DIA DE OUTONO
Senhor é tempo. O Verão foi muito longo.
lança a tua sombra sobre os relógios de sol
E solta os ventos sobre as campinas.
Manda que os últimos frutos se arredondem;
dá-lhes inda dois dias mais meridionais,
leva-os à perfeição e faze entrar
a última doçura no vinho pesado.
Quem agora não tem casa, já não vai construí-la.
Quem agora está só, longo tempo o será,
fará vigílias e lerá, escreverá longas cartas
e vagueará, de cá para lá, nas alamedas,
agitado, quando o vento arrasta as folhas.
Rainer Maria Rilke: dia de Outono , in O Livro das Imagens, trad. de Paulo Quintela, in Obras Completas, vol III, ed. Gulbenkian
21 setembro 2006
antecipando um "leitor im(pe)nitente pronto a sair
Marcadores: mcr, o leitor (im)penitente
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1 comentário:
Quem agora está só
fará vigílias e lerá, escreverá longas cartas
e vagueará, de cá para lá, nas alamedas,
agitado, quando o vento arrasta as folhas.
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