a fama, a glória ou a ocasião faz o ladrão
Uma pessoa não pode viajar. Ou, pelo menos, não o pode fazer de cara descoberta. Correm-se riscos indizíveis por essas auto-estradas portuguesas. Precisando: o risco maior é, depois de apanharmos com um radar da polícia em cima, entrar numa área de serviço. Sobretudo ao domingo. Há sempre alguém, idoso, barrigudo e careca que nos olha fixamente, com um ar de enorme cumplicidade e grita “Éeeemecêeeerre”. O mundo pára nesse momento. Dezenas de olhares caem sobre o alvo daquele brado. Mães de família com criancinhas a tiracolo, pais da mesma com as mãos nos bolsos, buliçosos grupos de reformados que participam numa excursão sabe-se lá aonde. Adolescentes entediados que se arrastam com ar espantado de sono atrás da comitiva familiar e que dão ao demo aquela peregrina ideia de ir de longada, num domingo bem cedo, à procura de um restaurante onde se servem doses monumentais de cabrito, bacalhau, feijoada, cozido à portuguesa ou rancho por preços absolutamente tentadores...
Não convém esquecer um que outro escoteiro fardado a rigor e que pede uma moeda para o movimento. Ou uma criatura de sexo indeterminado que nos aborda de cartão em riste a pedir o nosso óbolo para uma obra de caridade de que nunca ouvimos falar. Na época própria (Abril e Maio) aparecem estudantes de capa e batina a pedir para o carro da queima das fitas ou para a viagem de fim de curso. E que temos nós, pobres mortais, que ver com a viagem dos meninos a um desses paraísos tropicais onde por tuta e meia lhes fornecem hotel, praia e bar aberto. Deveremos contribuir para o alcoolismo das novas gerações? (esta desculpa ofereço-a de borla aos bloguistas amigos que me aturam).
Voltemos porém à vaca fria: um uivo tonitruante onde o mísero nome que me deram sai a um milhão de decibéis. Quem será este gajo? perguntei (pergunto sempre) aos meus botões. De onde é que o conheço. E começa aqui uma via crucis semeada de mistérios pouco gozosos. Será do colégio A, B ou C? do liceu? De África? Da faculdade? Do grupo que jogava matraquilhos nas escadinhas do liceu? De alguma reunião conspirativa nos idos de sessenta? Algum antigo colega do Ministério da Cultura? Do da Segurança Social? Um advogado ou espécime afim (juiz, procurador, solicitador) com quem privei nesses tempo já nebuloso? Algum (ai quem dera!) jogador de bridge com quem varei uma noite de tabaco e cartolina? Malta do velho grupo da Opinião, em Lisboa (artistas em começo de carreira, escritores idem, bêbados conservados em conhaque antigo, cerveja e algum vinho de boa cepa, senhoras cultas em fim de carreira, “propedêuticas” que aspiravam à glória de levar para a cama gentil um luminar cultural da nova canção portuguesa (por exemplo o Vitorino) ou na impossibilidade deste, um amigo (por exemplo: eu)). Enfim, ele há uma miríade de criaturas capazes de chamar por mim e arriscando-se a não serem reconhecidas. Que querem? Eu esqueço-me das caras. Ainda por cima mudei mais vezes de terra do que de sapatos. E, cereja no bolo, tenho um nome relativamente invulgar: Marcelos que eu saiba havia o Caetano mas já não há. O Matias mas vive fora. O Rebelo de Sousa mas é mais alto e tem olhos claros. O Mastroianni mas essa sorte não tive. E bonda. Quando uma criatura uiva o meu nome e me olha com energúmena ternura fico a tremer. É que não quero ofender, que diabo! Pode ser alguém ainda de mais modesta condição do que eu. E que depois se vai queixar ao círculo dos velhos compinchas: “aquele gajo, pá, subiu-lhe a importância à caixa dos pirolitos. Está mais parvo que o Sacana Lopes, chiça!” Ora eu não queria, mesmo por injúria de inimigo mortal, ficar mais parvo que o tal Lopes, há limites que uma pessoa de bem não deve transpor.
Portanto, arreganho o corta palha, estendo a manápula e aí vai disto: “Olá pá, como vai essa bizarria?” E vai de dar palmadinhas no ombro daquele perfeito desconhecido, tentando apanhar uma abébia que o identifique, que lhe dê nome e data. E começam as minhas perguntas matreiras (e a malta pá, tens tido notícias, a família, viste alguém do velho grupo) para o incluir nalguma remota falha de memória ou, pelo menos, excluí-lo de outras. Juro-vos que isto é mais angustiante que um inteiro romance de Saramago...
