28 maio 2006

Noite de naftalina

Ontem, foi dia de naftalina, como não se cansava de dizer a Ludovina, 6o maduros (uns mais do que outros, que também lá estavam os jovens Olga e JCP, ele pendurado no charuto), sentados à volta da mesa para mais um jantar dos antigos alunos da Secundária do Marco.

Tive de fazer esticar o dia para chegar quase a tempo. O treino de futebol do meu filho acabou às 18.30 H, tivemos de correr logo a seguir para o Marco, ainda fui levá-lo a casa dos meus pais, ajudei-o a tomar banho, dexei-o lá, e segui para o restaurante. A tempo, muito a tempo.

Lançaram-se as bases para a criação de uma Associação que tente dar algum sentido às coisas, que não se resuma a ser uma organização de comezainas, e eu, acicado, lá comecei a lançar provocações várias, para gozo dos presentes. Conclusão imediata: «Estás igual ao que sempre foste!».

Obrigado, malta. Gostei de saber que estou igual. Significa que já não vou mudar.

Só tive pena de não poder seguir com eles para a discoteca. Mas tinha que ir buscar o meu filho e regressar ao Porto. Fica para a próxima.

3 comentários:

o sibilo da serpente disse...

Claro que os meus amigos estão enganados. Eles já não se lembram do brilho dos olhos, saltitantes, aquele brilho tão próprio do adolescente irrequieto, do irreverente confrontador de professores, do agitador de massas, em combates incoerentes, porque por essa altura eu achava que a incoerência era a mãe da criatividade.Ou, então, lembram-se tão bem de tudo isso, que não conseguem supor que já não é assim, e pensam que os olhos agora mais baços e parados são apenas cansaço e noites de insónia, mas que a alegria está cá, como estava naquele tempos em que as preocupações eram poucas e a única que eu temia era o meu pai.
Não. Obviamente a alegria não é a mesma e o que lhes parecia alegria era mais agitação, a necessidade de estar com todos de igual forma. A única coisa que era igual era a vontade que eu tinha de que eles gostassem de mim. Ou que não gostassem. Como era antigamente.
Talvez tudo tivesse sido diferente se não tivesse o meu filho à espera e acabasse a noite com eles e tivesse bebido uns copos. Em liberdade.

M.C.R. disse...

E ia eu dizer que uma noite de discoteca sem o Carteiro havia de ser uma seca e o melro a filosofar.

jcp (José Carlos Pereira) disse...

Este rapaz está cá um filósofo! Pois eu ainda fui à discoteca, onde parecíamos uns "cotas" debaixo do olhar de teenagers cada vez mais novos nestas andanças.