Suponha o leitor que um partido político italiano, ponhamos a finada Democracia Cristã, para não ir mais longe, convidava para sua tradicional festa (se porventura a tinham) alguns distintos membros da família Gambino, de Nova Iorque, esforçados sopranos avant la lettre, sob o pretexto deles serem italianos e católicos. E sicilianos, ainda por cima. Deixariam estes duvidosos cavalheiros de ser, como eram e eventualmente ainda são, mafiosos a tempo inteiro, com as mãos tratadas pela manucure, tintas de sangue?
Acha o leitor ( a pergunta não se faz às leitoras porque conto com a adesão delas para o que se segue) que, por muito descarados que sejam (ou eram) os próceres da DC, se atreveriam a tanto?
Mudemos de cenário: a Colômbia, é assolada há umas dezenas de anos por uma violência inútil, trágica e sangrenta: contas bem feitas dão por centenas de milhares os mortos. Mortos sem causa, quase todos, gente simples apanhada no meio dos tiros de uns e de outros. Entre os matadores (nunca esquecendo uns gorilas de direita tão maus como os outros) ergue-se infame e solitária uma organzação que qualificaria de esgoto moral da esquerda se de esquerda ela ainda tivesse sequer uma casca inútil e sebenta. Refiro, como de certo adivinharam, às FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que actualmente exercem de gangsters na floresta e de guarda costas dos produtores-exportadores de droga. Nos intervalos raptam gente que libertam a troco de vultuosos resgates. De longe em longe, raptam soldados, polícias, dirigentes indígenas ou mesmo políticos. Em nome de um qualquer antigo e esquecido ideal guerrilheiro há muito tempo abandonado.
São os representantes desta quadrilha que agora chegam a Portugal a convite desse novo “Cavaleiro da Imaculada” que dá por “Avante”. Este “avante” (pobre e dessorada tradução de um antigo “Vperiod”, jornal russo do tempo dos afonsinos, é agora, um obscuro semanário, propriedade do PCP, cuja leitura, tirante alguma ocasional gargalhada que provoque, é menos interessante que uma dose de óleo de rícino. E com efeitos menos salutares. Tirante a sua proclamada vocação de órgão de imprensa é também o organizador duma festa onde os restos do partido comunista se retemperam, todos os Setembros: muita música, muita discursata e a ideia de que ainda são muitos. Não são. E não merecem. Sobretudo quando convidam a bandidagem internacional. Com um pouco de sorte, e mais barato, poderiam convidar os pequenos gangs que assolam a noite portuense e matam de longe em longe um proprietário de discoteca ou um segurança sem licença camarária. Com outra vantagem: estes também são de origem proletária. Lumpen mas proletária.
Alguém me dirá: então o tal SEF deixa entrar estes pistoleiros? Deixa, claro que deixa. À uma, não são pretos nem pobres. Depois, vêm a convite de um partido irmão.
Para o ano talvez apareçam umas tríades... da República Popular da China, pois claro, farol exaltante do proletariado mundial e garantia segura de que “o oriente é vermelho”.
Algumas “víboras lúbricas”, agentes do imperialismo capitalista e da reacção pequeno burguesa, etc..etc... dizem mais do mesmo. Consultar: www.meubloconotas.blogspot.com/2007/09/bastam-algumas-linhas.html
na gravura: o falecido e molto onoratto Carlo Gambino, capo dei capi, numa fotografia de 1970
Acha o leitor ( a pergunta não se faz às leitoras porque conto com a adesão delas para o que se segue) que, por muito descarados que sejam (ou eram) os próceres da DC, se atreveriam a tanto?
Mudemos de cenário: a Colômbia, é assolada há umas dezenas de anos por uma violência inútil, trágica e sangrenta: contas bem feitas dão por centenas de milhares os mortos. Mortos sem causa, quase todos, gente simples apanhada no meio dos tiros de uns e de outros. Entre os matadores (nunca esquecendo uns gorilas de direita tão maus como os outros) ergue-se infame e solitária uma organzação que qualificaria de esgoto moral da esquerda se de esquerda ela ainda tivesse sequer uma casca inútil e sebenta. Refiro, como de certo adivinharam, às FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que actualmente exercem de gangsters na floresta e de guarda costas dos produtores-exportadores de droga. Nos intervalos raptam gente que libertam a troco de vultuosos resgates. De longe em longe, raptam soldados, polícias, dirigentes indígenas ou mesmo políticos. Em nome de um qualquer antigo e esquecido ideal guerrilheiro há muito tempo abandonado.
São os representantes desta quadrilha que agora chegam a Portugal a convite desse novo “Cavaleiro da Imaculada” que dá por “Avante”. Este “avante” (pobre e dessorada tradução de um antigo “Vperiod”, jornal russo do tempo dos afonsinos, é agora, um obscuro semanário, propriedade do PCP, cuja leitura, tirante alguma ocasional gargalhada que provoque, é menos interessante que uma dose de óleo de rícino. E com efeitos menos salutares. Tirante a sua proclamada vocação de órgão de imprensa é também o organizador duma festa onde os restos do partido comunista se retemperam, todos os Setembros: muita música, muita discursata e a ideia de que ainda são muitos. Não são. E não merecem. Sobretudo quando convidam a bandidagem internacional. Com um pouco de sorte, e mais barato, poderiam convidar os pequenos gangs que assolam a noite portuense e matam de longe em longe um proprietário de discoteca ou um segurança sem licença camarária. Com outra vantagem: estes também são de origem proletária. Lumpen mas proletária.
Alguém me dirá: então o tal SEF deixa entrar estes pistoleiros? Deixa, claro que deixa. À uma, não são pretos nem pobres. Depois, vêm a convite de um partido irmão.
Para o ano talvez apareçam umas tríades... da República Popular da China, pois claro, farol exaltante do proletariado mundial e garantia segura de que “o oriente é vermelho”.
Algumas “víboras lúbricas”, agentes do imperialismo capitalista e da reacção pequeno burguesa, etc..etc... dizem mais do mesmo. Consultar: www.meubloconotas.blogspot.com/2007/09/bastam-algumas-linhas.html
na gravura: o falecido e molto onoratto Carlo Gambino, capo dei capi, numa fotografia de 1970
3 comentários:
Assim de repente até me pareceu o nosso Giulio. O Andreoti.
cruzes, canhoto! O "nosso", R.N.? enfim ... mas não são parecidos. O "nosso" andreotti tem óculos e é marreco. E parece um zé ninguém ao lado do Gambino.
E é onorevole e não onorato. claro que alguns miseraveis tribunais italianos tentaram em vão provar que ele comia da sopa da onorata societa. graças á omertà do costume, giulio, continua senador (se é que ainda não morreu em cheiro de santidade) mas que na Sicilia muitas "famiglie" deram apoio á DC ai disso ninguém duvida. E que a DC pagou esse favor idem. Resta saber quantos e quais outros partidos se prestaram à mesma miserável comédia. Mas isso daria pano para mangas...
Mas que progressista que ele está, o rapaz...
Qualquer dia estamos a fumar...
Tss-tss.
Enviar um comentário