Vive-se um período alegremente triste na direita portuguesa. O PSD, ou o PPD/PSD, e o CDS, ou o CDS-PP, passam por momentos de tensão que, em diferentes circunstâncias, nos mereceriam uma boa gargalhada. Como disse “Zezinha” Nogueira Pinto, viraram autênticas casas de brinquedos!
No PSD, o inefável Santana Lopes ameaça regressar para se vingar da desfeita da derrota - sim, porque ele não é homem para aceitar derrotas. Marques Mendes não consegue descolar e a sua aparente seriedade não chega para satisfazer as hostes. Menezes percorre o país para manter viva a sua presença junto das bases e continua a achar-se capaz de governar o país (safa!). Manuela Ferreira Leite e os barrosistas espreitam de esguelha, porque as elites ex-ministeriais não se querem misturar com os putativos líderes da plebe. A coisa promete no circo laranja.
Mais à direita, assiste-se porventura ao fim do CDS, ou CDS-PP conforme os tempos e as vontades. O espectáculo dado pelos dirigentes centristas no último fim-de-semana é, quanto a mim, suficiente para arrasar a eventual confiança que ainda se podia depositar naqueles senhores, sobretudo na “gangada” ao serviço de Portas. Parece que Ribeiro e Castro lidera um partido que já não se revê nos princípios e valores do velho CDS. Ah…e não resisto a lembrar a boutade de José Miguel Júdice quando disse recentemente que quem se veste como Portas jamais poderá liderar a direita. Sim, mas qual direita? A trambiqueira/marialva ou a tradicional/conservadora?
No PSD, o inefável Santana Lopes ameaça regressar para se vingar da desfeita da derrota - sim, porque ele não é homem para aceitar derrotas. Marques Mendes não consegue descolar e a sua aparente seriedade não chega para satisfazer as hostes. Menezes percorre o país para manter viva a sua presença junto das bases e continua a achar-se capaz de governar o país (safa!). Manuela Ferreira Leite e os barrosistas espreitam de esguelha, porque as elites ex-ministeriais não se querem misturar com os putativos líderes da plebe. A coisa promete no circo laranja.
Mais à direita, assiste-se porventura ao fim do CDS, ou CDS-PP conforme os tempos e as vontades. O espectáculo dado pelos dirigentes centristas no último fim-de-semana é, quanto a mim, suficiente para arrasar a eventual confiança que ainda se podia depositar naqueles senhores, sobretudo na “gangada” ao serviço de Portas. Parece que Ribeiro e Castro lidera um partido que já não se revê nos princípios e valores do velho CDS. Ah…e não resisto a lembrar a boutade de José Miguel Júdice quando disse recentemente que quem se veste como Portas jamais poderá liderar a direita. Sim, mas qual direita? A trambiqueira/marialva ou a tradicional/conservadora?
14 comentários:
O problema do CDS-PP e da direita em geral é que a alta burguesia deixou de ter necessidade deles.
O PS chega perfeitamente para as encomendas.
De acordo com Bruto da Costa.
com uma ressalva: o PPD também dá jeito. E muito.
Os desmandos a que se assiste têm origem nesse desnorte: para que servem eles?
quem os quer? Onde hão-de estar? conseguirão alguma vez mais chegar ao poder?
Percebe-se-lhes a angústia de ficarem sozinhos a falar uns com os outros enquanto ainda há uns e outros. Por este andar nem isso...
De acordo com Bruto da Costa.
com uma ressalva: o PPD também dá jeito. E muito.
Os desmandos a que se assiste têm origem nesse desnorte: para que servem eles?
quem os quer? Onde hão-de estar? conseguirão alguma vez mais chegar ao poder?
Percebe-se-lhes a angústia de ficarem sozinhos a falar uns com os outros enquanto ainda há uns e outros. Por este andar nem isso...
De acordo com Bruto da Costa.
com uma ressalva: o PPD também dá jeito. E muito.
