24 fevereiro 2006

Já que ninguém se lembrou

Balada do Outono

Águas
E pedras do rio
Meu sono vazio
Não vão
Acordar
Águas
Das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto
A cantar

Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas
Das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto
A cantar

Do rio correndo
Poentes morrendo
P'rás bandas do mar
Águas
Das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto
A cantar

Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas
Das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto
A cantar.

Zeca Afonso

3 comentários:

M.C.R. disse...

ai o Zeca... Um dia desters contarei dele algumas histórias. Desde o Mandarim da praça da república em coimbra, aos ensaios do CITAC, à Trave na rª das gáveas em Lisboa e de uma noite em Vallecas (Madrid) quando Franco agonizava..
Obrigado pela balada, Carteiro

Silvia Chueire disse...

É um belo poema...Uma letra de canção?

Abraços,~
Silvia

M.C.R. disse...

Sim Sílvia. Uma letra de canção, uma balada de coimbra para ser mais preciso. Datada de 57 ou 58.