De manhã li a notícia, só o título. Foi suficiente para o primeiro duro impacto. Mas ao longo do dia a notícia invadiu os meus ouvidos inúmeras vezes. Impossível fugir desta notícia que a todos nos envergonha. A mim envergonhou-me. A primeira reacção que tive foi lamentar o sem abrigo que morreu e, de imediato, os jovens. Sim, o sentimento que me assaltou ao longo do dia foi uma pena tremenda daqueles jovens. E também revolta quando ouvi na TSF um padre a dizer que os miúdos isto e aquilo e um psiquiatra a dizer que o grupo isto e aquilo. Tudo verdade, mas a outra análise onde está? A que nos fala do que levou os miúdos pela mão até este momento?
Escrevo este post porque há pouco um amigo, que foi à Judiciária pelas nove horas de hoje, os viu. Miúdos, muitos e muito pequenos, amedrontados, desorientados.
Sei que na sociedade actual muitos de nós pensam que se intervirmos no nosso meio restrito e dermos o nosso melhor já estamos a fazer muito. Também tenho tendência a pensar assim, até ser “incomodada” pela existência desta realidade, aqui à porta, com miúdos a fazer selvajarias, a acabar por matar e depois amedrontados, desorientados.
23 fevereiro 2006
A violência insuportável
Marcadores: O meu olhar
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2 comentários:
Partilho seu choque. Mas um homem morto por meninos ou graúdos é um homem morto. ao morto pouco ter´á interessado saber a idade da mão que o matou. O resto vem depois. E o que vem depois é terrível. que sociedade é esta que cria nas suas escolas (as oficinas de S josé) grupos de delinquentes que matam lentamente alguém? escrevo só sobrre o que li no Público. Poupei-me á televisão pois tenho como certeza inexorável que todo e qualquer depoimento recolhido por esses aparelhos é manipulado. não acuso o jornalista mas sobretudo a montagem e a mistura de depoimentos que normalmente fazem.
De quem dependem as tais oficinas? que regime de instrução é lá fornecido? Onde se recrutam os professores? Etc...etc...
Isto claro é para continuar porque as informações são para já insuficientes.
É, de facto, uma notícia que nos deixa aterrados, perplexos, acabrunhados. Surpreendidos? Não. Julgo que todos nós temos uma noção aproximada de como são criados e educados os jovens em muitas dessas instituições.
Criamos jovens sem princípios, sem valores, sem presente e sem futuro. Apenas com um passado atrás deles. O que fazer?
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