14 janeiro 2006

A PT e a facturação detalhada


«A Portugal Telecom (PT) forneceu ao Ministério Público mais dados do que aqueles que eram realmente pedidos sobre a facturação detalhada do número de telefone de casa de Paulo Pedroso. Isto deve-se ao facto de tal número de telefone ter pertencido, durante alguns anos, a uma conta da PT paga pelo Estado, uma vez que Pedroso foi secretário de Estado e ministro. (...) De acordo com informações recolhidas pelo DN, o processamento da informação, em 2003, nos sistemas da PT era automático. Isto é ao digitar um número, sobre o qual era pretendida a facturação detalhada, o programa gerava um ficheiro em que também constavam outros números do mesmo cliente. No entanto, esta informação não surge na primeira folha do programa Excel, só estando acessível mediante a supressão de filtros do programa. (...) O mesmo se depreende de um comunicado da PT (...), quando a operadora refere que "a informação foi prestada relativamente aos números solicitados, tendo sido ocultados por um filtro informático os restantes dados referentes a outros números do mesmo cliente (...)".Ao que o DN apurou, apenas dois advogados consultaram o "Apenso V". Em declarações ao DN, o advogado de Carlos Cruz admitiu que teve "durante dois dias" as disquetes no seu escritório. Ricardo Sá Fernandes disse ainda que teve uma ajuda de um técnico de informática para abrir os ficheiros.»

Carlos Rodrigues Lima, DN, 14Jan05

3 comentários:

Primo de Amarante disse...

O que significa, que não foram acauteldas as questões que provocaram a crise. E isso também significa que a nivel da formação dos operadores de justiça, dos apoios logisticos e dos procedimentos algo falhou. E é neste patamar e não nos processos de intenções (que se espalham por aqui) que o debate "para memória futura" terá de ser feito. E é urgente esse debate, em vez das derivas de assobiar para o lado.

Primo de Amarante disse...

Mesmo aceitando a tese da conspiração para demitir o PGR,essa conspiração só foi possível, porque algo falhou e não deveria ter falhado.

Pessoalmente, acreditem que não me agrada a eventual demissão do PGR. Gosto mais do seu estilo do que do anterior que era muito mais formal. Também penso que o PS não tem condições para impor um nome para a PGR que não obtenha o acordo do novo PR, da oposição e dos magistrados. A situação não está para vencer a tese do dr. José António Barreiros na A Revolta das Palavras.

jcp (José Carlos Pereira) disse...

O leitor Intrometido poderia ter lembrado os mais desatentos que o advogado José António Barreiros é também parte interessada no processo.