06 janeiro 2006

Duas noticias

Uma sondagem da Universidade Católica para Antena 1/RTP/Público, divulgada pela rádio às 17:00 horas desta sexta-feira, dá a vitória a Cavaco Silva, que deverá obter 60% dos votos.
Em segundo lugar surge o candidato independente Manuel Alegre, com 16% dos votos, ficando o candidato apoiado pelo PS, Mário Soares, na terceira posição, com 13%.
O candidato apoiado pelo PCP, Jerónimo de Sousa, tem 7% de intenção dos votos, Francisco Louçã 4% e Garcia Pereira 0%.

No Diário Digital (LUSA) dá-se noticia: «A comitiva de Mário Soares seguia a pé pelas ruas de Gondomar, quando, de forma inesperada, se dirigiu à Biblioteca Municipal de Gondomar, onde Valentim Loureiro esperava à porta.

Mário Soares e Valentim Loureiro deram um prolongado abraço perante dezenas de jornalistas, com o autarca a elogiar o ex-Presidente da República. "Mário Soares é uma pessoa que não esquece os amigos, cultiva uma palavra e um sentimento que é gratidão", declarou o ex-dirigente social-democrata».

5 comentários:

O meu olhar disse...

Eu pertenço ao grupo dos que não confiam muito nas sondagens eleitorais. Neste caso concreto, de umas eleições presidenciais em que há um candidato a representar toda a direita e os restantes candidatos a batalhar pela esquerda, ainda há mais razões para o meu descrédito, dada a dificuldade técnica que implica.

Além disso, faz-me desconfiar toda a encenação dos meios de comunicação social em volta do candidato Cavaco. De facto, há um destaque (descarado) por ordem decrescente: primeiro Cavaco, muito tempo de antena, muita repetição por parte do jornalista da peça para frisar bem o que ele diz; depois Soares, depois Alegre, depois Louça, Jerónimo, e agora, Garcia Pereira ainda em versão muito reduzida.
Esses últimos, aparecem apenas nas partes em que criticam Cavaco (quase sempre) ou quando se criticam mutuamente (mais raramente). Acerca das intervenções dos candidatos de esquerda é só isso o que passa nos canais de televisão e nas rádios.

Candidatos de esquerda sim! Fala-se muito na diluição entre essas áreas políticas, mas eu não me convenço. Há diferenças entre a esquerda e a direita neste país, e nos outros. E essas diferenças fazem a diferença.
A questão do apoio, agora tão falado, dos grandes grupos económicos a Cavaco parece-me uma evidência. Quem tem o poder económico só aceita que esteja no poder político um Governo e um Presidente à esquerda, quando não têm alternativa. Não podem anular eleições. Estamos em democracia. Mas é evidente que apenas os suportam apesar de os usarem.
Desculpem o desabafo amargo, mas ando um pouco irritada a ver passar a carruagem e nem haver sequer cães a ladrar, daqueles que fazem muito barulho e acordam os que estão a dormir!

Primo de Amarante disse...

Eu sei, por directa informação, que um grande empresário, talvez a terceira maior fortuna deste País, tem apoiado financeiramente todos os partidos. Por isso, já não dou grande importãncia a essa questão dos apoios financeiros. Penso que é mais uma questão para encher o olho aos povoléu e condicionar o seu voto. Aliás, vejam, p.ex., as vantagens que certas empresas, sobretudo no domínio dos hipermercados, têm nas autarquias do PS e até do PC e tirem as conclusões.

Primo de Amarante disse...

Aliás, lembrem-se dos grupos económicos a que estão ligados ex-ministros do PS. Será pelos lindos olhos ou pelos serviços prestados?!... Por que será que um lider distrital do PS foi há poucos anos presidente da A.G. da empresa Ferreira e Compª, empresa do regime de Avelino, de Valentim e outros?!... Poderia citar imensos exemplos. Ninguém acredita que, p. ex. o grupo Melo, onde trabalha uma figura muito importante do PS,só apoie Cavaco Silva!

E em relação à comunicação social,todos os partidos têm procurado dominá-la. Não vou lembrar Saramgo, nem Saraiva, nem Delgado, nem outros.

O problema é de quem está disposto a impor regras ou de quem quer fazer de conta.

E mais não digo!

M.C.R. disse...

Os grupos económicos, compadre, sempre apoiaram candidatos. Nem é nisso que está o problema. O que seria importante, essencial mesmo, é a publica declaração desse apoio. Ou seja transparência.
Também eu estou convencido de que há uma forte aposta de poderosos meios de informação no candidato Cavaco. E não me espanta nada que o dr Pinto Balsemão, fundador e militante do PPD/PSD estaja a fazer uma forcinha pelo candidato Cavaco.
No que toca às sondagens há relativizar a sua importancia.
Aliás a este título seria importante reflectir no facto de mesmo que haja sondagens inocentes, tamb´m há interess em torná-las públicas. Cria-se o efeito do ganhador antecipado e isso traz votos.

Faço minhas as palavras de "o meu olhar" que insiste na oposição esquerda direita. E de facto ainda há esquerda e ainda há direita. quanto ao facto de irem pescar ao centro isso é mais velho, provavelmente, do que a existencia destas duas correntes.

Primo de Amarante disse...

Também acho que há esquera e direita, mas num paradigma diferente. Neste contexto, são todos iguais e todos diferentes ou vice-versa.