01 fevereiro 2006

Dois tiros na ética republicana

O recente candidato presidencial Manuel Alegre fez a sua campanha enaltecendo os valores da cidadania, da ética democrática, da participação cívica e livre, da transparência e abertura dos partidos políticos e dos seus aparelhos, dos valores democráticos. Com essa postura teve, na realidade, uma votação muito expressiva nas presidenciais.
Pois bem, Manuel Alegre dá agora, em meu entender, dois valentes tiros na ética apregoada aos quatro ventos. Encontrando-se de baixa médica, falta às sessões do parlamento, de que é vice-presidente, mas é conhecido que esteve a caçar no Alentejo, em reuniões políticas e em jantares públicos de apoiantes da sua ex-candidatura. Ainda que justificável do ponto de vista médico, este comportamento é muito negativo, desde logo pela mensagem que Alegre transmite ao cidadão comum. Entretanto, a segurança social ou outro regime mais favorável, o Estado por certo, pagar-lhe-á naturalmente o subsídio de doença.
Activo combatente da transparência dos partidos e da abertura dos seus órgãos aos militantes e aos cidadãos, dá o brilhante exemplo de faltar à reunião da Comissão Política do PS, para onde foi eleito por aqueles que o apoiaram no último congresso, para estar num jantar com apoiantes, antecipadamente divulgado a todas as televisões. Em baixa médica. Presunção e água benta…
Parece que Alegre vai hoje comunicar ao país qual vai ser o seu futuro. Já é tarde.

4 comentários:

Primo de Amarante disse...

umojxgA ética anda de facto mal. Até já serve de arma de arremesso!

o sibilo da serpente disse...

Não confunda, não confunda, Manuel... São coisas diferentes. Menezes tem defeitos e tem virtudes. E há quem tenhasó defeitos. Se é que ainda há coisas diferentes, sei lá...? Afinal é V. que nos conta de inauditas concubinagens entre Menezes e Rio. Mas, uma vez mais, sei lá...? Depois de andar às voltas, descobri a notícia no DN e agora a sua ligação ao JN. EStou atordoado. Talvez por uns tempos... Há fichas de desfiliação? E um saco para vomitar

o sibilo da serpente disse...

Este comentário não era para esta loja. Foi repetido aqui por engano. Era para seruma interpelção ao compadre sobre a ética republicana. Vou tentar recuperar logo que possa.

Primo de Amarante disse...

A minha opinião sobre Luis Filipe Meneses não é pessoal. Fui colega e sou amigo da sua mãe que, em alguns aspectos sobre a sua personalidade concorda comigo.

Como político, retenho do autarca Filipe Meneses o que é do dominio público e não vou falar da forma como ele tratou a Embaixador Seabra, das viagens que fez como deputado, nem do seu apoio a Ferreira Torres, nem do seu estilo de fazer politica no PSD. Há um facto, do dominio público, que me diz tudo sobre o modo como o politico gere a Cãmara de Gaia.

Lembra-se do negócio do centro de Estágio d FCP?

A IGF no seu relatório refere o seguinte:«pelas caracteristicas de modelo de financiamento montado para a construção do Centro de Estágio do FCPorto, podemos concluir que esta operação desvirtua o pretendido com as regras aplicáveis ao limite legal de endividamento estabelecido pela Lei de Finanças Locais (...) O individamento foi mascarado por subsídios atribuídos a duas fundações: a Fundação Gaia Cidade d'Ouro que acabou por ser extinta antes de lhe ser reconhecida personalidade jurídica e a Fundação PortoGaia». E acrescenta-se «a factualidade em causa é, aliás, susceptível de gerar responsabilidade penal, por configurar a verificação de indiciosde um crime de usurpação de funções».

É por tudo isto que eu considero que só quem tenha da politica uma concepção de "vermelhina" consegue estes prodigios sem que lhe aconteça nada. Penso, por isso, que é um habilidoso. E nisto "O MAIOR!"