se deu...)como disse "como mero instrumento para alcançar o poder e subir na vida." Não é necessário, meu caro: basta pertencer à maçonaria...
Enviar um comentário