11 fevereiro 2007

surpresa

sentas sobre mim os olhos quietos,
a cara crivada de perguntas,
e na calma esperas
que eu te diga a verdade dos humanos

não tenho a nas mãos a verdade.

a verdade sobe delirante
pelos elevadores da megalópole,
pela megalomania dos loucos,
e foge de nós.

tenho nas mãos a angústia,
alguma lucidez reservada,
e agarrada na face a surpresa cotidiana
do humano: sua grandeza impensável,
sua insuportável pequenez.



silvia chueire

3 comentários:

filipelamas disse...

Parabéns pela qualidade do blog!

M.C.R. disse...

E pela qualidade do poema

Silvia Chueire disse...

Obrigada. : )

Abraços,

Silvia