17 outubro 2006

O encontro no Porto

O encontro, a constatação de que as pessoas são mais do que eu podia esperar. Mais em gentileza, no olhar carinhoso para esta estrangeira que por razões do acaso foi parar num blog tão especial a torcar impressões com pessoas inesperadas.

A extrema confiança, a delicadeza, a inteligência, no trato comigo. As portas abertas. A amabilidade e a compreensão de todos. Os posts cheios de carinho.
Tem sido mais que um prazer estar com vocês. Muito mais. Tem sido a descoberta da capacidade das pessoas de serem próximas, humanas, francas e acolhedoras.
Hei de saber escrever sobre isto. Hei de estar à altura de vocês. Hei de poder apresentar o meu país com a mesma generosidade que vocês têm me reapresentado Portugal.
Como não amar um país que nos foi mostrado assim? Primeiro com os olhos do amor e agora com os olhos da amizade ?
Tenho ainda uma semana a desfrutar da hospitalidade da Kamikaze. A Kamilaze, esta pessoa que tem sido impecável comigo, que mais do que isso é um ser humano como há poucos. Não perderei um só minuto, sorvo-os com a clareza de que dias assim são um privilégio raro. E que sairei deles com outro privilégio ainda mais raro, o da amizade . Ainda volto aqui para escrever a respeito.

MCR, você foi perfeito! Mocho, você foi uma revelação. "O meu olhar" você confirmou o que eu suspeitava, a mulher inteligente, observadora aguda, seríamos já amigas se nos conhecessemos antes, tenho certeza. LC, eu sabia que vc seria esta pessoa elegante e discreta, de uma discrição que disfarça mas não oculta as qualidades que existem. Carteiro, havemos de ser amigos. JCP, obrigada pela sua mão na organização das coisas e pela presença, precisamos conversar mais. José, foi bom conhecer o seu olhar franco, muito bom. Estendam o meu agradecimento às esposas, ao marido, não se esqueçam. Apresentaram-me ao Porto que eu não conhecia. A cidade é encantadora e intrigante. Hei de voltar aí, para conhecê-la melhor.

Amigos, o jantar foi uma delícia, um jantar como sói ser, o prazer de uma fantástica refeição aliado à conversa ineligente e bem humorada, ao riso, ao vinho fazendo o complemento sem uma aresta sequer, ao afeto.

Escrevo este post com a noção clara de que é pouco o que digo. Com a noção perfeitamente clara que há momentos em que as palavras são insuficientes, pequenas. Mas o que posso fazer? Sou pequena e pouca frente a tudo que me tem sido oferecido. E não é falsa modéstia. É, isto sim, lucidez. Faço o possível.
Ainda voltarei para dizer algo sobre Lisboa e as pessoas daqui. Porque sou teimosa e estou tão encantada e grata.

Muito obrigada por tudo ! Muito!

Silvia Chueire

3 comentários:

josé disse...

Sílvia:

Num encontro breve e no tempo de um almoço ou jantar, há só o tempo de as pessoas se conhecerem pelo olhar, precisamente.
Ainda mais assim é, se as conversas se dividem pelos grupos de interesses que espontaneamente se formam.
No entanto, dizem alguns psicólogos que há muitíssima informação entre as pessoas que passa nos breves instantes em que se cruzam, cumprimentam e trocam ainda que breves palavras.
Diz também o povo que quem vê caras não vê os corações, o que de algum modo retira autoridade à observação da psicologia.

Deste modo, é com muito gosto que lhe posso devolver o simpático cumprimento, no mesmo comprimento de onda, porque me parece exacto.
E sendo a sensibilidade uma alma suplementar de poeta, devo reconhecer a sua delicadeza e afabilidade que também espelham essa alma.

O meu olhar disse...

Cara Sílvia,
Muito obrigada pelas suas palavras de amizade. Eu retribuo vivamente; também não tenho qualquer dúvida que já seríamos amigas se nos conhecêssemos antes. Gostei muito de a conhecer pessoalmente. Confirmei tudo o que tinha já referido a Kami e também o que se adivinhava de tudo o que escrevia. Tenho pena que não tenhamos tido oportunidade de falar um pouco mais, de nos conhecermos melhor. Também não houve oportunidade de lhe mostrara o Porto com um olhar feminino, mas com tantos cavalheiros na fila, havia que dar primazia. Fica para a próxima oportunidade, que ocorrerá certamente.
Um grande abraço

jcp (José Carlos Pereira) disse...

Cara Sílvia, tive pena de não podermos falar mais, mas gostei muito de a ver feliz, num jantar muito agradável, rodeada de pessoas que a verdadeiramente a estimam.