02 novembro 2005

Reviver o passado em Macau

A entrevista de José António Barreiros publicada no último “O Independente” e os comentários que se lhe seguiram, em que se falou de Macau, televisão, Emaudio, etc., fizeram-me procurar um exemplar do livro de Rui Mateus, esquecido desde 1996 numa estante e que só agora vim a ler.

O livro contém estórias muito interessantes, escritas por um protagonista de muitos acontecimentos ainda hoje mal explicados.

É uma leitura interessante, principalmente neste período pre-eleitoral.

Sobre o nascimento da Emaudio, transcrevo alguns excertos que me parecem elucidativos.

(...) No dia 17 de Fevereiro encontrar-me-ia, como combinado, em casa de Mário Soares onde Ivanka Corti era convidada para o almoço. Ali, embora ainda sob a emoção da vitória, Soares explicaria que tinha ideia de aproveitar os recursos de algumas fundações partidárias que lhe eram afectas, para participar na tão falada privatização dos meios de comunicação social e abertura da TV ao sector privado. Queria primeiro melhor estudar o assunto, mas desde logo pediria à convidada italiana que transmitisse um convite seu a Silvio Berlusconni para vir a Portugal. Este não perderia tempo e chegaria pouco tempo depois a Lisboa, no seu avião pessoal acompanhado de Ivana Corti. Estava disposto a associar-se ao grupo do Presidente Mário soares se isso, estou convencido, lhe pudesse trazer mais benefícios que investimentos. Antes do jantar, no Palácio de Belém, os seus técnicos seriam autorizados a montar ali uma espécie de mini-estúdio de TV com equipamento, para a altura ultra-sofisticado, que trouxera consigo no avião. Depois da refeição demonstraria até altas horas o seu “produto” ao Presidente da República e aos seus convidados portugueses, os quais viriam a constituir o grupo Emaudio.
Na reunião que teria lugar na sua casa de campo em Nafarros, Soares reuniria os elementos escolhidos para formar o grupo, a quem explicaria os objectivos. O seu filho, que até então vivera numa relativa obscuridade política (...). Almeida Santos, a quem competiria a orientação jurídica do projecto, era desde há muito o braço direito de Soares. Bernardino Gomes, que anos antes tinha definido as “regras” para a viabilidade das empresas ligadas ao PS. Carlos Melancia, homem da sua máxima confiança e reconhecido pela sua competência técnica (...). Raúl Junqueiro, muito ligado a Melancia (...). Menano do Amaral (...). João Tito de Morais (...). Eu seria o oitavo elemento escolhido em virtude de deter a presidência da FRI, que assumira por sugestão de Mário Soares após a sua eleição.
(...) Entretanto Em Lisboa, no dia 18 de março de 1987, tinha sido constituida na avenida Antónuiio Augusto de Aguiar, na sede da Fundação de Realações Internacionais, a Emaudio, S.A., Sociedade de Empreendimentos Audio Visuais para ir ao encontro dos acordos que estávamos em vias de concretizar coma News International de Rupert Murdoch.
(...) Cada um de nós teria direito a receber graciosamente cinco por cento do capital do que a empresa viesse a ser, como remuneração pela nossa contribuição pessoal para o projecto. Cinco por cento do que viesse a ser o valor da empresa e não 5% de cinco mil contos. Os restantes 60% ficariam em meu nome, enquanto presidente da FRI e na qualidade de fiel depositário dos interesses do projecto político de Mário Soares, a ser desenvolvido por intermédio daquela fundação e que tinha dois grandes vectores: reconquistar o PS para a área “soarista” e ser reeleito Presidente da República em 1991. Ou vice-versa. Não sei bem !

Rui Mateus – Publicações Dom Quixote – pág. 289/296


18 comentários:

o sibilo da serpente disse...

Ainda na senda do meu desânimo - depressão outonal, às tantas - vou pensando que em 1986 até para Macau poderia ter ido. Não fui. Hoje podia ser ministro, quem sabe?

Kamikaze (L.P.) disse...

Deixe olhar para o umbigo e de se lamentar por ser quem é homem!Já que é boa pessoa, claro! :) :) :)

Kamikaze (L.P.) disse...

