28 janeiro 2006

VPV

Eu não conheço Vasco Pulido Valente de lado nenhum, a não ser do que leio do que ele escreve e escreve bem. Há dias, li uma crónica dele no Publico, que logo tive a tentação de comentar, mas esqueci-me. Falava VPV da ameaça de Chirac ao Irão, por causa do nuclear e, daí - que era a questão importante - passou para o acessório, dizendo, palavra menos palavra, que estava contra a França por causa da ameaça, ele que cresceu no tempo em que nós, portugueses, aprendíamos a falar e a escrever em francês. Li a crónica ao balcão de uma área de serviço, de pé, ice tea e sandes mista, manhã carregada e talvez com sono, mas houve uma ideia que me ficou: em que mundo vive VPV? Aprendeu a falar e escrever em francês, porque essa era a tónica dominante do tempo em que cresceu? Tónica dominante, onde? Se VPV soubesse das coisas do mundo, saberia que nesse tempo a maioria dos portugueses do mundo real não aprendia a ler ou a escrever em francês... nem em língua nenhuma.

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