Na sua coluna de opinião do “Diário de Notícias”, José Medeiros Ferreira disserta sobre os trinta anos da Constituição de 1976.
E apraz-me verificar que as minhas “teses” são por ele defendidas. O que vem também corroborar o que tenho dito: que, dentro do PS, existem muitas “sensibilidades” e modos de pensar muito muito diferentes! Será uma riqueza, mas também um factor de perturbação para outros. No seu seio existe a velha guarda da I República, laica republicana intransigente, jacobina; ali também se "encaixam" os católicos que não se revêem nas teses marxistas-leninistas do PCP nem nas teses neoliberais de um PSD ou de um CDS-PP.
Afirma Medeiros Ferreira:
Vivemos como se este Estado estivesse em vias de extinção (…)
Ora quando o Estado se retrai nas suas funções públicas, de certa maneira está a rever, no terreno, a actual Constituição. Pois ao retirar escolas, maternidades, centros de saúde, estações de correio, quartéis, esquadras, por muito racional e económico que tudo isto possa ser, é o cidadão dessas localidades que se vê privado de múltiplos serviços públicos. Em muitos sítios o Estado só aparece na época dos impostos e no mais espaçado período eleitoral. A retirada de serviços públicos e a sua concentração nos grandes meios populacionais podem resultar na tendência para tornar Portugal numa república de Cidades-Estado, melhor dizendo, de áreas metropolitanas, mas sem a lógica de um verdadeiro Estado nacional, e certamente sem a largueza e a extensão de funções atribuídas pela Constituição”.
Como é curioso o percurso convergente de um Republicano (e laico) com um católico (e de certa maneira) conservador...
E apraz-me verificar que as minhas “teses” são por ele defendidas. O que vem também corroborar o que tenho dito: que, dentro do PS, existem muitas “sensibilidades” e modos de pensar muito muito diferentes! Será uma riqueza, mas também um factor de perturbação para outros. No seu seio existe a velha guarda da I República, laica republicana intransigente, jacobina; ali também se "encaixam" os católicos que não se revêem nas teses marxistas-leninistas do PCP nem nas teses neoliberais de um PSD ou de um CDS-PP.
Afirma Medeiros Ferreira:
Vivemos como se este Estado estivesse em vias de extinção (…)
Ora quando o Estado se retrai nas suas funções públicas, de certa maneira está a rever, no terreno, a actual Constituição. Pois ao retirar escolas, maternidades, centros de saúde, estações de correio, quartéis, esquadras, por muito racional e económico que tudo isto possa ser, é o cidadão dessas localidades que se vê privado de múltiplos serviços públicos. Em muitos sítios o Estado só aparece na época dos impostos e no mais espaçado período eleitoral. A retirada de serviços públicos e a sua concentração nos grandes meios populacionais podem resultar na tendência para tornar Portugal numa república de Cidades-Estado, melhor dizendo, de áreas metropolitanas, mas sem a lógica de um verdadeiro Estado nacional, e certamente sem a largueza e a extensão de funções atribuídas pela Constituição”.
Como é curioso o percurso convergente de um Republicano (e laico) com um católico (e de certa maneira) conservador...
Em tempo: JMF é membro do blog "Bicho Carpinteiro". Aqui fica o link, para os curiosos:
(Nota: a gravura - muito bela - é da autoria de Almada Negreiros, e constitui um cartaz, elaborado em 1933, para o Secretariado da Propaganda Nacional (SPN). É uma colaboração que Almada iniciou com o Estado Novo. Não com subserviência. Não sem críticas...)
2 comentários:
Você anda a desenterrar cadáveres do armário (refiro-me ao cartaz).
Meu Caro: como a nossa Constituição faz 30 anos, lembrei-me de ir buscar este cartaz, que celebra igualmente uma Constituição (a de 1933). Apenas pela beleza da pintura de Almada Negreiros. Sem quaisquer segundas intenções...lá que ele é bonito, lá isso...
Um Abraço!
dlmendes
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