Caro Nicodemos, a ausência prolongada frutificou!
E eu a pensar que o livro do Mateus era uma miragem, esgotadíssimo como está há anos, apesar de não conhecr ninguém que o tenha lido (e conheço muita gente)...!

o sibilo da serpente disse...

O problema está aí: estou farto de ser boa pessoa.

Arrebenta disse...

Ora aqui tínhamos um Presidente já então virado para o futuro, a Sociedade da Comunicação.
Trinta patamares abaixo, o Grande
Timoneiro entretinha-se com mastigar fatias de bolo regional português, e distribuir pelos alarves,
seus amigos,
os capitais comunitários que poderiam ter conduzido à Grande Reforma.
Eras.

Primo de Amarante disse...

O livro do Mateus ainda há pouco tempo o vi nos esparates dum alfarrabista por 2 euros. Talvez a espécie de acontecimentos que narra estejam já muito vulgarizados e o livro tenha deixado de ter interesse.

Kamikaze (L.P.) disse...

Ou talvez seja precisamente o contrário, compadre... por um lado porque talvez agora mais cidadãos estejam mais motivados para não aceitar tais fenómenos como uma fataldade contra a qual nada podem e, por outro, porque talvez seja mais difícil esconder a porcaria.... apesar de todas as conivências, mesmo as vindas dos sectores mais inesperados, e do concertado silenciamento nos meios de comunicação de tudo o que belisque o status quo, a amável entente do bloco central...!

Aliás, se o assunto MACAU fosse assim tão inócuo, porque é que depois da entrevista de J A Barreiros à SIC Notícias no jornal das 21h da passada 6ª feira (dia em que foi publicada a sua entrevista ao Independente)- entrevista que, de resto, a Direcção de Informação conseguiu impedir de passar na Sic generalista e na Sic Not fez DE TUDO para impedir que fosse para o ar - se fez um ensurdecedor silêncio à volta do tema?
Será que não é notícia o Min Justiça ser claramete acusado de faltar à verdade (entrevista de JAB na Sic Not, na sequência dos "esclarecimenntos" prestados nesse dia pelo MJ)e a Associação Sindical de Juízes ter pedido interpelado o próprio e o 1º Ministro a propósito? (ver aqui comunicado de 28/10 da ASJP).
Veja-se a propósito este interessante post publicado ontem aqui:

Critérios jornalísticos
"É espantosa a forma como são tratadas na comunicação social as notícias sobre certos acontecimentos. A forma como se elegem uns casos e se faz por ignorar outros ...

A diferença de critérios é abissal e não pode ser inocente.

Vejamos alguns casos recentes.

Segundo foi relatado pelo jornal Público, na edição desta segunda feira, 31 de Outubro, um alto quadro do Ministério Público, que foi secretário de Estado da Justiça num governo de Guterres, é suspeito de ter dado uma preciosa ajuda a Fátima Felgueiras. Os factos foram denunciados a Souto Moura, mas parece que não tiveram qualquer consequência. E ainda houve umas pressões sobre testemunhas, etc e tal.

Pois bem, a TSF agarrou este caso com unhas e dentes e durante todo o dia não se calou com o assunto. Em todas as aberturas de noticiário, a cada meia hora, lá vinham as pressões e as denúncias no caso Felgueiras. Nos telejornais, evidentemente, o assunto não podia passar em claro. O país todo ficou preso (se é que ficou) com mais umas tranquibérnias no caso de Fátima Felgueiras. Como se, para nós, tais factos constituissem uma grande surpresa. Já todo o país percebeu que a Dona Fátima só está em liberdade porque beneficiou e continua a beneficiar de grossas cumplicidades na máquina judicial e no próprio Governo socialista.

Em contrapartida, o mesmo jornal Público, há cerca de um mês, no dia 23 de Setembro, fez a denúncia de um caso escabroso, a que já aqui, aqui e aqui, nos referimos e que envolveu seis "notáveis" socialistas (José Lamego, António Vitorino, Alberto Costa, Vitalino Canas, Narciso Miranda, José Junqueiro e Luis Patrão) um caso que ficou conhecido (porventura, pouco ...) por Dossier Eurominas, em que o Estado Português foi prejudicado em 12 milhões de Euros, mas que não teve qualquer reflexo na comunicação social. Alguns comentadores fizeram-lhe referência, mas tudo acabou rapidamente, sem grandes perturbações.

