04 junho 2007

Poder paternal

Há muitos anos, tinha chegado á conclusão de que não valia a pena tratar de assuntos relativos à regulação de poder paternal. E, por isso, endossava as questões para outros. Mas o destino prega-nos partidas e há pessoas a quem não podemos recusar um pedido.

O Tribunal de Família não mudou. Muito discurso, muito subjectivismo, muito relatório social! Muito pouca atenção às crianças e à necessidade e dever de educação!

A falta de bom senso dos progenitores (palavra "esquisita") leva a um beco sem saída nas situações que nenhum tribunal pode resolver com base na letra da lei ou da autoridade do Estado.

Choca-me que haja decisões que, com base em pareceres "técnicos", determinem que crianças sejam retiradas à força do seu meio familiar e social para que possam ser "visitadas" por um dos progenitores. Esta violência (ainda que legal e juridicamente fundamentada) é, para mim, absurda. Nenhuma relação de afecto entre pais e filhos se estabelece com a autoridade da polícia.

Às vezes, tenho a sensação de que não está em causa o "superior" interesse da criança, mas o absoluto escopo de garantir a autoridade do Estado.

Há dias, um ilustre magistrado, no uso do seu direito de conciliação, expressava a sua convicção de que em matéria de educação as questões são simples de resolver. Por exemplo, se um dos pais é religioso, na semana em que tenha a guarda, a criança ia à catequese; na outra semana iaao futebol!!! E assim por diante !!! Creio que não é possível educar uma criança nesses termos. Falta consistência na orientação.

6 comentários:

Primo de Amarante disse...

Hoje, já ninguém lê Piaget, Kohlberg, George Mauco ou Winnicott.

Ainda há quem pense que a psicologia e a psicanálise só se resumem ao que foi dito por Freud ou Lacan ou Melanie Klein. Julgam que são meras técnicas de tratar doenças e não ciências ou conhecimentos para a compreenção do desenvolvimento emocional da criança e ter uma boa noção de como funcionam crianças normais ou as que precisam de ajuda.

As consequências desta ignorãncia são terríveis e, como todos sabemos, a ignorãnca desenvolve os preconceitos com que nos deparamos todos os dias.

Primo de Amarante disse...

A propósito, talvez seja de ler o oportuno post de Catarina de Albuquerque, intitulado "Sexo, Crianças e Tribunais", no:
http://www.causa-nossa.blogspot.com/

È interessante que, ao revisitar de propósito um manual de psicologia do meu tempo (e já sou velhinho) já se teorizava sobre muito do que é defendido na Declaração dos Direitos da Criança. Não sei se estamos a evoluir, se a regredir. Penso que esta moda do jet sete, ao estender às profissões bem pagas os holofotes das passerelles, desenvolveu nestas últimas a “doença” das “tiradas” que caracterizam aquele.

Gasolina disse...

...e bom senso.

Carlos Lobato disse...

...e destanciamento.
Nada pior do que os operadores judiciários falarem dos seus próprios filhos.

renata32 disse...

Boa noite

Eu sou mãe de 3 crianças e estou separada a dois anos e meio... fiquei com o poder paternal e seu exercicio e o pai ficou de pagar uma pensao de alimentos que nao paga a um ano ( esta em tribunal) agora é assim será que á uma lei que obrigue o pai a cumprir as visitas e nao possa mandar msg de estilo .. "por motivos alheios a minha vontade nao os posso ir buscar"...não consigo ter sossego nem os pequenos, nunca sabemos quando aparece.
Dos meus tres filhos, tenho dois diferentes e um deles(12anos) tem de ter uma vida de rotina, porque se quebra a rotina ele perde-se completamente fica violento, inseguro e com auto-estima em baixo e depois cá estou eu e os porfessores para o embate.. se o pai fosse responsavel e cumpri-se as visitas entrava na rotina dele, pk eles precisam de um pai e desde que me separei eu noto que a figura paternal para os meus filhos é o meu pai, eles fazem dezenhos, jogam a bola, brincam,vêm futebol e o que me fez acreditar e o que me fez ver que o meu pai é a figura paternal para os meus filhos, foi na altura de fazerem na escola um trabalho para o dia do pai e eu chegar a escola tinha dois a chorar e fui perguntar o porquê, e onde a professora me disse que eles nao queriam dar a prenda ao pai, mas sim ao avô, eu so disse a professora não vale a pena contrariar eles dão aquem eles mais se identificarem e gostarem, entramos no carro e quando parei o carro em casa, sai e fui abrir as portas do carro, eles sairam a correr e foram logo dar a prenda com medo que eu nao deixasse.
Eu vejo pais a pedir mais tempo com os filhos pk é pouco eu é ao contrário quero que o pai dos meus filhos seja respónsavel e tenho obrigações e direitos para com eles, pois eu defendo que todos têm direito a ter pais...enfim...devia de existir multas ou outro tipo de penalização para este tipo de situações.. eu nao sou super mãe

Cumprimentos
renata

Unknown disse...

ola renata, tenho uma filha de treze e debato-me com uma situação igual à tua, mas à já onze anos. Este ano, e devido às ausências do pai,o comportamento dela piorou bastante.Ando em tribunal apresentei documentos em como n participa em nada, mas a doutora juíza deliberou que eu é que n deixo a filha ver o pai e quero é a pensão, isto sem ler o processo pois a senhora estava sempre a dizer que n percebia