Estava este pobre praça em sossego, deitado no sofá e ler umas coisas, a televisão em silêncio, quando me telefonou o Compadre Esteves a dizer-me para ligar para a RTP1, o Prós e Contras, sobre o caso Mateus e essas coisas de saber se quem manda mais é a FPF ou a Liga, ou a FIFA, ou a UEFA, ou os tribunais.
Liguei. Quando vi que estava o major Valentim apeteceu-me mudar logo outra vez, mas persisti, e, penosamente, fui ouvindo. Não sei se o major V. se portou bem ou mal neste processo. Nem me interessa. Não é por isso que a imagem do major V. me sugere a mudança de canal. O problema já vem de longe e é uma questão de idiossincrasias. Não gosto do estilo do major V., aquela postura de quem manda em tudo e todos, de quem pode falar quando lhe apetece e como lhe apetece. Irrita-me a forma como ele menospreza os magistrados que estão nos órgãos do futebol, como me irrita a forma como recorre a eles quando se trata de justificar as suas decisões.
E há outras coisas que me irritam. Por exemplo: os jornalistas que se colam ao registo do major. Fátima Campos Ferreira, quase a pedir desculpa, lá foi falando do Apito - foi número, notou-se que foi número - e até houve um momento entusiasmante: foi quando Fátima CF falou das trapalhadas daqueles que na liga estão abaixo do major. De quem? Da comissão de disciplina, essa mesma que é composta por magistrados que o major manifestamente despreza. Obrigado, major, por desprezá-los, que eles merecem, sejam eles quem forem.
E os políticos? José Luís Arnaut e Laurentino Dias. O primeiro já foi e o segundo é o tutor do governo para o desporto. Fiquei com a leve impressão de que ambos mediam pesadamente as palavras quando comentavam, não fossem os gurus do desporto ficarem zangados com as suas posições. Bem. Nada que me impressione particularmente. Pouco tempo antes de estourar o Apito, estive na sede do PSD do Porto e percebi bem a relação de subserviência que existia de Arnaut para Valentim. Inenarrável. Mas eu narrei por aqui e por onde pude, que aquilo agoniou-me, porque eu sou um tipo de estômago fraco à custa de tantas francesinhas que como por aí.
E voltou a haver o número de Luís Filipe Vieira a entrar pelo telefone, que o homem entra sempre que pode, para refutar o major, que lhe tinha feito referência. Esperei. Vem aí o grande momento, a verdadeira orgia. Anticlimax! Aquele telefonema foi o princípio para reatar uma grande amizade.
Caso Mateus? Quem é Mateus?
1 comentário:
Excelente cronica :)
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