30 julho 2006

antes de ir para férias

Uma das imagens que me persegue desde que tenho idade para pensar é a de um menino de quatro cinco anos com um sobretudo muito bonito e um estrela de David (estrela de seis pontas) na lapela. O menino tem as mãozinhas no ar. Como quem está ameaçado por indizíveis assassinos. Não sei se o menino sobreviveu ao horror dos campos de morte nazis. Sei apenas que essa imagem é a imagem da suprema infâmia. Como uma de hoje: dezenas de corpos de crianças são retirados mortos da cave de um edifício onde, com as mães, também mortas, se escondiam das bombas de Tsahal, o exército de Israel. Até prova em contrário, o desonrado exército de Israel. Entretanto os porta-vozes do governo e do exército de Israel já tentaram desmentir este assassínio de civis. Primeiro disseram que as mulheres e crianças são usadas como escudos pelo Hezbollah. Depois disseram que não se compreende como um ataque feito pela manhã só é tornado público à tarde (como se retirar quatro inteiros andares de cima de uma cave, se fizesse em cinco minutos!...). Finalmente disseram que os mísseis tinham sido dirigidos para um alvo a quatrocentos e sessenta metros (que precisão!!!). Agora, alguém fala em inquérito. Por favor não o façam! Primeiro porque vai concluir-se que foram os terroristas do Hezbollah que os mataram. Ou que foi uma fuga de gás. Ou um depósito de bombas ali mesmo ao lado. Ou...Ou... Depois porque não punirão os assassinos. E muito menos darão vida aos mortos. Respeitem estes, ao menos.
Espero também que a conhecida articulista Esther Muchnik que diariamente defende a outrance o Estado de Israel, não tenha filhos, que tendo-os não sejam crianças, que já o não sendo que estejam longe das bombas, que tendo-os. adultos e perto do local dos combates não sejam atingidos por um míssil fantasma... Ou não o disparem...

1 comentário:

Silvia Chueire disse...

É tudo absolutamente chocante...