E na passada sexta feira, o semanário "O Independente" publicou uma entrevista com o advogado José António Barreiros, em que este fala de um caso, tanto ou mais escabroso que o do Dossier Eurominas, passado em Macau, há cerca de 17 anos, com o actual ministro da Justiça, Alberto Costa, que revela o baixo carácter deste cavalheiro e a sua evidente cumplicidade com a empresa Emaudio, uma criação do clã soarista.

Ao tempo, a Emaudio estava empenhadíssima em "sacar" a televisão de Macau ao património do território, mediante uns truques baixos que o entrevistado não revelou, mas que um dia destes posso aqui contar com mais pormenor.

Desta denúncia, nem uma palavra ecoou na rádio. A TSF não lhe pegou. A Antena 1 também não. Não passou nas televisões. Logo, não existe. É assim que se controla a opinião pública.

Conforme se compreende, o que verdadeiramente conta é o eco que uma determinada notícia encontra na rádio, sobretudo nas rádios de noticiários frequentes, que de meia em meia hora voltam à carga com os assuntos. Quais são essas rádios? Principalmente a TSF e a Antena 1. Quem controla essas rádios? Pessoas ligadas ao Partido Socialista !

Ora, se atentarmos bem nestes três exemplos, não custa perceber que o caso de Fátima Felgueiras, não obstante toda a máquina tenebrosa que está por detrás, tem como figura central uma pilha-galinhas de âmbito regional, que mais tarde ou mais cedo desaparecerá de cena. Os outros dois casos fiam mais fino. Envolvem altas figuras do Partido Socialista, alguns deles membros do Governo ou deputados da Assembleia da República.

O caso de Alberto Costa, actual ministro da Justiça (imagine-se em quem mãos se encontra a Justiça portuguesa!) é mais revelador e comprometedor. Naquela aventura da televisão de Macau é o próprio Mário Soares que está envolvido. É ele o principal responsável pela golpada que a Emaudio estava a preparar-se para fazer em Macau. O governador, Carlos Melancia, foi colocado por Soares em Macau. Era conivente com o esquema, assim, como todos os outros elementos, membros do PS, envolvidos na operação. Esta golpada, por sinal falhou, mas outras tiveram melhor desfecho para eles. A jóia da coroa foi a Fundação Oriente.

Não surpreende, por isso, que a TSF e a Antena 1 tenham ignorado os dois casos que comprometem altas figuras socialistas. Sobretudo no caso da Emaudio e da aventura de Macau, nem o mais leve suspiro. Está em causa o grande patriarca Mário Soares, ainda por cima um dos actuais candidatos à presidência da República.

Quanto ao caso de Felgueiras, embora envolva umas quantas cumplicidades socialistas, a figura central é a mediática Fátima, que consegue atrair mais atenções do que os cúmplices dos bastidores. Os danos são mais fáceis de controlar. Algumas cabeças rolarão, mas de personagens menores. Falar do caso de Macau é que nem pensar. O grande peixe que poderia vir à rede seria o próprio Mário Soares.

É por estas razões que a máquina socialista tem de ser erradicada dos meios de comunicação social. Mário Soares, durante o seu consulado na presidência, deixou, na generalidade da comunicação social, ligações fortíssimas que ainda hoje subsistem e que se empenham em ocultar todos os factos que possam beliscar o grande patriarca.

A agitação em torno do caso de Felgueiras e de outros que hão-de aparecer, não é inocente. Eles têm necessidade de inundar o circuito noticioso com questões menores, mais popularuchas, que permitam desviar as atenções dos casos que podem beliscar a imagem dos socialistas no governo e, principalmente, a imagem do grande timoneiro, agora em campanha eleitoral.

Por isso, já aqui escrevi várias vezes e não me cansarei de repetir : o Partido Socialista é uma organização sectária, cujo único propósito é a ocupação da máquina do Estado, por forma a pôr em prática vários esquemas de saque dos bens públicos. É necessário assimilar esta ideia. Por isso, é um imperativo de decência impedir que este partido tome conta da governação do país.

Pessoas com as características que estes senhores têm revelado deviam ser proibidas de ocupar qualquer cargo público. Vê-los à frente da governação do país é de arrepiar os cabelos.

