14 janeiro 2006

ils dorment



abrupta escultura
este céu galopado de nuvens,
a tua boca coberta de palavras,
galgando os meus olhos
até que eles mal vejam

abrupta palavra tua
a escarpar minha língua,
braços estendidos para o nada,
a vida a cantar um disfarce
até que ele mal sirva.

dormem as minhas mãos,
a pele, o pensamento,
até que tudo passe,
até que os dias nasçam
lentamente.


silvia chueire

3 comentários:

Primo de Amarante disse...

O TEMPO,
o grande escultor dos afectos.

Kamikaze (L.P.) disse...

Ah estimada Silvia, bem haja por nos trazer sempre mais e mais beleza! Ainda que eu a leia muitas vezes teimosa e cruamente nostalgica :)
Abraço por sobre o oceano.

PS - hei-de regressar a actualizaçao do seu link ali ao lado (esta vale tambem para o amigo MCR 5 estrelas :-)

Silvia Chueire disse...

Compadre Esteves,

Meu abraço agradecido.

Kamikaze,

Emocionou-me sua manifestação. Sabe? Desde este lado do oceano também nutro afetos. :)

Abraço grande,

Silvia