19 agosto 2007

O FIM DA CRISE

Agora que quase todos regressamos de férias esperam-nos dias felizes. Nos últimos dias tem-nos sido anunciado que a economia está a crescer, ainda muito lentamente, mas a crescer.

Por efeito das políticas creditícias nos EUA as bolsas têm estado em queda, o que provocou a perda de milhões. Contudo, são milhões perdidos num jogo de risco, que corre ao lado da economia real, do mesmo modo que os milhões virtualmente ganhos.

A expectativa é grande. O emprego cresceu umas décimas. Este ano os fogos não tiveram a dimensão habitual, o que já originou grandes declarações públicas dos responsáveis para nos convencerem como foram correctas as medidas tomadas. O défice orçamental vai ser contido dentro dos limites definidos, com o prestimoso contributo do ministro da saúde que vai prosseguir a sua tarefa de extinguir o Serviço Nacional de Saúde, com as ambulâncias a substituírem as maternidades encerradas e as nossas gentes raianas a recorrerem cada vez mais aos serviços de saúde em Espanha.

Aliás, a Espanha é cada vez mais um bom destino económico, para ir ao supermercado, para atestar o depósito do automóvel ou mesmo para se ser doutor em medicina. O Saramago é um vidente.

Lá para o Outono serão anunciados os grandes objectivos para 2008 e 2009. Então ficaremos a saber qual o grau de acréscimo de betonização do país. Também se conhecerá as múltiplas facetas que as parcerias público privadas irão assumir, o que equivale a dizer quem é que vai levar a grande fatia dos nossos impostos.

Mas a grande razão para os dias felizes que aí vêm está no muito dinheiro que haverá para distribuir, via fundos comunitários. Milhões e milhões de euros são o prenúncio de que a festa está para começar. E nem os costumeiros apelos de que esta será a última grande oportunidade, para o país dar o salto para o desenvolvimento, estragará o apetite das elite

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