20 julho 2006

Manhã no Hospital

Hoje tive consulta no Hospital. Já não é nada de grave e, por isso, não estava particularmente ansioso. Bem sei que a consulta estava marcada para as 8.30h. Toda a gente tem a mesma hora marcada. O Serviço fica inundado de gente. Já aprendi. Só chego pelas 10 horas e normalmente sou atendido pelas 12 horas. Sinceramente, não me importo. É que sou bem atendido pelo médico e admiro o seu profissionalismo e competência. Sei que, antes das consultas, há cirurgias. E que as urgências passam à frente. Não sei se o Serviço podia ser melhor organizado (não sou espcialista, mas acredito que sim!), mas é intolerável ouvir as pessoas que esperam. Barafustam, dizem palavróes, ameaçam agressão. A intolerância reina, como pontifica a má educação. Somos um povo iletrado, pois, em qualquer outro lado (conheço o exemplo do Luxemburgo), não havia alteração da tranquilidade pública, verificar-se-ia é que, quem se sentisse lesado, registaria por escrito as suas queixas. Mas cá ninguém põe por escrito as reclamações. Pelo meio do povo (que espera e ... fuma!), passam os doentes a caminho do bloco operatório. Passado algum tempo, regressam combalidos. Mas ninguém reduz o som, a confusão, os protestos. O sofrimento dos outros deveria merecer o nosso respeito. Ainda me lembro de quão desagradável para mim foi passar pelo meio da turba a caminho do bloco (aquele cheio a tabaco; aquela vozearia, ...)
Devo dizer que o Hospital pode não funcionar bem, mas o acto médico tem qualidade, por isso respeito quem exerce a medicina no Hospital e admiro a paciência que revelam.
Hoje tive de intervir com calma, para explicar às pessoas que os médicos estavam a trabalhar e que todos iam ser atendidos. Consegui reduzir um pouco a confusão e lá consegui ir lendo a "Ius Canonicum" (+/- 150 pp.). O tempo dá para tudo!

3 comentários:

M.C.R. disse...

leituras eruditas, caro Mocho, para quem espera e ...desespera. Espero que não seja nada de grave.

Mocho Atento disse...

Obrigado MCR. Nada de cuidado! Tenho de voltar em Novembro. Mas agora será rotina, espero eu!

Silvia Chueire disse...

Temos aqui o mesmo problema,e as pessoas também se impacientam com a demora. Talvez não tanto quanto você descreveu.

Espero que tudo tenha corrido muito bem.

Abraços,
Silvia