06 outubro 2005

Um debate para recordar

A maior parte das pessoas que tenho ouvido acham que o debate sobre a justiça foi um debate para esquecer.
Eu, pelo contrário, acho que foi um debate para recordar.
Recordar o Sr. Presidente do STJ a explicar porque é que depois de ter feito greve é agora contra a greve, a ler um papel e a confundir os papéis de Presidente do STJ e de presidente de uma associação sindical.
Recordar o Dr. António Cluny a ter uma entrada infeliz e a emendar a mão de forma mais do que infeliz.
Recordar o Dr. Baptista Coelho com o seu populismo judiciário.
Recordar o representante dos funcionários judiciais como o de mais competente e eficaz desempenho.
A sociedade portuguesa é uma extraordinária máquina de produzir esquecimento e apagamento.
Mas será bom que nos recordemos todos deste debate por muito tempo.
As magistraturas merecem certamente melhores protagonistas, menos ligados ao passado, e que transmitam um novo alento e um novo e adequado esclarecimento social do seu papel.

Casamayor

2 comentários:

Kamikaze (L.P.) disse...

A propósito do tema , embora em comentário a postal mais abaixo sobre outro assunto, fora feitos os que a seguir se transcrevem:

comentador diz...
TANTO SILÊNCIO AQUI... DEPOIS DO PROGRAMA DE ONTEM "PROS E CONTRA"... É UM CONTRA PARA ESTE BLOGUE, NÂO ENTENDEM ISSO? COM OBJECTIVIDADE E DISCERNIMENTO VENHA DE LÀ ESSE «POST». AQUILO NÂO FOI O PORTUGAL GRÈCIA MAS QUE HOUVE PERDEDORES E UM GANHADOR HOUVE OU SERÀ QUE ME ENGANO?

4/10/05

Madame Min diz...
Ao comentador sugiro a leitura do post de hoje no jovem blawg IDEALISTA - foi o único que encontrei, em blawgs, sobre o debate. Talvez os demais prefiram não bater mais no ceguinho que, afinal, até vê mais de olhos fechados que certos magistrados de olhos abertos.
É óbvio que o ministro teve ontem a sua melhor performance neste tipo de debates... deu baile aos magistrados e teve um discurso convincente na justificação das medidas tomadas. Quanto ao Bastonário dos Advogados, sempre diplomático e pepsodente à esquerda e à direita, lá conseguiu manter a sua estratégia de não desagradar nem a gregos nem a troianos. Por seu turno, Fernando Jorge marcou pontos mas não desarrincou do imediatismo.
Como se isto não bastasse, tivemos ainda de aguentar as patética performances de uma alegada 4ª figura do Estado e de um dirigente sindical experiente, Cluny de sua graça, que teve entradas de leão da Metro e saidas de sendeiro, depois de, nos entretantos, meter as mãos pelos pés e vice-versa.
Há-de compreender o comentador que, depois de todas estas provações, apeteça mais olhar para o lado do que escrever um post sério sobre o assunto... A "safa" era aparecer por aí um colaboradaor da estirpe dos mordazes Anaximandros, ou mcrs, ou d'oliveiras ou outros que, tal como eles, têm a capacidade de, cantando e rindo, dizer do piorio... mas valerá apena, para além da catarse?

5/10/05

Madame Min diz...
aqui vai o link para o IDEALISTA:
http://idealistainveterado.blogspot.com/2005/10/justia-em-debate-era-suposto-mas-o.html

5/10/05

comentador diz...
Avantages et allocations des juges - Canada

consultar aqui: http://www.cmf.gc.ca/jud_app/considerations3_f.html

OU SEJA NADA DE MUITO DIFERENTE DO EMJ E DOS SSMJ.

ps- Madame Min :-) et aussi merci.

Primo de Amarante disse...

Os problemas da justiça preocupam toda a gente. Hoje, dizia-me um amigo, catedrático e pró-reitor, pouco dado a muitas conversas: "o debate sobre a justiça pôs-me os cabelos em pè. Aqueles tipos só estão preocupados com as suas mordomias. Eles não percebem que por esse caminho não vão a lado nenhum e acabarão por ter toda a gente contra eles?!..."

Eu, como já várias vezes referi neste blog, estou de acordo com este ponto de vista.

Para já os juizes têm de substituir o seu representante sindical. Ele não tem perfil para representar a classe.