Bom, voltando ao caso sub-judice, a criatura que me interpelava depois de vertiginosos esforços das cansadas meninges, era um quiddam com quem eu me cruzara vagamente na faculdade lá pelo 4º ano. Se me recordo bem, furara a greve, pelo que mais me assarapantou o ataque de ternura com que me brindava. E o que ele sabia sobre mim: “um génio (que felizmente não era um santo) da literatura bloguistica, um luminar dos encontros da Póvoa, um herói da luta anti Sacana Lopes, enfim um mito. É pá tu devias ganhar o prémio Pessoa, pá. Ainda o não deram a nenhum cronista, pá. Era giro, pá. E justo, pá”.
Já eu mesmo o começava a considerar sob outra perspectiva.”Querem lá ver que este zombie não é tão bruto como parece. E lê? E lê-me. Um tipo pode enganar-se. Os anos podem trazer inteligência e surpresas” Etc..
Despedimo-nos ao fim de pouco tempo. Abraços. Aparece pá. Claro.
Ainda não tinha desaparecido da minha vista o espécime atroador que me aparece uma velha amiga, de Letras esta, dos mesmos anos sessentas e tais que logo reconheci. A minha dificuldade de reconhecimento é de “género” nunca me lembro dos machos mas do raparigame, a menos que estejam cúbicas ou mesmo quadradas, lembro-me, pronto. A Sara. Na mesma ou quase. Uma bela senhora nos sessenta. Oh que festa. E vá de tentar em poucos minutos fazer o ponto das respectivas vidas. E ás tantas refiro-lhe o estranho encontro de há minutos. Felizmente logo que comecei ela cortou-me a palavra. “fui eu que lhe disse que estavas ali a comprar o café. Até lhe contei quer tens um blogue (outra!!!) o tipo ficou boquiaberto, quanto a mim nem sequer sabe o que é um blogue mas também não faz mal. Exagerei só para o chatear. Lembras-te que ele furou a greve?”.
A minha glória, o hall da fama que me parecera tão prometedor quanto justo, as palmadinhas amigáveis nos lombos do tonitruante, fundiam-se como gelo em Uagadugu, (Burkina Faso, 2º long 6º lat.). A Sara teve o efeito de um duche escocês. Ao prazer do encontro sucedia-se aquela cruel decepção. O “furão” bordara à volta de três informações inflacionadas o lenço em que o meu ego destroçado havia de secar tristes lágrimas. Sou felizmente pouco dado a acreditar na boa sorte pelo que uma parte de mim continuara de pé atrás perante os arroubos do antigo mau colega. Não sei se isto é pessimismo ou apenas bom senso.
Despedi-me da Sara prometendo notícias e um cantinho de ternura no blogue: “Ainda gastavas um par de meias solas, Sara. A sério.”
Já no brioso Bora a caminho de casa, a som de “L’ocasione fa il ladro” dei por mim a receber o tal prémio, o Pessoa, e os largo cabedal que com ele vem. Vamos que ganhar um prémio de crónica não é coisa fácil neste país. À uma andam no ofício uma série de cavalheiros que sabem da poda. Retirem-se da competição os do “Expresso” visto que é o patrocinante do prémio (lá se vão o Bélard, a Ferreira Alves, a Inês Pedrosa e o Miguel Sousa Tavares. E o Zé Quitério, príncipe dos gourmets que escreve um português delicioso e “saborido”. Um abraço, Zé!) Ainda fica um largo monte de criaturas: o Manuel Pina na “Visão” (mas seria insultuoso premiar um grande poeta como cronista... Um a menos), o Pacheco Pereira (mas o Dr. Balsemão não pode premiar um conhecido membro do PPD: outro que se vai ...). O Vasco Pulido Valente que escreve como poucos. E curto. E se por vezes é injusto não menos verdade é que quando acerta é mais mortífero que uma cobra coral. O António Barreto. E mais uma boa dúzia. A minha candidatura parece-me cada vez mais problemática. A menos que... a menos que... o júri prefira premiar um perfeito desconhecido. Não é o melhor, concede-se (de má vontade). Mas os outros já têm as carreiras feitas, são disputados pelos jornais, pagos pelas televisões, condecorados pelo presidente da república (o último foi o Prado Coelho). Portanto convém um perfeito desconhecido, para o animar a prosseguir, mostrar ao mundo que Portugal é um alfobre de inteligências, de humor, de lucidez. Este poderá ser um exemplo do novo rumo da política nacional, das tais fronteiras de que falava o nosso colega DLM assacando-me, pertinaz, uma qualquer malfeitoria política no passado fim de semana. Delfim: em política sou um relapso, um cismático, um herege, um livre pensador, um pedreiro livre, apropriado para entrega ao braço secular.