Infelizmente, estão lá agora e em força. No Governo e na Assembleia. O controlo da sua actuação só pode vir de um outro órgão de poder : a Presidência da República. Votemos em conformidade."

e ainda este desabafo(?) de JAB,também de ontem:

Os fala-só

"Alguém diz não importa o quê a propósito de não importa o que seja. Na esmagadora maioria das vezes não se argumenta contra o que se diz. O método é normalmente este. Fala a experiência. Primeiro, tenta-se mostrar que quem afirma está ao serviço de alguma pessoa ou de algum grupo, de preferência odioso, que as pessoas detestem e de que o visado se envergonhe. Se não há provas de que o alvo a abater esteja arregimentado, resta o argumento de que está «objectivamente ao serviço de» essa coisa. Segundo, tenta-se mostrar que quem afirma não tem credibilidade e assim, diga ele o que disser, nem vale a pena tentar mostrar que não tem razão nas conclusões ou verdade nos factos, pois tudo o que ele proclamar vale nada. Terceiro, tenta-se mostrar que o argumento é extemporâneo e despropositado, pois ou já passou muito tempo ou ainda não é a altura de se colocar o problema.
Se nada disto chegar, e antes de se tentar o argumento derradeiro que é eliminar quem argumenta, ainda há outros meios. Um, é convencer quem argumenta de que não ganha nada com isso, antes pode perder muita coisa, da paz de espírito à respeitabilidade social, isto quando não se arriscar a uma tareia numa esquina. Normalmente as famílias preocupadas e os amigos pressurosos encarregam-se desta humanitária missão de fazer desistir. Outro é desvalorizar o argumento, tentando passar a ideia que a questão não é aquela ou o que se diz só serve para confundir. Os iluminados, que têm normalmente o exclusivo da sapiência e do modo certo de colocar os problemas, servem para este efeito.
Enfim, entre tantos outros, há ainda um derradeiro método, que funciona sempre: não dizer nada, secando o argumentar com o silêncio sepulcral.
Em Portugal é assim que a coisa funciona. Atacar o homem, as suas supostas intenções, a oportunidade, fazê-lo desistir, ignorá-lo.
No meio disto há ainda quem resista! Normalmente são os fala-só."

josé disse...

Há ainda outro método, caro JAB que foi utilizado contra Rui Mateus:
Propalar que é um alienado mental e que o que disse e escreveu provém desse estado alterado de consciência!

É por isso que entendo também ser muito delicada a questão que se colocou aqui sobre os problemas pessoais relacionados com saúde psíquica de alguém.
Ou são mesmo sérios e notórios e portanto prejudiciais para a causa pública, ou o melhor é não seguir por essa via estreita e perigosa.

Kamikaze (L.P.) disse...

pois! Repare nesta parte do post de JAB acima transcrito:

"Segundo, tenta-se mostrar que quem afirma não tem credibilidade e assim, diga ele o que disser, nem vale a pena tentar mostrar que não tem razão nas conclusões ou verdade nos factos, pois tudo o que ele proclamar vale nada."

Kamikaze (L.P.) disse...

Mas há ainda outro fenómeno interessante:
muitas vezes são os paladinos da moralidade na vida pública que, quando casos concretos de imoralidade são denunciados vêm á liça dizer que ... "isso não interessa nada" ou "isso agora não interessa nada"! (quanto a argumentário veja-se o referido post de JAB)!

Kamikaze (L.P.) disse...

Esteja à vontade, estimada Laura :)
*
Só mais umas coisinhas:
o post acima transcrito - "Critérios Jornalísticos" - provém de um blog (acima linkado) onde os seus autores se assumem como "alguns inconformados da área social-democrata, que recorrem a pseudónimos pelo facto de não acreditarem em bruxas ... mas estarem seguros de que elas existem."
Eu, que podendo embora considerar-me, lato sensu, da área social democrata mas não no sentido político-paridário (e que nunca votei PPD/PSD ou Cavaco Silva), não esqueço que o PPD/PSD, quando no poder, tambem se afincou na "missão" de controlar a comunicação social e/ou lançar anátemas sobre "as forças de bloqueio"... Aliás, todos temos ainda bem presente o que se passou no recente consulado santanista de má memória! Não por acaso me refiro, no início do meu comentário acima, ao "concertado silenciamento nos meios de comunicação de tudo o que belisque o status quo, a amável entente do bloco central...!