Os desmandos a que se assiste têm origem nesse desnorte: para que servem eles?
quem os quer? Onde hão-de estar? conseguirão alguma vez mais chegar ao poder?
Percebe-se-lhes a angústia de ficarem sozinhos a falar uns com os outros enquanto ainda há uns e outros. Por este andar nem isso...
Meus caros:
Permitam-me a discordância. O que é a alta burguesia no Portugal de 2007?
Os Espíritos Santos do BES e afins?
Os santos espíritos do BCP?
Quem, santo Deus? Quem?!
Portugal é um país de burgueses decapitados, regressados à finança, no termidor de Cavaco.
Valerá a pena referir "alta-burguesia", citando portugueses?
Por exemplo, Dias Loureiro, o bravo advogado de Coimbra, filho de lojistas de vilória, e que anunciou ao pai, pelo telefone, que era ministro, entra no conceito?
Vá lá! Gimme a name! One single name!
Por outro lado, a tal Alta burguesia capciosa, em termo marxista, alguma vez se acoitou num partido tipo CDS?
Em 1974 e 75 o partido era perseguido e sequestrado no Palácio de Cristal no Porto, de noite e de dia.
Nunca teve implantação nas camadas de população que supostamente representa: os democratas que são cristãos e os sociais democratas que são mais liberais que as mães.
Em Ponte de Lima, o seu principal expoente, é um filho da terra, na acepção própria da palavra, porque filho de lavradores. Os Abreus e outros Limas, não estão todos no CDS, embora alguns lá residam.
Em Aveiro, quem é do CDS?
E os quadros dirigentes? Já os viram com olhos de ver? Os Nunos Melos e assim?
Alta burguesia, falaram?
Vejam melhor, porque a burguesia que se alcandorou está no PS e no PSD, principalmente neste último, verdadeiro centro nevrálgico da sociedade portuguesa e que arrematará o bolo todo quando tiver um líder à altura, correndo com estes diletantes que se intitulam engenheiros, sem que alguma vez tenham exercido a profissão...
Meu caro MCR, tem, naturalmente, razão: o PSD também é um emplastro totalmente dispensável; um partido com um Santana daqueles ainda a mexer depois dos psicodramas mixorucos em que meteu o país, não pode ser levado a sério.
Caro José, a alta burguesia é um conceito abrangente que os tipos da minha idade volta e meia utilizam apenas por hábito.
Se quiser ler capital financeiro e capital internacional em vez de alta burguesia, faça favor.
Neste país chamado Portugal a pseudo esquerda, a direita, mais o respectivo centro esquerda e o respectivo centro direita são sobretudo um amontoado de interesses particulares, sendo o termo “particulares” um conceito muito abrangente, onde cabe a imagem social, a influência, o enriquecimento pessoal e de terceiros, o próprio umbigo e outros interesses que passam ao largo do interesse público.
Apesar de tudo continuo a pensar que há algumas diferenças entre o PS e o PSD. Apesar de tudo. Isto porque tenho na memória o que se preparava o PSD para fazer com a Segurança Social, por exemplo. Apesar de tudo continuo a pensar que existe com o PS uma defesa superior do Serviço Público do que haveria com o PSD. Até ver…
FBC:
O capital financeiro e a finança internacional, encontra-se em giro nas bolsas e por cá, no Banco do senhor Rendeiro que é um gestor de capitais alheios.
O senhor Gates e o senhor Jobs, têm mais dinheiro do que todos os nossos ditos altos burgueses.
A família Rothschild, idem.
Os fanceses da LVM, continuam a mandar.
A última vem de Flavio Briatore, um magnata italiano,feito do nada, na Fórmula um. Tal como Berlusconi.
Isto da alta burguesia do capital financeiro já não é como costumava ser no tempo dos anos de brasa dos setenta.
O capital ainda parte o coco, mas a emigração também: veja o caso singular de Joe, o Berardo que foi dos Açores para a SouthAfrica.
Ou do Patrick Monteiro que foi para os USA.