Mas tudo isto, esta deriva delirante tem sempre um fim. Cheguei ao Porto no exacto momento em que soavam os últimos acordes de Rossini:
D’un si plácido contento
Sia partecipe ogni cuore
E costante il dio d’amore
Renda il nostro giubilar;
E se a caso l’occasione
L’uomo fa ladro diventar,
C’è talvolta una ragione
Che lo può legitimar.
Vai esta para o camarada Nicodemos agradecendo as duas fotografias do João e do Zé. Parca paga é esta mas foi parida com o suor do meu rosto ou pelo menos das minhas meninges. E cá estou pronto para os tais jantares ou almoços. Um abraço
Não convém esquecer um que outro escoteiro fardado a rigor e que pede uma moeda para o movimento. Ou uma criatura de sexo indeterminado que nos aborda de cartão em riste a pedir o nosso óbolo para uma obra de caridade de que nunca ouvimos falar. Na época própria (Abril e Maio) aparecem estudantes de capa e batina a pedir para o carro da queima das fitas ou para a viagem de fim de curso. E que temos nós, pobres mortais, que ver com a viagem dos meninos a um desses paraísos tropicais onde por tuta e meia lhes fornecem hotel, praia e bar aberto. Deveremos contribuir para o alcoolismo das novas gerações? (esta desculpa ofereço-a de borla aos bloguistas amigos que me aturam).
Voltemos porém à vaca fria: um uivo tonitruante onde o mísero nome que me deram sai a um milhão de decibéis. Quem será este gajo? perguntei (pergunto sempre) aos meus botões. De onde é que o conheço. E começa aqui uma via crucis semeada de mistérios pouco gozosos. Será do colégio A, B ou C? do liceu? De África? Da faculdade? Do grupo que jogava matraquilhos nas escadinhas do liceu? De alguma reunião conspirativa nos idos de sessenta? Algum antigo colega do Ministério da Cultura? Do da Segurança Social? Um advogado ou espécime afim (juiz, procurador, solicitador) com quem privei nesses tempo já nebuloso? Algum (ai quem dera!) jogador de bridge com quem varei uma noite de tabaco e cartolina? Malta do velho grupo da Opinião, em Lisboa (artistas em começo de carreira, escritores idem, bêbados conservados em conhaque antigo, cerveja e algum vinho de boa cepa, senhoras cultas em fim de carreira, “propedêuticas” que aspiravam à glória de levar para a cama gentil um luminar cultural da nova canção portuguesa (por exemplo o Vitorino) ou na impossibilidade deste, um amigo (por exemplo: eu)). Enfim, ele há uma miríade de criaturas capazes de chamar por mim e arriscando-se a não serem reconhecidas. Que querem? Eu esqueço-me das caras. Ainda por cima mudei mais vezes de terra do que de sapatos. E, cereja no bolo, tenho um nome relativamente invulgar: Marcelos que eu saiba havia o Caetano mas já não há. O Matias mas vive fora. O Rebelo de Sousa mas é mais alto e tem olhos claros. O Mastroianni mas essa sorte não tive. E bonda. Quando uma criatura uiva o meu nome e me olha com energúmena ternura fico a tremer. É que não quero ofender, que diabo! Pode ser alguém ainda de mais modesta condição do que eu. E que depois se vai queixar ao círculo dos velhos compinchas: “aquele gajo, pá, subiu-lhe a importância à caixa dos pirolitos. Está mais parvo que o Sacana Lopes, chiça!” Ora eu não queria, mesmo por injúria de inimigo mortal, ficar mais parvo que o tal Lopes, há limites que uma pessoa de bem não deve transpor.
Portanto, arreganho o corta palha, estendo a manápula e aí vai disto: “Olá pá, como vai essa bizarria?” E vai de dar palmadinhas no ombro daquele perfeito desconhecido, tentando apanhar uma abébia que o identifique, que lhe dê nome e data. E começam as minhas perguntas matreiras (e a malta pá, tens tido notícias, a família, viste alguém do velho grupo) para o incluir nalguma remota falha de memória ou, pelo menos, excluí-lo de outras. Juro-vos que isto é mais angustiante que um inteiro romance de Saramago...