E se essa entente nem sempre funciona é: ou porque quando se zangam as comadres se sabem as verdades, ou porque ainda sobrevivem alguns espíritos livres no jornalismo e na política ou porque, de vez em quando, para desespero de muitos, ainda há desalinhados que não se importam de ser "fala sós".
Penso eu de que, claro!

Kamikaze (L.P.) disse...

Este postal de Nicodemos foi pelo próprio colocado também na Grande Loja do Queijo Limianao, de que é igualmente contributor.
Alguns dos comentários a esse posta da GLQL são muitissimo esclarecedores, a não perder os do José (que arquivo tem este homem!!!)e do Gomez.
Aqui fica o link:

http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2005/11/reviver-o-passado-em-macau.html

josé disse...

Kamikaze:

os arquivos são públicos.

Podem ser consultados AQUI nos comentários a esta notícia do Expresso.
A passagem original estava disponível no site relacionado com o Diário do Centro, mas acho que se apagou.
No entanto, já copiei.
Terá o bravo e corajoso advogado António Marinho que se esforça todos os dias por invectivar magistrados, a coragem de assumir novamente o que escreveu?!
Bem gostava de ler!

josé disse...

Afinal está Aqui
Não ficou apagado...senão na memória de alguns.

Primo de Amarante disse...

Não percebo que não tenham notado o seguinte:

1º- o livro de Mateus pouco ou nenhum impacto teve na comunicação social de direita e de esquerda por alguma razão. Dizem-me que vai ser agarrado por um jornalista que saiu recentemente do Expresso.

2º Tal como há um mensalão há um centrão e nesse centrão o que funcionam são grupos de advogados, economistas, engenheiros, etc. que estão ou estiveram no parlamento e constituem gabinetes onde se mistura gente do PSD e do PS, exercem as suas influências em todos os sectores económicos e extendem os seus tentáculos a todas as instituições, colocam os amigos em lugares-chave, cruzam casamentos entre filhos e obtêm as suas contrapartidas e até as suas impunidades.Estão sempre em lugares de honra, são intocáveis e fazem sempre parte do grupo de notáveis. Tudo em nome da Nação. Éste centrão fala mais alto que todos os mateus e não vejo como lhes dar a volta.

Macau ou Mateus ou o caso de Vale e Azevedo, depois de terem passado tantos invernos, são casos esotéricos, comparados com o polvo que se desenvolveu nos ultimos tempos.

Kamikaze (L.P.) disse...

Eu diria antes o "caso Moderna", o "caso Eurominas"(este bem recente) e por aí adiante. A questão é que o polvo de então pode ser bem o mesmo polvo de agora,compadre...
veja, por exemplo, os links que foram sendo deixados em comentários a este post do carteiro e, por todos os que constam deste post na GLQL:

um desenho

Há por aí muita alminha que angélica e convenientemente não percebe o interesse prático, que podem ter, no tempo presente, eventos passados nos anos 80 em Macau. Julgam até, comoventemente, que tudo não passa de uma cabala para fazer chincalha política com o Dr. Soares, ou com um outro desgraçado, conjunturalmente ministro da justiça. Acontece que se Soares, nisto, é hoje uma nota de rodapé, sem interferência real no 'terreno', o mesmo não se pode dizer dos 'herdeiros' da 'operação'. Saber do que se passou em Macau, antes, durante e após o caso emaudio/fax/melancia é fundamental para perceber fenómenos tão diversos como o da generosa indemnização à Eurominas, as constantes piruetas do Dr. Vitorino, até os ruidosos silêncios e omissões do Prof. Marcelo, para não falar do Dr. Coelho ou da vitalícia permanência de Cândida Almeida no DCIAP... Até o extraordinário à vontade com que um tal Almeida Lopes, juiz do STA, ajudou, impunemente, Fátima Felgueiras pode ser atribuído ao efeito Macau, pasme-se...

Primo de Amarante disse...

Pelo que sei o novo polvo já tem outro código genético.

As diferentes comissões de honra podem ajudar a compreender isso.

Primo de Amarante disse...

O chamado "caso de Macau" é um dos exemplos do mau fucionamento da JUSTIÇA