31 maio 2006

Um susto de País!



Lê-se hoje, no “DN”, que “Portugal continua a ser o país da União Europeia com mais casos de tuberculose – no ano passado, 3282 pessoas contraíram a doença”.

Segundo Teles de Araújo, o presidente da Associação Nacional de Tuberculose e Doenças Respiratórias, responsável por um estudo acerca desta autêntica “praga”, adianta duas explicações para que a tuberculose apresente valores tão altos. "Estar muito associada ao HIV/sida" - e haver também uma taxa elevada desta doença no País” e "atingir comunidades de imigrantes de países com grande incidência".
Além disso, afirma, "algo tem falhado nos esforços para travar o contágio. Porto, Lisboa e Setúbal lideram em número de casos e representam 60% dos doentes".

E pensar que há trinta anos a tuberculose tinha deixado praticamente de existir no nosso País, estando perfeitamente controlada!

Deveu-se à actividade do “SLAT” o fim desse flagelo. Foi por via do seu desmantelamento que essa peste renasceu. A juntar a outras, como a SIDA.
E que dizer da toxicodependência, "excelente" veículo de transmissão dessas doenças?!

E pensar que os portadores das mesmas pululam por aí, livremente, nas ruas das nossas (degradadas) cidades, em nome da sua liberdade inviolável!

Pergunto: e a liberdade e o direito da restante população a não ser contaminada? Não deve prevalecer?

Nota: a foto acima colocada corresponde à sede do antigo “SLAT”, sita no Cais do Sodré, Lisboa.

4 comentários:

M.C.R. disse...

Caro DLM quer prender todos os drogados? quer põr o Estado a praticar a eugenia social?

A toxico dependencia só é veiculo de doenças se o sisstema imunitário for à viola. E isso de facto acontece com a SIDA.

eu próprio no tempo da outra senhora tive uma tuberculose apanhada ou nascida de motu próprio num colégio , o colégio dos Carvalhos, gerido poe uns clérigos dali perto.
E ninguém deu pela doença pois fui continuamente tratado contra pneumonias. Não sei como mas arribei e só descobri que tinha estado tuberculoso quase quarenta anos depois quando algumas cicratizes do pulmão abriram. que susto!

C.M. disse...

Também eu, MCR, em puto, apanhei uma dessas...como, não sei…a coisa era séria, nos anos 60...mas tratou-se, porque segui à risca (e à rasca) o tratamento. O que não acontece com o pessoal que referi: daí a actual tuberculose multirresistente - aquela que advém do abandono dos tratamentos: o vírus, no organismo, ganhou entretanto resistência ao tratamento convencional…e essas pessoas que pairam nas nossas ruas, quais mortos-vivos, vão propagando as doenças sem que os poderes públicos se ralem...Que Estado é este que não cuida da saúde pública?

Eu sou defensor [e existem, em casos concretos, algumas (tímidas) sentenças nesse sentido] de que deveriam ser efectuados internamentos compulsivos para que fossem levados até ao fim os tratamentos. Para a sida não existe cura mas, para a tuberculose, caramba! existe solução. Não podemos é continuar a figurar nas estatísticas da UE como o País com a mais alta taxa de incidência de tuberculose e sida!

Recordes destes dispensam-se…

M.C.R. disse...

Há um romance que se chama (cito de cor) The thin red line of courage isto é a delgada linha que separa a coragem da cobardia.
ora há também uma linha delgadíssima que separa a prisão do internamento compulsivo. Num país como Portugal se cazlhaer nem existe. Por isso sou absolutamente contra o internamento sem que se verifiquem e cumulativamente toda uma serie de itens securitários e garantisticos que mostrem claramente que o doente vai para um hospital bom e não para um depósito de futuros cadáveres.

C.M. disse...

Claro, essa questão nem se coloca...Mas, MCR, se eles estão para aí abandonados, sozinhos nas ruas, a sofrer! É melhor deixá-los continuar assim?! As pessoas deveriam ser recuperadas, na medida do possível, na sua saúde, e devolvidas à sociedade, não atiradas para a rua, mas inseridas talvez num programa que lhes devolvesse (concedesse...) habitação e uma ocupação. Mas reconheço que esta parte final é, no presente, muito utópica: se estamos numa época de contenção de custos e de redução do papel do Estado!...e não vão ser os “privados”, que não ganhariam dinheiro com isto, que se lançariam num projecto destes…esses continuam nos seus “condomínios” fechados à sociedade e alheios aos dramas: só o dinheiro conta. Talvez ainda matem a galinha dos ovos de oiro...

As instituições da Igreja sempre vão fazendo um trabalho altamente meritório. Mas, é claro, para esta precisa tarefa, o Estado é fundamental...a tarefa é gigantesca. Mas é necessária, para bem de toda uma sociedade.