Bom, voltando ao caso sub-judice, a criatura que me interpelava depois de vertiginosos esforços das cansadas meninges, era um quiddam com quem eu me cruzara vagamente na faculdade lá pelo 4º ano. Se me recordo bem, furara a greve, pelo que mais me assarapantou o ataque de ternura com que me brindava. E o que ele sabia sobre mim: “um génio (que felizmente não era um santo) da literatura bloguistica, um luminar dos encontros da Póvoa, um herói da luta anti Sacana Lopes, enfim um mito. É pá tu devias ganhar o prémio Pessoa, pá. Ainda o não deram a nenhum cronista, pá. Era giro, pá. E justo, pá”.
Já eu mesmo o começava a considerar sob outra perspectiva.”Querem lá ver que este zombie não é tão bruto como parece. E lê? E lê-me. Um tipo pode enganar-se. Os anos podem trazer inteligência e surpresas” Etc..
Despedimo-nos ao fim de pouco tempo. Abraços. Aparece pá. Claro.
Ainda não tinha desaparecido da minha vista o espécime atroador que me aparece uma velha amiga, de Letras esta, dos mesmos anos sessentas e tais que logo reconheci. A minha dificuldade de reconhecimento é de “género” nunca me lembro dos machos mas do raparigame, a menos que estejam cúbicas ou mesmo quadradas, lembro-me, pronto. A Sara. Na mesma ou quase. Uma bela senhora nos sessenta. Oh que festa. E vá de tentar em poucos minutos fazer o ponto das respectivas vidas. E ás tantas refiro-lhe o estranho encontro de há minutos. Felizmente logo que comecei ela cortou-me a palavra. “fui eu que lhe disse que estavas ali a comprar o café. Até lhe contei quer tens um blogue (outra!!!) o tipo ficou boquiaberto, quanto a mim nem sequer sabe o que é um blogue mas também não faz mal. Exagerei só para o chatear. Lembras-te que ele furou a greve?”.
A minha glória, o hall da fama que me parecera tão prometedor quanto justo, as palmadinhas amigáveis nos lombos do tonitruante, fundiam-se como gelo em Uagadugu, (Burkina Faso, 2º long 6º lat.). A Sara teve o efeito de um duche escocês. Ao prazer do encontro sucedia-se aquela cruel decepção. O “furão” bordara à volta de três informações inflacionadas o lenço em que o meu ego destroçado havia de secar tristes lágrimas. Sou felizmente pouco dado a acreditar na boa sorte pelo que uma parte de mim continuara de pé atrás perante os arroubos do antigo mau colega. Não sei se isto é pessimismo ou apenas bom senso.
Despedi-me da Sara prometendo notícias e um cantinho de ternura no blogue: “Ainda gastavas um par de meias solas, Sara. A sério.”
Já no brioso Bora a caminho de casa, a som de “L’ocasione fa il ladro” dei por mim a receber o tal prémio, o Pessoa, e os largo cabedal que com ele vem. Vamos que ganhar um prémio de crónica não é coisa fácil neste país. À uma andam no ofício uma série de cavalheiros que sabem da poda. Retirem-se da competição os do “Expresso” visto que é o patrocinante do prémio (lá se vão o Bélard, a Ferreira Alves, a Inês Pedrosa e o Miguel Sousa Tavares. E o Zé Quitério, príncipe dos gourmets que escreve um português delicioso e “saborido”. Um abraço, Zé!) Ainda fica um largo monte de criaturas: o Manuel Pina na “Visão” (mas seria insultuoso premiar um grande poeta como cronista... Um a menos), o Pacheco Pereira (mas o Dr. Balsemão não pode premiar um conhecido membro do PPD: outro que se vai ...). O Vasco Pulido Valente que escreve como poucos. E curto. E se por vezes é injusto não menos verdade é que quando acerta é mais mortífero que uma cobra coral. O António Barreto. E mais uma boa dúzia. A minha candidatura parece-me cada vez mais problemática. A menos que... a menos que... o júri prefira premiar um perfeito desconhecido. Não é o melhor, concede-se (de má vontade). Mas os outros já têm as carreiras feitas, são disputados pelos jornais, pagos pelas televisões, condecorados pelo presidente da república (o último foi o Prado Coelho). Portanto convém um perfeito desconhecido, para o animar a prosseguir, mostrar ao mundo que Portugal é um alfobre de inteligências, de humor, de lucidez. Este poderá ser um exemplo do novo rumo da política nacional, das tais fronteiras de que falava o nosso colega DLM assacando-me, pertinaz, uma qualquer malfeitoria política no passado fim de semana. Delfim: em política sou um relapso, um cismático, um herege, um livre pensador, um pedreiro livre, apropriado para entrega ao braço secular.