O capitalismo e a alta finança precisam de novos enquadramentos para lhes poderem ser fixados os contornos e agarrarmo-nos a conceitos antigos, não nos permite ver bem o retrato dos novos ricos.
NEm dos novos pobres, aliás.
Tenho para mim, como certo que ao se optar por um sistema de produção que permite e pressupõe a acumulação de capital e geração de mais valias para investimento, acabou a conversa da exploração do homem pelo homem, como motivo justificativo para uma revolução economico-social.
A alternativa a este sistema, acabou. Não há em lado nenhum e nem Cuba pode salvar o modelo antes tentado em alguns lados.
Assim,a História no sentido marxista, como luta de classes com um sentido bem definido, acabou mesmo e Fukuyama tinha razão.
Não obstante, a boa lógica das coisas implica escolher modelos que apesar de estruturados de base nesse modo de produção, consiga pÔr de lado algum para valer aos que nada têm, para sobreviver.
É por isso que ainda acredito no Estado SOcial, mas não é este que nos dão.
Este, é o Estado do desperdício.
É inadmissível que os médicos chupem deste Estado o que efectivamente chupam, em receituários, em consultas, em exames pagos pelos contribuintes etc etc etc.
É inadmissível que o Estado gaste em Educação tanto como os mais ricos e estejamos cada vez mais pobres.
É inadmissível que se vá fazer OTAs e TGV´s para contentar a "construção civil" que em caso contrário se revoltará -e já o ameaçaram em tempo.
Neste tipo de Estado SOcial, não acredito.
Poderíamos discutir o conceito de alta burguesia ou deixarmos tudo no saco "burguesia". Mesmo sem recorrer a Marx.
O que interssava era saber que classe ou classes ou sector de uma classe se revia no CDS.
Obviamente que os conservadores mais exclarecidos desconfiam de um partido tão marcado à direita. O mesmo se passa em França, por exemplo, onde a direita mais cláasica se acoitou no partido gaulista. Outros foram para o9 centro de Bayrou., A pequena burguesia ( e actualmente muito operariado) engrossa a Frete Nacional.
apesar de se marcar claramente à esquerda o PS também poderá atrair burgueses (afinal o que é que são os professores e boa parte da função pública, tradicionaisvotantes no PS?
O CDS foi de confiança com Freitas e eventualmente com as duas direcções seguintes. Manuel Monteiro e Portas com o seu afã populista deram cabo da herança recebida. E voltarão ao mesmo se qualquer deles regressar ao partido com uma posição de força. assim é que se compreende a zanga com MJ nogueira Pinto.
eu não sou tão radical quanto o José ao negar a existencia de uma alta burguesia.
chamem-se Mello ou Espírito Santo e chamam-se exactamente assim também eles precisam de influenciar o poder e para isso não basta a influencia ou o lobby. É preciso um partido estruturado que chegue a todas as instancias de poder. O CDS não serve' Servirá o PPD ou in extremis o PS que balança ciclicamente entre o radicalismo e o liberalismo. Sobretudo quando como agora está completamente desideologizado...
Só deixo uma pergunta:
A tal alta burguesia tinha mais poder antes do 25 de Abril ou terá agora?
Real, quero dizer, de influência nas políticas e no modo de ganhar dinheiro real, através da banca e dos investimentos.
Dito de outro modo: os governos actuais estão menos ou mais ligados a essa alta burguesia do que estavam nessa altura?
Só uma pista: havia ministros no tempo de Salazar e Caetano que saiam ( ou entravam) do governo para trabalhar logo a seguir nas administrações dos Mellos, Champas e Quinas, como hoje efectivamente acontece?
E, já agora, essa nova classe de que se esquecem - o J7? Onde é que o J7 se acontona?
O J7 acantona-se nas revistas do grupo Cofina, Impresa e Impala e no jornal 24 Horas. Como o Pedro Tadeu vai dirigir um gratuito, teme-se que passe a inundar gratuitamente os lugares de distribuição dos ditos.
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