26 setembro 2006

Au bonheur des Dames 33

Bonheur, bonheur
Aqui vos trago sem comentários um mail acabado de chegar (se é que os e-mail chegam…) de Liége, bela cidade de dois rios, onde, em época que se perde no tempo, os meus amigos do CITAC e eu próprio tivemos um dos melhores momentos da nossa vida de teatreiros.
Quem me escreve é, julgo, um tipo que lembro, gordinho, barba frondosa e completa, sócio do CITAC e que na época devia ser aluno do liceu, e dos cábulas pois já teria os seus dezoito ou dezanove anos…
Tinha-lhe perdido o rasto e, pelos vistos, ele a mim pois mesmo com este nome pernóstico, não consegue ver-me a pobre cara. Também é verdade que quarenta e cinco anos de “emigra” são muitos… Mas que é o primeiro que ao nome não responde, é uma verdade que me faz sonhar com uma futura carreira de anónimo antigo estudante de Coimbra.

"Marcelo,
Aonde posso eu comprar o livro?
Recentemente encontrei na minha bagagem de emigra de 45 anos o meu cartão do Citac feito pela Ercília Sampaio co-fundadora e uns negativos que o António Portugal e eu fizemos num ensaio geral do Our town.

Fui assistente do Jacinto Ramos e foi o Pedro que através do TEP me ensinou a luz e sonoplastia que me foram fundamentais na minha vida. O luís de Lima abriu-me a porta para a musica com a sono que fiz para o Professor Tarane e o contacto preciosíssimo com o Marcel Marceau que eu recebi em Genebra na RTS.

Segundo o que li devemos ser do mesmo tempo, ajuda-me a por um rosto no teu nome e também do Oliveira e outros que te passarei por mail depois de ter conseguido restaurar alguns negativos

vou fazer igual pedido sobre o livro o Tó-Rocha meu primo e Senhor D' Aveiro a quem devo um corrector de português a para poder escrever com relativos poucos erros .....mas tenho receio que entretanto se esgote

Preparo qq coisa sobre os meus fantasmas de então : António Pedro, Jacinto Ramos o Andre Acquart que encontrei mais tarde em Avignon
e o meu querido Abraão que me mandou um postal do Avenida e dizia

se a solidão te quer apanhar rapaz, bebe dois copos de tinto dá três porradas no chão e abre a cortina lentamente e vais ver que passa, já lá vão 45 anos que a pratico e dá sempre resultado

Ben hajas pelos 5 minutos que encontraras para me responder

Alexandre forjaz de Sampaio
Liège
alex.forjaz@laposte.net
kontakt@teledisnet.be
***
Horas que fossem, dias inteiros se necessário! Isto de escrever para um blog é o mesmo que lançar uma garrafa ao mar de uma ilha deserta. Tu deves ser aquele temível Forjaz da sonoplastia e dos primeiros anos sessenta. És? Porra, pá que alegria mais f da p... Claro que te vou dar a direcção do CITAC que é esta: citac@portugalmail.com .
Queres mesmo pôr umas trombas no nome marcelo? Olha que nem sei como: entrei para o citac nesses sessenta ou sessenta e um, era de direito, ia ao Mandarim, e que mais posso dizer...moreno, muito mesmo, magro, pouco de praxes ou nada até, esquerdão até vir a mulher da fava rica, amigo do Férrer, Batarda, do Pedro Mendes de Abreu (falo só de malta mesmo de Coimbra) e outros da mesma geração, devia estar na Montagem nesses teus anos citaquianos. Fui casado com uma Maria João linda de morrer. Isto chega, ou queres mais molho?
Apressa-te a mandar um mail à malta do Citac, são uns miúdos porreiros, aliás mais miúdas que miúdos aquilo é um alfobre de raparigas bonitas e com pelo na venta. Imagina que até são presidentes do organismo! A de antes e a actual! Que belo caminho andado, pá, que belo caminho. Faz lá a lista da malta que queres encontrar e eu, se puder, ajudo.
Recebe um abraço sejas tu quem fores: o forjaz gordinho de barba e sonoplasta ou outro forjaz, para mim basta que sejas do citac. Ainda por cima vens-me falar do velho Abraão, isso é mesmo um tiro ao coração, que eu bem que gostava dele.
Bebe aí nessa bela terra, onde tivemos um grandioso triunfo em 67 ou 68 (com a alegria até me engano nas datas...), num Festival Internacional de Teatro, umas Stella Artois á minha saúde e continua em contacto.
m.c.r.

1 comentário:

Silvia Chueire disse...

É bom ler um post assim, afetivo, MCR. A internet nos surpreende às vezes com encontros interessantes, não é? :)

Abraços,
Silvia