Mas tudo isto, esta deriva delirante tem sempre um fim. Cheguei ao Porto no exacto momento em que soavam os últimos acordes de Rossini:
D’un si plácido contento
Sia partecipe ogni cuore
E costante il dio d’amore
Renda il nostro giubilar;
E se a caso l’occasione
L’uomo fa ladro diventar,
C’è talvolta una ragione
Che lo può legitimar.
Vai esta para o camarada Nicodemos agradecendo as duas fotografias do João e do Zé. Parca paga é esta mas foi parida com o suor do meu rosto ou pelo menos das minhas meninges. E cá estou pronto para os tais jantares ou almoços. Um abraço
10 comentários:
Quando leio MCR, parece que vejo um filme desenrolar-se à minha frente, com os personagens ali todos…e imagino-os, automaticamente: altos, baixos, gordos ou magros, como estão vestidos…tudo depende da pena do MCR…é fantástico!
Com que então!...o “nosso” MCR andou no Ministério da Cultura…não me diga que aí se cruzou com o Alçada Baptista, do qual sou verdadeiramente fanático: tenho a sua obra, à excepção de duas: O Tempo nas Palavras e “Conversas com Marcello Caetano”, ambas de 1973; bem que tenho procurado aí nos alfarrabistas…os livros dele são mágicos ( vão dizer que sou romântico…pois… todo aquele amor, aqueles afectos todos…)
Conte-nos coisas desse tempo, MCR, ok? Adoraria ler…
( estou a pedir de mãos postas!...)
P.S.: Relativamente à sua “glória, o hall da fama (…) tão prometedor quanto justo” calma! Ele mantém-se!
"Prontos", agora dei nisto: engano-me e tenho de remover o comentário...é da idade...
MCR,
Este excelente post devia chamar-se : da ferida narcísica e a consequente defesa quase delirante. : )
Beijos,
Silvia
Meu caro DLM
Se andei na Cultura? claro. quase dez anos. Aliás só saí de lá por ter tido a pouca sorte de encontrar um tal Lopes, criatura que adorava concertos de Violino de Chopin e outras pepitas do mesmo teor. Tive de lhe mandar um fax a dizer que enquanto subordinado perdera a confiança no governante pelo que me demitia de um cargo muito honroso e refugiava-me de novo na Segurança Social.
O dito Lopes também lá não durou. Nem lá nem em nenhum dos cargos para que ingénuos, ignorantes ou malandros o nomearam ou elegeram, conheci perfeitamente o Alçada Baptista e acho que V não tem os melhores livros dele pois acho-o muito interessante como memorialista mas menor como romancista.
Estou aliºas a tentar regressar a esse Ministério. Não me arranja uma cunha?
Sílvia: é um belo título. Sobretudo a parte do delirante. Que é qu V quer que saia da cabeça de uma pessoa que faz cem quilómetros a ouvir uma ópera de Rossini?
Bem que me diverti ao pensar este postal. Imaginei mesmo um discurso de agradecimento que não deixava de ser divertido. Um dia destes compro um desses peequenos gravadores de voz para não me esquercer destas maluqueiras que me vão acompanhando quando guio.
quando me reduzo ao honrado papel de peão urbano perco grande parte da imaginação. Ou então são as pessoas que me distraem, as montras das lojas, as caganitas de cão nos passeios, Uma auto-estrada monótona é um excelente campo para a imaginação.
Ah! MCR, Vexa ficaria mesmo bem na Cultura!
Ah! se eu pudesse, ia já hoje!
MCR,
Lá fui ver à livraria e confirmei com satisfação: lá estava o seu nome como responsável pela tradução do livro do super-juiz espanhol Baltazar Garzon.
Parabéns!
Meu olhar: andam por aí cerca de uma dúzia de traduções feitas nos últimos dois anos. De todo o modo, obrigado.
O MCR esteve na cultura e nunca de lá saíu.
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